O atual diretor da Agência Central de Inteligência, William Burns, disse que seu antecessor na agência governamental iniciou projetos focados na coleta de informações sobre criptomoedas.
Respondendo a uma pergunta sobre criptoativos na Cúpula do Conselho de CEOs do Wall Street Journal na segunda-feira, Burns disse que a CIA estava procurando agregar experiência em criptomoedas e blockchain à sua equipe de analistas de inteligência, além de se comunicar com especialistas do setor. Ele disse que os desafios da criptosfera “podem ter um impacto enorme” nos Estados Unidos, dado o que ele já viu em ataques de ransomware.
“Meu predecessor havia começado isso”, disse Burns, provavelmente se referindo às ações do ex-diretor interino da CIA David Cohen. “[Eles] colocaram em movimento uma série de projetos diferentes focados em criptomoedas, tentando olhar para as consequências de segunda e terceira ordem e também colaborando com nossos colegas em outras partes do governo dos EUA para fornecer inteligência sólida sobre o que nós também estamos vendo."
Ele acrescentou que construir tal conhecimento sobre criptomoedas era “uma prioridade importante” para a Agência, e ele planejava dedicar “recursos e atenção” a ela. O diretor da CIA não mencionou detalhes sobre a direção que a Agência planeja tomar em relação ao combate a ataques cibernéticos, mas deu a entender que teria como objetivo “atingir as redes financeiras” de grupos criminosos que usam moedas digitais como resgate.
Burns, que assumiu o cargo de diretor em março, viu hackers exigirem milhões em criptoativos após um ataque ao sistema Colonial Pipeline em maio, mas também uma força-tarefa do governo dos EUA responder recuperando a maior parte dos fundos perdidos. Michael Morrell, ex-diretor em exercício da CIA de 2012 a 2013, disse que “a análise de blockchain é uma ferramenta altamente eficaz no combate ao crime e para a coleta de inteligência”, que é subutilizada pelas agências de segurança pública.
Não há um mandato fixo para um diretor da CIA, o que significa que Burns provavelmente servirá na Agência de acordo com o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden. No momento da publicação, Biden ainda não havia anunciado suas escolhas para preencher três cadeiras vazias no conselho de governadores do sistema do Federal Reserve (Banco Central dos EUA).
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