O Banco Central do Brasil (BC) anunciou os projetos selecionados para participar dos testes do Real Digital, CBDC, nacional que o BC deve lançar no final do próximo ano. Segundo o regulador, foram 36 propostas de interesse na participação no Piloto do Real Digital, incluindo candidaturas individuais e consórcios de entidades.

De acordo com o BC, ao todo, mais de 100 instituições de diversos segmentos financeiros demonstraram interesse em participar. Entre os selecionados há diversas empresas do setor de criptomoedas, entre elas a exchange Foxbit.

Nesta fase do Piloto do Real Digital, serão testadas funcionalidades de privacidade e programabilidade por meio da implementação de um caso de uso específico: um protocolo de entrega contra pagamento (DvP) de título público federal entre clientes de diferentes instituições, juntamente com os serviços que compõem essa transação.

Esse caso de uso permite concentrar os testes na privacidade, uma vez que envolve a troca de informações entre os vários participantes da plataforma, além de testar a programabilidade dos serviços oferecidos e sua interoperabilidade.

Desta forma, o BC escolheu um Título Público Federal para todos os participantes que devem testar todo o processo, desde a emissão, compra, liquidação e queima dos tokens gerados. O BC quer testar a segurança e viabilidade do uso do Hyperledger Besu no processo.

A seleção inicial abrange representantes de instituições financeiras dos segmentos prudenciais S1 a S4, instituições de pagamento, cooperativas, bancos públicos, desenvolvedores de serviços de criptoativos, operadores de infraestruturas de mercado financeiro e instituidores de arranjos de pagamento.

Com base na seleção final, o Banco Central iniciará a incorporação dos participantes à plataforma do Piloto do Real Digital até meados de junho de 2023. Confira os selecionados:

  • Bradesco
  • Nubank
  • Banco Inter, Microsoft e 7Comm
  • Santander, Santander Asset Management, F1RST e Toro CTVM
  • Itaú Unibanco
  • Basa, TecBan, Pinbank, Dinamo, Cresol, Banco Arbi, Ntokens, Clear Sale, Foxbit, CPqD, AWS e Parfin
  • SFCoop: Ailos, Cresol, Sicoob, Sicredi e Unicred
  • XP, Visa
  • Banco BV
  • Banco BTG
  • Banco ABC, Hamsa, LoopiPay
  • Banco B3, B3 e B3 Digitas
  • ABBC: Banco Brasileiro de Crédito, Ribeirão Preto, Original, ABC, BS2 e Seguro; ABBC, BBChain, Microsoft e BIP
  • Banco do Brasil

Real Digital movimenta transformação digital

O orçamento total dos bancos brasileiros destinados à tecnologia, englobando despesas e investimentos, deverá atingir neste ano R$ 45,1 bilhões, um significativo avanço de 29% em relação ao do ano passado. É o que revela a 1ª etapa da Pesquisa FEBRABAN de Tecnologia Bancária 2023, realizada pela Deloitte.

Segundo a pesquisa, em 2022, o volume do orçamento em tecnologia representou um crescimento de 18% em relação a 2021, somando R$ 34,9 bilhões e sendo uma das maiores altas dos últimos anos, impulsionado por implementação de recursos que atendem às necessidades de escalabilidade e de flexibilidade para a organização, como Cloud e Inteligência Artificial.

A segurança cibernética foi prioridade para 100% dos bancos entrevistados na edição 2022. Já para 2023, os investimentos contínuos em centralidade no cliente podem ser exemplificados pela expectativa de aumento na participação do orçamento em CRM, em Inteligência Artificial, Analytics e Big Data, reforçando a busca da personalização no relacionamento e a consequente maior eficiência na exploração dos dados.

A Pesquisa Febraban de Tecnologia Bancária revelou quais são as prioridades para os bancos neste ano: na primeira colocação ficou a análise e exploração dos dados obtidos via Open Finance, tema que também ocupou a primeira posição em 2022.

Para 2023, as instituições ainda citaram a transformação cultural do banco, moedas e ativos digitais, expansão de transações via chatbot e o incentivo do consumidor ao compartilhamento de dados.

Assim, os bancos estão cada vez mais orientados a explorar as oportunidades relacionadas a dados, conscientes da necessidade de transformar a cultura organizacional, paralelamente aos avanços tecnológicos, usufruindo dos benefícios dos investimentos em Cloud.

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