O CEO da gestora brasileira de criptomoedas Hashdex, Marcelo Sampaio, disse em entrevista na última quinta-feira que acredita que a chegada do Bitcoin ao patamar de US$ 50 mil "é só o começo".

Em matéria do NeoFeed, Sampaio disse que acredita que a chegada de grandes players ao mercado de criptomoedas - como MicroStrategy, PayPal, Mastercard, Visa, Square e Tesla - também deve ser a tendência daqui para frente:

“O ano de 2020 foi o momento em que o mundo institucional começou a descobrir cripto. E o Bitcoin, sem dúvida, capturou mais atenção. E quem está há bastante tempo nesse mercado sabia que era uma questão de tempo. Antes mesmo da Covid-19, alguns nomes grandes começaram a se interessar pelo setor. O incentivo de Paul Tudor Jones foi um divisor de águas. Você tem um investidor icônico do capitalismo americano, um dos caras que mais acertou nos últimos anos, sinalizando que todo mundo deveria investir em Bitcoin. Vamos ver cada vez mais empresas fazendo isso. Quantos players institucionais realmente colocaram dinheiro nisso? Poucos. Ainda há muito para avançar”

O CEO da Hashdex fundou a empresa em 2018, durante o mercado de baixa das criptomoedas. Depois de dois anos difíceis, a empresa conseguiu desenvolver quatro fundos com exposições diferentes ao criptomercado. Hoje, a Hashdex tem 40 mil cotistas em seus fundos e nada menos que R$ 1,5 bilhão de ativos sob gestão.

Além disso, a Hashdex trabalhou com a Nasdaq para o desenvolvimento do índice de criptoativos da bolsa norte-americana, base do primeiro fundo negociado em bolsa (ETF) de Bitcoin, vendido na Bolsa de Valores de Bermudas.

Sobre o preço do Bitcoin, ele aposta que a alta deve continuar, já que, segundo ele, o mercado ainda é "muito pequeno":

Me parece que o Bitcoin a US$ 50 mil é só o começo. Com a marca de US$ 50 mil, o valor de mercado de bitcoin se aproxima de US$ 1 trilhão. O que, na minha opinião, é muito pequeno. O Bitcoin vem se estabelecendo como uma reserva de valor possível. Quando você olha outras reservas de valor que temos na humanidade, como ouro, mas também obras de arte e as próprias moedas, US$ 1 trilhão é muito pequeno. Ainda mais para algo que é tecnicamente muito superior a outras reservas de valor. E isso não é opinião. Comparando aspectos técnicos, como distributividade, transferibilidade e escassez, o Bitcoin acaba sendo uma opção muito superior ao ouro.

Apesar da alta do BTC, Sampaio diz que o Bitcoin "está longe de ser o mais promissor" dos criptoativos:

“O Bitcoin começou tudo isso. Mas é como o e-mail, que ajudou a popularizar a internet. Hoje não faz o menor sentido definir a web pelo e-mail”

Ele também lembra que as criptomoedas não funcionam exatamente como moedas, com muitos casos de uso para além disso:

"É importante deixar claro que cripto não é moeda. Pode até ser usado como moeda, mas se parece muito mais commodity do que empresa. Se você sai do mundo do bitcoin, o cripto tem uma utilidade específica. São possibilidades infinitas. O mercado de finanças descentralizadas, por exemplo, não existe sem cripto. Isso nada tem a ver com a ideia de reserva de valor ou moeda em si, mas sim de acabar com os intermediários do mercado financeiro."

A Hashdex faz parte de um outro marco entre gestoras de fundos de criptomoedas no Brasil. Nesta semana, as gestoras ultrapassaram R$ 2 bilhões em ativos sob gestão.

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