Investidores brasileiros de criptomoedas estão aderindo cada vez mais aos protocolos DeFi e o país é, hoje, o oitavo colocado no ranging global de usuários de serviços de finanças descentralizadas.

Os números fazem parte de um levantamento da Consensys, uma das principais empresas do mercado de tecnologia blockchain e desenvolvedora da MetaMask, a carteira digital não custodial mais utilizada hoje no mundo.

Com 140 mil endereços únicos ativos utilizando a Metamask mensalmente, o Brasil é o líder em adoção do setor na América Latina, muito a frente de Venezuela e Argentina, que vem em seguida na segunda e na terceira posição, respectivamente, de acordo com os dados da Connsensys.

O crescimento do setor de DeFi no Brasil reflete uma tendência global de adoção e utilização dos protocolos de finanças descentralizadas. Líder em TVL (Valor Total Bloqueado), o ecossistema DeFi na rede Ethereum agrega, hoje, mais de R$ 420 bilhões de ativos sob gestão. Essa quantia representa um crescimento de 4000% em relação a dois anos atrás, quando o TVL dos protocolos DeFi no Ethereum era de apenas 10,5 bilhões.

    A Ásia é o continente em que os serviços de finanças descentralizadas vem registrando maior expansão, com destaque para Vietnã, Filipinas, Tailândia, Indonésia e, é claro, a China. Europa e América do Norte vêm logo em seguida.

    O crescimento do setor é indissociável da expansão da adoção da MetaMask, que registra hoje 10 milhões de usuários ativos mensais - um número 19 vezes maior do que há um ano atrás.

    A MetaMask é um aplicativo móvel e uma extensão para navegador que funciona como uma carteira de criptomoedas para interagir com a rede Ethereum e qualquer outra rede compatível com ela, como a Polygon e a Binance Smart Chain.

    Hoje, a MetaMask é a principal plataforma global de interação com os protocolos DeFi, além do vasto universo da Web3.0, que inclui uma variedade de jogos on-line e todo o ecossistema vinculado aos NFTs (tokens não fungíveis), abrangendo arte digital, colecionáveis e marketplaces como o OpenSea.

    Segundo Dan Finley, cofundador da empresa, a MetaMask permite aos seus usuários "explorar novas formas de estabelecer confiança na internet": 

    "A MetaMask definiu um novo tipo de carteira de criptomoedas, onde os usuários não interagem apenas com moedas, mas com diversas aplicações descentralizadas, e estamos constantemente tornando estes novos tipos de aplicações mais seguros e acessíveis a um público mais amplo".

    "Sem sua própria chave privada, sem suas moedas"

    Diz um ditado clássico dos pioneiros do Bitcoin (BTC) que se você não possui as suas próprias chaves privadas, então você não dispõe de suas moedas, pois implica em confiá-las a terceiros. Seria a mesma coisa que confiar o seu dinheiro a um banco. Ou seja, um intermediário, que é justamente o que Satoshi Nakamoto se propôs a eliminar com a invenção do Bitcoin.

    A MetaMask é uma carteira não custodial, o que significa que os usuários têm total soberania e responsabilidade sobre os fundos nela armazenados, sem a necessidade de confiar em terceiros para armazená-los, transferi-los ou negociá-los.

    A MetaMask é uma alternativa às carteiras custodiais, que até então eram predominantes no mercado de criptomoedas. Nessas carteiras, as chaves privadas são confiadas a um terceiro, o custodiante, o qual, em última instância, é quem detem os ativos nela depositados.

    Os protocolos de finanças descentralizadas apresentam soluções às muitas limitações do sistema financeiro tradicional, tais como limitações de jurisdição em torno do livre fluxo de capitais, dos trâmites burocráticos, do excesso de intermediários, da falta de transparência e das altas taxas de serviço.

    Conforme relatou o Cointelegraph, a crescente adoção de criptomoedas em mercados emergentes como o Brasil e a América Latina mostra como o setor de DeFi está se aproveitando das ineficiências do mercado tradicional para se expandir ainda mais.

    LEIA MAIS