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Gino MatosGino Matos

Brasil exibe maior número de investidores cripto no terceiro trimestre de 2023, aponta relatório

Brasileiros também mostram grande interesse ao alocar a maior parte de seus portfólios em cripto, revela relatório da Toluna

Brasil exibe maior número de investidores cripto no terceiro trimestre de 2023, aponta relatório
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Na última semana de novembro, a plataforma de insights sobre mercados Toluna publicou seu relatório “Decodificando as Criptomoedas – Onda 7”. O número de investidores de criptomoedas no Brasil cresceu 7% no terceiro trimestre, totalizando 28%. Em comparação às outras três regiões do relatório, este não foi apenas o maior crescimento do período, como também é o maior percentual de investidores de criptomoedas do mundo atualmente.

Variação do percentual de investidores entre outubro de 2022 e agosto de 2023. Imagem: Toluna

Além disso, a média dos investimentos dos brasileiros alocados em criptoativos é de 72% no mesmo período, tornando o Brasil a região com maior média de investimentos em criptomoedas. A média global é de 61%.

Crença no longo prazo

Apesar do potencial especulativo das criptomoedas, a maioria dos brasileiros (37%) justificam que seus investimentos em cripto focam no “crescimento estável e no longo prazo”. A média global dos investimentos em cripto impulsionados por este motivo é de 34%.

Além disso, 30% dos investimentos em cripto feitos por brasileiros mira em ganhos explosivos no curto prazo, contra 34% da média global. A diversificação também é um fator que atrai a atenção dos brasileiros na hora de alocar capital em moedas digitais, com 35% apontando esta como a razão por trás de seus investimentos, contra 30% da média global.

No terceiro trimestre, o Brasil também foi a região que registrou o maior número de pessoas interessadas em investir em cripto. Ao todo, 82% dos brasileiros que ainda não possuem exposição a criptoativos pretendem se aventurar neste mercado dentro dos próximos 12 meses.

82% dos brasilerios pretendem investir em cripto até o terceiro trimestre de 2024. Imagem: Toluna

Quanto à gestão do portfólio, os brasileiros são os que menos pretendem reduzir o volume de capital aportado em cripto, com apenas 6% dos investidores manifestando essa intenção.

Conhecimento é a maior barreira

Ao redor do mundo, a crença de que o mercado cripto é muito arriscado é o que mais afasta investidores deste setor. A média global de investidores demonstrando este sentimento é de 46%. No Brasil, contudo, apenas 30% dos investidores ficam de fora da economia digital por este motivo.

A principal barreira para os brasileiros é, na verdade, a falta de conhecimento sobre criptomoedas. Ao todo, 41% dos brasileiros avaliam que não conhecem o suficiente para investir em criptoativos, contra 32% da média global.

A opinião de que o mercado cripto não é seguro (21%) também é menor no Brasil em relação à média global (29%).

Além disso, em uma escala de 0 a 10, os brasileiros demonstraram 4,8 pontos de confiança na segurança da infraestrutura do mercado de ativos digitais no terceiro trimestre. Este é o maior nível global de confiança na estrutura da economia digital.

Entre o segundo e o terceiro trimestre deste ano, os investidores brasileiros foram os que apresentaram o maior crescimento em otimismo (14%) em comparação à América do Norte, Europa, Oriente Médio e África (EMEA, na sigla em inglês), e Ásia-Pacífico (APAC, na sigla em inglês). Os brasileiros são também demonstraram o maior crescimento em animação com o mercado cripto (4%), e a maior queda em insegurança (-8%).

Variação de emoções entre o segundo e o terceiro trimestre de 2023. Imagem: Toluna

Vale ressaltar, contudo, que a metodologia da Toluna isola o Brasil como único representante da América Latina, mas agrupa países em outras regiões. É o caso da região EMEA, que conta com sete países. 

Caso um dos países da EMEA possua um índice baixo em alguma das métricas analisadas, a média da região será afetada. A metodologia, então, impossibilita concluir se o Brasil é o país com o maior percentual em diferentes métricas presentes no relatório. O termo “região” foi, por isso, utilizado na presente matéria.