Um brasileiro especialista de IoT, blockchain e inteligência artificial pelo Massachusetts Institute of Technology (MIT) criou uma plataforma de desenvolvimento de softwares sem "a necessidade de utilização de linhas de código". A matéria é do Projeto Draft.

Paulo Henrique Cerqueira, formado em administração pela PUC Minas e em Inovação Corporativa pela Universidade de Stanford, na Califórnia (EUA), é especializado pelo MIT em blockchain e cofundador da Nick Builder, uma plataforma que promete trazer a tecnologia "no code" para as aplicações de software.

Ele criou a empresa com Filipe Drumond Reis, mestre em Sistemas de Informação pela Universidade FUMEC com experiência de 15 anos em consultoria estratégica, a partir de uma ideia do fundador Alysson Nazareth, CEO formado em Sistemas de Informação pela PUC Minas e também fundador da desenvolvedora MRP Brasil.

A Nick Builder recebeu um investimento inicial de R$ 100 mil da Trekken Ventures, que trouxe para o projeto dois de seus cofundadores, Bruno Augusto Pfeilsticker e Flávio Araújo.

Segundo a publicação, a Nick Builder nasceu em 2018, a partir de uma ideia de Alysson:

"Em 2018, quando ainda atuava como desenvolvedor profissional de maneira tradicional, ele aproveitava seu tempo livre fora da empresa na qual trabalhava para fazer mais trabalhos como freelancer. Ao ganhar mais experiência com os seus projetos, percebeu que na maioria das vezes a parte de desenvolvimento de código para geração das soluções era muito parecida. Logo surgiu o pensamento: 'Se o que muda de um software para o outro são as regras de negócios, porque sempre reescrever as mesmas linhas de código?'".

O fundador já conhecia os demais antes da fundação da startup, participando de um outro projeto de aceleração de startups, quando acabaram "percebendo que havia sinergia para criarem algo juntos".

Hoje, a Nick Builder tem 14 clientes no Brasil e projeta uma rodada de financiamento entre o fim deste ano e o início de 2021 visando sua expansão.

O fundador da empresa explica o nicho de atuação da Nick Builder:

“O mercado possui uma enorme oportunidade. Hoje, existe um gap de demanda e oferta de desenvolvedores globalmente, e ainda maior no Brasil. Muitas empresas, empreendedores e executivos sabem o que querem construir para realizar a transformação digital em seus projetos, mas não conseguem colocar a ideia em prática pela falta de conhecimento técnico ou pessoas disponíveis. A Nick resolve essa dor”

Para ele, "o maior desafio é tornar a Nick Builder cada vez mais completa e robusta para que possibilite a criação de sistemas mais diversos”.

Além disso, ele projeta uma plataforma sem intermediação para os usuários, apesar de hoje os clientes dependerem da empresa para montar suas soluções. Além disso, Alysson Nazareth diz que quer criar uma "comunidade de configuradores" e um marketplace para que os criadores possam disponibilizar seus produtos para o mercado:

“Pensando em um futuro próximo, nossa meta é em breve ter nossa interface totalmente pronta, na qual o próprio usuário vai poder montar sua solução, sem precisar do nosso intermédio para fazer a configuração. Pensando um pouco mais para frente, gostaríamos de criar uma comunidade de configuradores Nick Builders, capazes de desenvolver produtos de maneira rápida e fácil. Além disso, disponibilizar um marketplace para que criadores coloquem seus produtos disponíveis para o mercado.”

A busca por programadores de tecnologias disruptivas e mesmo criptógrafos é apontado como um dos grandes gargalos dos próximos anos para o crescimento de startups e fintechs no Brasil. Como noticiou o Cointelegraph Brasil, uma série de centros de educação financeira e do mercado cripto buscam capacitar mais profissionais para esta área.

Uma das empresas que investe nesta área no Brasil é a Samsung, que já tem a Universidade de São Paulo, a Universidade Estadual do Amazonas, e a Unicamp como parte do programa educacional de inovação Samsung Ocean, ministrando cursos de blockchain e outras tecnologias disruptivas.

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