O Banco Central do Brasil anunciou que pagamentos por aproximação com o Pix devem ser liberados ainda em 2024. O anúncio foi realizado pelo diretor de regulação do BC, Otávio Damaso, durante o 4º Congresso Brasileiro de Internet, realizado pela Abranet em Brasília.

Damoso revelou que o pagamento por aproximação com o Pix faz parte de uma integração entre o sistema de pagamentos e o Open Finance, criando uma espécie de 'wallet', tal como ocorre com cartões pré-pagos.

“Na integração do Open Finance com o Pix, em breve vamos ter a facilidade de pagamento por aproximação com o celular. Com o Open Finance via ITP [iniciador de transação de pagamento], em breve isso vai ser possível. E assim como coloca o cartão de crédito dentro de uma wallet, a wallet vai ser um ITP e vai colocar o Pix na wallet. E aí, conforme for no supermercado, na feira, vai poder aproximar o celular e fazer o pagamento com Pix”, afirmou.

Segundo o diretor do BC esta integração é o primeiro passo para uma ampliação das integrações do sistema financeiro nacional que pode culminar com o agregador financeiro, uma espécie de super app que o BC planeja como o grande integrador da agenda BC. 

  • “Esse é um tipo de integração do Open Finance com o Pix, onde a funcionalidade da iniciação de pagamento casa com o Pix e traz comodidade para o cliente. Se ele der consentimento, permitindo que as instituições acessem seus dados, de um app da instituição A ele consegue acessar a conta na instituição B e pagar o boleto com o dinheiro da conta B. E quando a gente avançar na agenda do pagamento sem redirecionamento, vai ser uma facilidade imensa”, afirmou.

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Interoperabilidade

No entanto, ele apontou que a tarefa de integração não é simples, pois é preciso padronizar diferentes bancos de dados e sistema legados para que todos tenham a mesma linguagem.

"Hoje temos, por semana, 1,5 bilhão de chamadas de API Open Finance. E 29 milhões de CPFs que já deram o consentimento do Open Finance, 240 mil PJs que já deram o consentimento. Essa informação está fluindo de uma instituição para outra, beneficiando o consumidor. Seja ele uma pessoa, seja uma empresa", disse.

Damaso destacou ainda que esta agenda de inovação não está somente facilitando as operações digitais, mas aumentando a concorrência entre as instituições e, com isso, as pessoas estão economizando em taxas, até mesmo no cheque especial.

“Essa operação, em 12 meses, já rendeu R$ 8 milhões em economia de juros para os clientes. E 1,4 milhão de clientes foram alertados de que têm dinheiro parado que pode receber alguma remuneração. Outras instituições falam que mais de 80% de suas ofertas de crédito são baseadas em dados do Open Finance", disse.