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Rafael FerreiraRafael Ferreira

Engenheiro chefe da BitGo explica como foi hackeado através de cartão SIM e perdeu US$ 100.000

Os atacantes conseguiram isso durante um período de 24 horas, enquanto ocultavam cuidadosamente qualquer evidência de que algo estava errado.

Engenheiro chefe da BitGo explica como foi hackeado através de cartão SIM e perdeu US$ 100.000
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Os seqüestradores de cartões SIM com o objetivo de roubar Bitcoins e outras criptomoedas roubaram fundos do gerente de engenharia da empresa de custódia de criptomoedas BitGo, Sean Coonce.

Em um movimento ousado, o engenheiro de blockchain revelou no Medium que os atacantes roubaram mais de US$ 100.000 de sua conta Coinbase em 24 horas, enquanto ocultavam cuidadosamente qualquer evidência de que algo estava errado.

Coonce apelidou o incidente de a "lição mais cara" de sua vida:

"Minha identidade pessoal foi hackeada na semana passada. O atacante conseguiu roubar US$ 100k em uma varredura da minha conta da Coinbase. Estou duplamente envergonhado, magoado e profundamente arrependido. Em um esforço para aumentar a conscientização sobre o ataque, eu escrevi sobre isso aqui."

De acordo com Coonce, o atacante teria colocado um cartão SIM duplicado em outro dispositivo na terça-feira passada. O engenheiro de Blockchain só percebeu isso depois que perdeu o serviço celular enquanto usava seu smartphone. Logo depois, ele foi solicitado a fazer login em sua conta do Google, mas não teve sucesso em suas tentativas.

Enquanto isso, o invasor iniciou o processo de recuperação de senha para a conta da Coinbase de Coonce. O link de redefinição de senha só poderia ser enviado depois de 24 horas, então o invasor excluiu a correspondência de e-mail da Coinbase, sem deixar evidências do que havia acontecido.

Suspeitando que o problema do cartão SIM havia surgido depois de ter deixado cair o dispositivo, a Coonce obteve um novo no dia seguinte. O engenheiro de Blockchain então teria assumido que o problema havia sido totalmente resolvido.

Porém, mais tarde naquela mesma noite, a cobertura do celular de Coonce desapareceu novamente. Ele também recebeu mensagens solicitando que ele fizesse login em sua conta do Google. Na altura, o invasor havia concluído o processo de redefinição de senha da Coinbase com o período de atraso de 24 horas já decorrido.

Além de limpar sua carteira da Coinbase, o invasor também teria comprado criptomoedas usando os fundos de Coonce depositados na exchange. O invasor moveu os Bitcoins e outras criptomoedas para um endereço fora da plataforma.

Coonce reconheceu que não levou a segurança online a sério, já que "nunca havia passado por um ataque". O engenheiro de blockchain diz que ainda está abalado após a perda de mais de US$ 100.000.

Embora algumas vítimas de seqüestro de SIM optem por não buscar reparação legal contra as operadoras de telefonia celular, nem todas as usam. No ano passado, por exemplo, o investidor de Bitcoin Michael Terpin, que perdeu seus ativos de criptomoedas no valor de milhões de dólares depois que seu cartão SIM foi sequestrado, processou a gigante de telecomunicações norte-americana AT&T.

No começo do mês, a Suprema Corte da Califórnia deu ganho de causa a ele US$ 75,8 milhões em outro processo contra um hacker de 21 anos que roubou seu Bitcoin e outras criptomoedas.