O Banco Central do Brasil está preparando uma estratégia de comunicação digital para 'ir pra cima' em defesa do Drex nas redes sociais e evitar que a CBDC sofra com fake news e especulações como ocorreu com o "Pix de R$ 5 mil", iniciativa da Receita Federal que gerou uma crise no Governo Lula por conta de notícias falsas sobre taxação do serviço.
A avaliação do BC é que o Drex vem ganhando maturidade nos testes e crescendo, no entanto, a desinformação também vem aumentando, com diversos perfis e influencers questionando a moeda digital do Banco Central, associando o projeto com maior controle estatal das finanças da população.
'Engrossando' o caldo dos críticos ao Drex há diversas vozes no poder legislativo nacional, o que também preocupa o BC, como a Deputada Federal Julia Zanatta (PL-SC), que vem defendendo que o Drex vai restringir a liberdade das pessoas e impor controle social aos brasileiros.
"Os riscos são mais controle social nas nossas vidas, falta de privacidade, facilidade para tributar toda a sua vida sem opção, perseguição política e o de pessoas que não sabem manipular a tecnologia, incorrer em erros financeiros graves", disse recentemente.
Além disso, o grupo dos 'anti-CBDC' ganharam um novo aliado, o presidente americano Donald Trump, que assinou uma ordem executiva que proíbe a criação, emissão e uso de CBDCs nos EUA.
Segundo a ordem do presidente americano, “Moedas Digitais de Banco Central […] ameaçam a estabilidade do sistema financeiro, a privacidade individual e a soberania dos Estados Unidos”.
Banco Central 'vai pra cima'
Diante deste cenário, a ordem dentro do BC é 'ir pra cima' para evitar que a desinformação impeça o avanço do Drex que atualmente está na fase 2, testando diversos casos de uso com mais de 30 instituições financeiras do Brasil.
Para 'salvar' o Drex, o BC vai iniciar um trabalho nas redes sociais e também em outros meios de comunicação. A linguagem será simples e vai explicar como vai funcionar a nova moeda, além de desmentir boatos como: fim do dinheiro físico, bloqueio de contas, impostos, controle social, entre outros.
O BC pretende ilustra como o Drex vai ajudar a população no dia-a-dia e mostrar casos de uso reais, buscando dizer que assim como o Pix facilitou a vida do brasileiro o Drex também vai fazer o mesmo.
A proposta é seguir uma linha parecida com os shorts do "BC Sincero" que usa memes e uma linguagem bem característica das redes sociais, com uma mensagem informal e direta expondo os pontos do BC.
Em diversas ocasiões o BC já destacou que Drex não vai acabar com o dinheiro em espécie e não há qualquer proposta do banco para encerrar as operações com o dinheiro físico. A instituição argumenta que desde a implementação e adoção do Pix, o uso do dinheiro físico caiu, contudo, isso não significa sua extinção.
Além disso, sobre a obrigatoriedade dos brasileiros usarem o Drex, o sistema, assim como o Pix será facultativo, ou seja, caberá ao cidadão decidir se irá usar ou não a moeda digital do Brasil e os contratos inteligentes a ele vinculados. O Drex integra a agenda BC# que conta também com o Pix e o Open Finance, ambos também livres para o cidadão decidir ou não pelo seu uso.
Segundo o BC também não haverá controle financeiro com o Drex, que assim como contas bancárias está sujeito ao sigilo fiscal.