Dentre os 193 países, o Brasil é o 5º país com a maior quantidade de usuários de smartphones no ranking mundial. Atualmente o país possui mais de 118 milhões de usuários de celulares ativos, e fica atrás somente da Indonésia, Estados Unidos, Índia e China.

É o que revela um estudo divulgado pela plataforma de descontos CupomValido.com.br com dados da The World Bank e Statista sobre os smartphones no mundo. Segundo o estudo, é considerado um usuário de smartphone ativo, qualquer pessoa que usa um smartphone pelo menos uma vez por mês.

A China é o primeiro país do ranking, com mais de 953 milhões de usuários de smartphones. E a Índia segue em segundo lugar com 492 milhões, valor quase a metade da China. 

Taxa de Penetração de Celulares por País

A taxa de penetração de celular, é a porcentagem de usuários ativos em relação a uma população de um país. Esta é uma das métricas utilizadas para mensurar o quão avançada é a economia de um país. Valores acima de 70% são considerados como países de economia avançada.

Ao considerar a taxa de penetração de celulares, o ranking muda totalmente de ordem. Neste caso, o Brasil não figura nem estre os top 10 do ranking. Com 55,4%, o país fica na 15ª posição.

Isso mostra que apesar da quantidade absoluta de usuário de smartphones ser entre as maiores do mundo, quase a metade da população brasileira ainda não possui um celular.

Os Estados Unidos é o primeiro no ranking, onde quase a maioria da população (82,2%) possui um smartphone. Seguido pelo Reino Unido (79,8%), França (78,8%) e Alemanha (78,8%).

Bitcoin e criptomoedas

Essa abrangência dos smartphones afeta também o desenvolvimento do ecossistema de criptomoedas no qual as empresas precisam necessariamente desenvolver apps de suas plataformas para serem minimamente competitivas.

Carolina Mello, Diretora de Marketing da Nodle, destaca que os brasileiros são conhecidos por serem sociáveis e super abertos ao avanço tecnológico e os smartphones ocupam um  espaço unico por propocionar múltiplas ferramentas que estão sempre acessiveis na palma da mão.

"Há alguns anos, os smartphones se tornaram uma extensão de nós mesmo e à medida que foram surgindo novos recursos esse relacionamento foi ficando cada vez mais próximo até o ponto de sermos quase inseparáveis.

Isso nos mostra que temos uma demanda crescente por internet móvel e conectividade no país e um leque de possibilidades e soluções de negócios, que já vem sendo explorado pela Nodle e por outras startups e empresas de tecnologia, nas áreas de finanças, saúde, mobilidade urbana e agricultura. Investir em tecnologia móvel, conectividade e geolocalização pode ser uma maneira de aproveitar esse potencial, contribuir no desenvolvimento tecnológico e ainda expandir o portfólio de soluções inovadoras no país", afirmou

Já Guilherme Nazar, diretor-geral da Binance no Brasil, aponta que o país tem mais smartphones do que habitantes, e uma população aberta a experimentar e adotar inovações tecnológicas por isso o app da Binance tem um engajamento muito maior que o portal para web.

"A pessoa não tem conta no banco, mas tem um celular na mão, pode abrir uma conta na Binance, e usar criptoativos para fazer a feira ou comprar na mercearia da esquina. Então o uso do app da Binance é sim algo que continuará e ganhará ainda mais relevância. Embora haja sim muitas visitas na Web, os usuários que utilizam majoritariamente o aplicativo são aproximadamente 17x mais engajados", disse.

Nazar ressalta ainda que prova de como o engajamento pelo celular é maior está no uso do Binance Card, lançado no Brasil em janeiro de 2023, e no qual o Brasil já é um dos cinco maiores mercados do mundo para o Binance Card.

"Mais de 50% das compras com o Binance Card acontecem com despesas do dia a dia, compras comuns como: varejo geral, cafés e restaurantes além de mercados e supermercados", revelou.

App domina enquanto web2 caminha para web3

Fabricio Tota, Diretor de Novos Negócios do MB, também destaca que os apps dominam enquanto a Web2 vive seu momento de transição para a Web3. No caso do MB, não só os acessos, mas também as ordens colocadas manualmente acontecem mais por aparelhos celulares do que via web. 

"O fato de ser o 5o país do mundo em número de aparelhos celulares se soma a outros fatores que posicionam muito bem o Brasil no panorama cripto global: temos um ecossistema local com grandes exchanges e outras startups pujantes, um sistema financeiro que está abraçando - com algumas ressalvas - o mundo cripto e uma regulação, ainda que não esteja totalmente pronta, se mostra favorável ao desenvolvimento da indústria", disse o executivo.

Do total de acesso à exchange Foxbit, 49,9% são via aplicativos de smartphones. Desse montante, 25,4% são de aparelhos que utilizam o sistema operacional Android, e 24,5% em celulares com iOS.

Gabriela Garcia, CMO do Grupo Foxbit, aponta que quando se fala na experiência do cliente, independente da área de atuação, as empresas precisam dar atenção em como suas soluções vão ser acessíveis ao consumidor.

"Sabemos que o uso dos smartphones no país é enorme, sendo a forma de acesso digital preferida em muitos casos. Por isso, criar um aplicativo específico para a Foxbit Exchange foi um investimento importante para democratizar ainda mais o mercado de criptomoedas. Com o nosso app, as pessoas podem fazer operações onde estiverem, 24 horas por dia, sete dias por semana, sem ficarem presos em frente à tela do computador", disse.

No mundo das notícias a história é a mesma, o celular domina. Paulo Aragão, co-fundador do CriptoFácil, disse que os acesso via celular são majoritários no mercado de notícias de criptomoedas e que isso é uma tendência que já vem ocorrendo há tempos.

"Esse domínio do mobile frente ao desktop é algo que acreditamos vai se consolidar ainda mais e só deve mudar quando novas aplicações 'hands free' forem inventadas", apontou.

Smartphones

No caso da Vector, atualmente, 53% dos usuários da plataforma operam a partir do app mobile. Como o Vector é voltado para operações avançadas em criptomoedas, o dado corresponde a um nicho do mercado que, em média, opera cerca de 4 horas por dia. 

Willian Ou, CEO da token.com, também destaca que além de sua alta posição no ranking de usuários de smartphones, o Brasil é parâmetro global no mercado de tecnologias financeiras e inovações digitais como um todo. Não à toa, o país figura também entre os países que mais adotaram NFTs (durante e após a febre ocorrida no fim de 2021). 

O executivo afirma que esse cenário aponta para a necessidade de o mercado manter o olhar atento para o cenário mobile, especialmente se para incluir mais pessoas no ecossistema cripto e tornar as soluções oferecidas pela tecnologia blockchain mais acessíveis ao público geral. 

Ele aponta que a maioria das plataformas de cripto atualmente nasceram em versões para desktop e foram simplesmente adaptadas para o uso em celular, o que acaba prejudicando muito a usabilidade.

Segundo ele, o Brasil ainda apresenta um desafio maior, dado que grande parte dos dispositivos são Android (+90%) com uma grande variedade de especificações, incluindo aparelhos com tela pequena e pouca capacidade de memória e processamento.

"Contudo, a alta conectividade gera oportunidades. Vemos bastante espaço em cripto para soluções que vão além da compra e venda: educação, construção de comunidades e participação/governança, por exemplo. Cabe mencionar que para realizar esse potencial, a indústria precisa concentrar boa parte dos seus esforços em oferecer aos usuários uma experiência agradável, segura e modular, que permita ao usuário interagir com o ecossistema em níveis maiores ou menores de complexidade, conforme o seu nível de especialização e familiaridade", destacou.

A COO do Yaak Ventures, Marina Perelló, também revela que o acesso mobile representa mais de 85% das interações na plataforma como resgate de tokens de presença, mintagem de colecionáveis ou de obras com AI.

"Por conta disso, nossos projetos são modelados para acesso web via smartphone, e investimos numa experiência mais prática e pontual ao invés de aplicativos que eventualmente disputem espaço no dispositivo do usuário", disse

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