A Comissão de Valores Mobiliários (CVM), revelou que os brasileiros investem até 35% do patrimônio em Bitcoin e criptomoedas. Os dados fazer parte do relatório Perfil e Comportamento dos Investidores, divulgado pela autarquia neste mês.

O estudo, ao analisar o perfil e as tendências comportamentais dos entrevistados, 50% se identificam com o perfil arrojado, ou seja, com mais tendência a correr riscos. Quanto à disciplina para poupar, 24% dos investidores com perfil conservador não poupam com regularidade, 20% do perfil moderado poupam entre 11% e 20% de sua renda e 20% do perfil arrojado poupam entre 21% e 30%. 

Além disso, segundo os dados da autarquia, o perfil do investidor brasileiro permanece com uma predominância masculina, da região Sudeste do país, na faixa etária de 36 a 45 anos e um sutil aumento na participação de faixas etárias mais jovens.

Outro ponto identificado é a presença maior de público com ensino superior ou pós-graduação completo. Cabe destacar que a renda familiar declarada e predominante entre os três perfis é acima de R$ 15 mil.

Ainda segundo o estudo, os investidores possuem conhecimentos de conceitos básicos, tendo espaço para ampliar as noções de temas mais específicos, como impacto de juros sobre o preço de títulos de renda fixa. 

Outra pergunta respondida na pesquisa está relacionada aos objetivos que os levaram a investir. Quase 60% dos participantes com o perfil conservador, apontaram a necessidade da construção de uma reserva de emergência como principal porta de entrada. 

Já no público com perfil moderado, 65% declararam que o principal objetivo ao investir é formar reservas para a aposentadoria. Na ponta final, 80% dos entrevistados com perfil arrojado elegeram a criação de renda passiva como meta. 

Brasileiros e criptomoedas

Os dados da CVM revelam que os criptoativos, como Bitcoin, têm um espaço crescente nas carteiras, alcançando até 35,43% no perfil arrojado.

Os investidores conservadores, que priorizam segurança e baixa volatilidade, concentram suas carteiras principalmente em produtos de renda fixa. As principais escolhas incluem CDB/RDB (50,72%), Tesouro Direto e LCI/LCA/LF (39,13% cada) e outros fundos de investimento (DI, Renda Fixa, Multimercado) com 37,68%. Os criptoativos representam apenas 7,25%, indicando baixa exposição a ativos de maior risco nesse grupo.

Os investidores moderados, que buscam um equilíbrio entre risco e retorno, demonstram uma diversificação maior.

Ações (Bolsa de Valores) lideram com 84%, seguidas de outros fundos de investimento (66,67%) e CDB/RDB (65,33%). Nesse perfil, os criptoativos ocupam 21,33% das carteiras, sugerindo um interesse crescente por ativos digitais como parte de uma estratégia de diversificação.

Os investidores arrojados, conhecidos por sua alta tolerância ao risco, apresentam a maior participação de criptoativos. Ações (Bolsa de Valores) lideram com 90,73%, seguidas de fundos imobiliários (FII) com 66,56%.

Os criptoativos correspondem a 35,43% das carteiras, evidenciando o apetite por ativos digitais nesse perfil, superando inclusive outras opções tradicionais como debêntures e PGBL/VGBL.

A crescente presença de criptoativos reflete o interesse por oportunidades de alto retorno, principalmente em perfis arrojados. No entanto, mesmo em perfis moderados, a presença significativa de 21,33% demonstra que os ativos digitais estão se consolidando como uma opção relevante no mercado financeiro brasileiro.

Por outro lado, no perfil conservador, a baixa presença dos criptoativos indica que investidores avessos ao risco ainda enxergam as criptomoedas com certo receiro e preferem produtos de renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto.

Confira o estudo completo