O Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, confirmou que o Brasil deve ter uma Moeda Digital nacional, CBDC, até 2022.
A confirmação do presidente ocorreu durante uma apresentação à organização internacional Americas Society Council of the Americas.
Nela, Campos Neto destacou os avanços do BC e ressaltou as duas principais pautas de inovação financeira da instituição, o PIX e o Open Banking.
CBDC
Assim, segundo Campos Neto, a estratégia do BC para a modernização do sistema financeiro nacional passa por três pilares: PIX, Open Banking e o que o presidente vem chamando de "inovação da moeda".
Desta forma, segundo Campos Neto, estes três pilares devem proporcionar um sistema mais simples, rápido, conversível e internacionalizado.
Durante a apresentação, Campos Neto destacou que a moeda nacional precisa ser "aperfeiçoada" e por isso, o BC planeja que a convergências destes pilares com os objetivos de modernização da economia tenham como resultado uma moeda digital para o Brasil.
"Vemos daqui para frente a união de uma forma de pagamento instantâneo, aberto e interoperável. com um sistema de dados aberto. Onde ele se encontram em algum momento lá na frente junto com uma moeda que tem que ser aperfeiçoada", disse.
Esta contudo não é a primeira vez que Campos Neto destaca a criação de um CBDC para o Brasil em 2022.
No ínício de semtembro o presidente do BC já havia declarado que em 2022 uma moeda digital nacional iria conviver com o real físico no sistema financeiro nacional.
“Deve-se ter um sistema de pagamentos eficiente e que seja interoperacional, um sistema aberto no qual exista competição e precisa de uma moeda que tenha credibilidade e seja conversível e internacional”, declarou na época.
Câmbio e Turismo
Embora o Banco Central tem declarado que a criação de um CBDC ainda está em estudo dentro da instituição, declarações recentes de diretores do BC reforçam a criação de uma Moeda Digital para o país.
Contudo, um CBDC no Brasil não seria proposto como um substituto amplo do dinheiro físico mas, pelo menos inicialmente, focado em operações de câmbio e turismo.
"A gente tem um projeto de simplificação dos processos de fechamento de câmbio e que vão combinar com uma moeda conversível (....) Lá na frente a gente enxerga um mundo muito mais digitalizado com uma moeda digital", revelou Campos Neto.
Já Aristides Andrade Cavalcante Neto, chefe-adjunto do departamento de tecnologia da informação do BC, destacou que uma das propostas do BC para o CBDC do Brasil é sua aplicação no turismo.
"Os bancos centrais têm estudado a importância sistêmica dos pagamentos digitais. Há jurisdições com oligopólios como na China, onde operam Wechat e Alipay, ou na Suécia, mercado dominado por um consórcio de bancos. No Brasil, a CDBC será um meio alternativo para o turista estrangeiro usar a moeda local sem precisar abrir uma conta para acessar o Pix”, explicou.
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