No dia 10 de agosto de 2021, a contratação de Lionel Messi pelo Paris Saint-Germain causou ainda mais surpresas do que o esperado. Isso pois parte do pagamento do contrato (de dois anos, com possibilidade de mais um), que gira em torno de US$ 80 milhões, foi feito por meio do Paris Saint-Germain Fan Token (PSG).

A criptomoeda do clube francês foi criado em parceria com a Socios.com, que fornece tokens relacionados ao mundo do futebol, alimentada pela criptomoeda Chiliz (CHZ), que, desde a sua criação já subiu mais de 1567%, segundo dados do Coinmarketcap.

 

Logo após a contratação de Messi, a cotação da moeda do clube francês disparou no mercado, valorizando 112% no dia da confirmação da transação, atingindo seu recorde histórico (UU﹩ 59). Além disso, a novidade ousada puxou outras moedas digitais do mundo do futebol, como a do Barcelona, a FC Barcelona Fan Token (BAR), que valorizou 10% nas mesmas 24 horas.

Guilherme Nunes, um dos cofundadores da Olecoin destaca que quando um dos melhores atletas da história aceita parte do seu pagamento na moeda do clube, como foi o caso do Lionel Messi no PSG, você conclui que tudo já mudou.

“Eu diría que as criptomoedas já causaram um grande impacto no futebol mundial.. No Brasil os clubes precisam de suporte financeiro e técnico para que essa tecnologia tenha maior adesão possível por parte dos fãs que em sua maioria precisam de mais conhecimento sobre o assunto. Só que não é mais uma questão de participar ou não deste mercado, e sim de quando o clube de coração terá condições de aderir a este novo mundo que já é realidade.” diz Nunes.

Já Marcos Ferraz, fundador da USDSports, destaca que a união do mercado cripto com o esporte não é só tendência é fundamental.

"Essa transformação vai mudar o mundo, pois além de aumentar a capacidade de receita das organizações e atletas, cria a oportunidade dos fãs engajarem mais, se tornando um ser mais participativo, com voz e voto e ainda ser retribuído financeiramente para isso. Esse mês mesmo no BRAVE Combat Federation anunciamos uma nova reformulação da competição de MMA a nível global, a BRAVE National League, e tokenização está na lista de fontes de receita", afirmou

Criptomoedas e futebol

No futebol brasileiro, a própria Confederação Brasileira de Futebol (CBF) conta com sua fan token, além de clubes como Atlético - MG, Vasco e Cruzeiro. Além disso, no último dia 02 de setembro, o Corinthians lançou, um dia após o seu 111° aniversário, o criptoativo SCCP.

Criada pela plataforma Socios.com, a mesma do Paris Saint-Germain, a moeda chegou ao mercado com o preço inicial definido em 2 dólares, que também pagos com a criptomoeda nativa da plataforma, a Chiliz (CHZ).

A criptomoeda do clube paulista esgotou em menos de duas horas após o lançamento, arrecadando quase R$ 9 milhões. Além de receber as moedas, os investidores terão o direito de participar de votações no clube, ganhar brindes e participar de promoções exclusivas.

O mesmo modelo será seguido pelo Flamengo, que está preparando o lançamento da MENGO Fan Token, que deverá gerar, até o final de 2025, uma renda de até R$ 145 milhões ao clube, de acordo com a expectativa.

Olecoin e USDSports

Atualmente o Brasil também conta com dois grandes projetos nacionais voltados exclusivamente ao setor esportico, a Olecoin (OLE) e a USDSports.

No caso da Olecoin o projeto visa unir o mercado de revelações do futebol (garotos e garotas das categorias de base) junto com criptoativos e tem como um de seus fundadores André Figer, um dos principais grupos mundiais na negociação de jogadores.

A Olecoin pretende lançar uma plataforma própria para a negociação de jogadores tokenizados , tokens de clubes, entre outros. A previsão de lançamento, segundo os desenvolvedores, é para setembro/outubro.

“Nós estamos acompanhando no Brasil o primeiro grande momento das startups blockchain que trabalham em soluções sérias para o futebol. Porém, do que tenho conversado com os dirigentes dos clubes e outros profissionais que atuam no mercado sobre novas tecnologias, ainda existem barreiras enormes a serem vencidas", disse Figer.

Já a USDSports tem como fundador Marcos Ferraz e também pretende unir o mundo esportivo com os criptoativos via uma plataforma que pretende ter museus virtuais e físicos, além da possibilidade de investidores se tornarem “sócios” de clubes e arenas, ganhando junto com grandes eventos.

“Ao invés do fã apostar em um clube em uma plataforma de apostas, por exemplo, vai conseguir investir o seu dinheiro se tornando sócio deste determinado clube, e lucrar conforme o mesmo se valoriza, ao invés de arriscar, poderá investir”, declarou Ferraz.

A USDSports já fechou contrato com mais ou menos 20 organizações esportivas e de e-sports das mais variadas modalidades e que pretende lançar token lastreados no Mecanismo de Solidariedade FIFA, como fez o Vasco com o Mercado Bitcoin e o Cruzeiro com a Liqi.

O CEO da USD Sports ainda declarou que em breve anunciará o acordo com plataformas de streaming de esportes que aceitaram USD Sports (USDSP) como meio de pagamento.

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