A fintech de informações sobre investimentos Yubb é a primeira startup do Brasil a anunciar publicamente que alocou parte de seus recursos em criptomoedas, conforme matéria da Exame.

Seguindo exemplo de gigantes globais como Tesla e MicroStrategy, a Yubb busca se defender da inflação brasileira e da desvalorização das moedas tradicionais. O presidente da startup, Bernardo Pascowitch, diz:

“Vemos um movimento internacional de cada vez mais investidores globais passando a confiar nos criptoativos. E há um potencial muito grande em 2021 de desvalorização das moedas tradicionais, seja por questões econômicas, seja por impressão desenfreada de dólar e euro”

A decisão, porém, não é apenas baseada em hedge. Há também motivação "ideológica", segundo Pascowitch, que explica:

“Se as startups se colocam como as empresas mais inovadoras do mundo, por que não utilizar investimentos igualmente inovadores que estão quebrando paradigmas? E o bitcoin é o principal exemplo. É um movimento interessante que as startups devem fazer em termos de caixa.”

Em 2020, diante da crise econômica e sanitária, a Yubb passou a adotar uma reserva de emergência e a diversificar seus investimentos para tentar se precaver dos impactos da recessão. Por isso, a empresa passou a alocar 15% de seus recursos em criptomoedas e mais 20% em ações, especialmente nos índices S&P 500 e IbrX. Os 65% restantes foram alocados para a renda fixa, junto a ativos de liquidez que podem ser usados como reserva de emergência:

“Muitos entendem que o caixa da empresa não deve ser alocado em ativos mais arriscados. Mas produtos tradicionalmente usados para alocação do caixa estão com remuneração abaixo da inflação, e a empresa — principalmente uma startup, com caixa menor –, não pode se dar ao luxo de perder seu poder de compra. É cada vez mais importante fazer essa diversificação”

Apesar da entrada no mercado cripto, o CEO da startup não considera diversificar os investimentos para além das duas maiores criptomoedas - apesar de investir em ativos alternativos como pessoa física:

“Para investimentos de empresas em criptomoedas, eu não iria além de Bitcoin e Ethereum. As duas já têm uma volatilidade gigantesca. Na pessoa física, tenho várias criptos alternativas, mas, pensando no caixa, o Bitcoin já traz a ‘pimenta’ mais que necessária.”

Com a alocação da Yubb em criptomoedas como forma de hedge, há a expectativa de que outras empresas também entrem no criptomercado neste ano, especialmente se os investimentos institucionais ganharem mais força globalmente.

Como noticiou o Cointelegraph Brasil, parte das empresas brasileiras mostrou simpatia com as criptomoedas desde que a Tesla, a Visa e a Mastercard anunciaram a entrada no mercado cripto.

LEIA MAIS