Os brasileiros estão inovando no mercado cripto e levando projetos e conhecimento nacional para as maiores organizações do mundo. Prova disso é que entre os dias 09 e 10 de maio a Universidade de Stanford, na Califórnia, recebeu o Stanford Blockchain Governance Summit 2025, um dos principais eventos globais sobre governança descentralizada.

O Brasil foi representado no evento por Alexandro Netto, cofundador e Executive Director da Blockful, startup especializada em segurança de governança para DAOs.

A presença da Blockful no evento marca o reconhecimento internacional de um problema crescente: os ataques de governança. Em 2024, o time identificou e ajudou a mitigar uma vulnerabilidade crítica na ENS DAO, onde um atacante poderia, ao investir 30 milhões de dólares, capturar o controle de um tesouro avaliado em mais de 150 milhões. 

A descoberta levou à criação do Anticapture, um framework e dashboard de segurança de governança focado em rastrear riscos e fornecer recomendações práticas para mitigar ataques.

“Construir o Anticapture está sendo o maior desafio técnico da minha carreira, é um produto que está evoluindo muito rápido e é composto de muitas informações diferentes, o que exige um grau muito grande de domínio do negócio e gestão ágil.”, disse  Luiz Gustavo, Full-stack engineer

Com mais de US$ 400 milhões já drenados de DAOs por falhas de governança, o Anticapture oferece um sistema de estágios de segurança inspirado na abordagem da L2Beat para rollups. A ferramenta já está integrada à Uniswap DAO, ENS DAO e, em breve, à Optimism.

“Atacantes podem ser incrivelmente criativos. É importante prevenir ataques de governança. E chegar até Stanford e poder falar numa universidade desse tamanho mostra que isso é um problema que precisa ser resolvido e uma ferida que precisa ser mostrada para que o ecossistema possa se coordenar e melhorar a segurança das DAOs”, afirma Alexandro Netto, cofundador da Blockful.

A maioria dos esforços de segurança na Web3 ainda está concentrada em auditorias de código. Mas nem todos os ataques são técnicos, muitos exploram incentivos econômicos e estruturas de poder mal configuradas.

“Sem monitoramento, relatórios de segurança perdem o momentum. O Anticapture transforma essas análises em algo rastreável. Ele mantém a pressão para que a DAO aja. Fornece aos contribuidores um ponto de referência compartilhado. E ajuda a transformar análise de risco em ferramentas reais para a tomada de decisão no nível da DAO”, explica Daniela Zschaber, Product Manager da Blockful.

Parabellum e Ether Global Assets

Outro exemplo é a Parabellum Capital, fintech brasileira que firmou uma parceria estratégica com a Ether Global Assets, que passa a utilizar a Conta Global Multimoedas. A solução escolhida pela Ether Global Assets permite que a gestora opere com múltiplas moedas fiduciárias e ativos digitais em escala global, com maior controle, velocidade e integração.

Com acesso a redes bancárias como SEPA, SWIFT, Fedwire e PIX ,a Conta Global permite que as empresas atuam no cenário internacional em diversas jurisdições.

Além disso, recentemente, a empresa lançou o EQUIFI, que permite que indivíduos e empresas utilizem ativos do mundo real como colateral (como imóveis e recebíveis), liberando capital de forma rápida. Com a EQUIFI, 30% do capital é alocado em estratégias proprietárias da Parabellum com Bitcoin, enquanto 70% permanece sob controle direto do cliente — livre para ser utilizado como preferir.

"Estamos iniciando a implementação no Brasil, com foco em investidores de alto patrimônio e instituições, e em breve expandiremos para outros mercados emergentes como México, Emirados Árabes e Singapura", destacou Henrique Marinho, fundador e CEO da Parabellum.