O Banco Central do Brasil (BC) anunciou oficialmente nesta quarta, 22, que o Drex será adiado para, pelo menos, o final de 2025, conforme já havia adiantado o Cointelegraph no mes passado.
Segundo anunciou a autarquia, os testes com soluções de privacidade não foram efetivos, sendo que as soluções apresentadas precisam de melhorias, que serão feitas pelas empresas e, portanto, uma nova fase de testes foi anunciada.
"As soluções tecnológicas de privacidade testadas até o presente estagio do Piloto não apresentaram a maturidade necessária para que se possa garantir o atendimento de todos os requisitos jurídicos relacionados à preservação da privacidade dos cidadãos, apesar de terem evoluído ao longo do tempo", disse o BC.
O BC destacou que na segunda fase de testes, a infraestrutura criada para o Piloto com Tecnologia de Registro Distribuído (DLT) passará a testar a implementação de smart contracts criados e geridos por terceiros participantes da plataforma. Os participantes poderão criar e gerenciar serviços próprios e novos modelos de negócios, não se limitando mais a serviços criados pelo BC.
Drex só para 2025
Nesta nova fase do Piloto Drex, será necessário avaliar diferentes casos de uso, sempre levando em conta os requerimentos de privacidade exigidos pela legislação em vigor. Serão incluídos no ambiente de testes ativos não regulados pelo BC. Para tanto, haverá necessidade de se assegurar a participação ativa de outros reguladores na plataforma Drex, em especial da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), que já acompanha a evolução da moeda digital do Brasil.
Nas próximas semanas, o BC abrirá prazo para que os atuais participantes do Piloto do Drex apresentem propostas de casos de uso. As iniciativas selecionadas passarão a ser testadas a partir de julho.
Ao longo do terceiro trimestre de 2024, o BC receberá novas propostas de candidatura de entidades interessadas em participar do Piloto Drex. Os selecionados deverão testar a implementação de smart contrats até o fim do primeiro semestre de 2025.
Durante o Fórum Drex, realizado pela BC nesta quarta, Rogério Lucca, chefe de departamento de operações bancárias e coordenador da 4 plenária do Fórum Drex, que as diretrizes do DREX e o piloto do BC têm se mostrado alinhados com as principais discussões e os principais desenvolvimentos internacionais relacionados ao tema de moedas digitais e bancos centrais.
"Planejamos concluir os testes das soluções de privacidade da primeira etapa do piloto nos próximos meses. Até 60 dias após a finalização desses testes, vamos nos dedicar à elaboração e publicação do relatório sobre o que foi realizado. E o que foi encontrado nessa primeira fase", disse.
Segundo Lucca, por um lado, a maturidade da tecnologia existente, notadamente no que toca a privacidade dos dados, que não permite ao BC ainda levar à produção neste momento uma plataforma de forma segura. Ainda segundo ele, por outro lado, persiste a demanda dos agentes representativos do sistema financeiro e do mercado de capitais para que o BC aprofunde o desenvolvimento de uma solução.
"Na próxima etapa do piloto, aprofundaremos a prospecção por soluções de privacidade, ao mesmo tempo em que abriremos a possibilidade de que os participantes do piloto possam ter diferentes ativos e contratos inteligentes desenvolvidos por eles com modelos de negócios distintos para serem testados na plataforma. Essa etapa nos permitirá começar a debater também questões relacionadas à governança da rede", apontou.
Confira a apresentação do BC no Fórum Drex