Durante uma conversa com o Cointelegraph no Web Summit, Juliana Walenkamp, Director Institutional Sales, LATAM da Bitgo, revelou que o país vive um momento propício para o desenvolvimento da indústria de Bitcoin (BTC) e criptomoedas.

Segundo ela, o mercado nacional possui muitas iniciativas, tanto governamentais como de empresas nativas do mercado de criptoativos e mesmo bancos e grandes companhias entrando no ecossistema de criptomoedas e até oferencendo e recomendando cripto para seus clientes.

"Há também novas oportunidades de investimento em tokenização com mais clareza regulatória dada pelas últimas diretrizes publicadas pela CVM. Estão estamos vendo um movimento muito propício tanto para a inovação como para o incentivo ao desenvolvimento de novas soluções e tecnologias no país", disse.

Walenkamp destacou também que este timming de desenvolvimento da indústria cripto no Brasil ficará ainda mais evidente depois da publicação do Decreto presidencial sobre o Marco Legal dos Criptoativos, que deve ser publicado até junho deste ano

"Isso vai ajudar a trazer mais velocidade para algumas iniciativas. Mas, de todo modo, o Banco Central já mostra uma posição cripto friendly por diversas vezes, inclusive podemos ver isso no Real Digital que tem como inspiração o ecossistema Ethereum. Isso tudo é muito decisivo para atrair novo capital investindo em criptoativos no país e mais confiabilidade, pois este ainda é um mercado muito novo", completou.

Brasil x EUA

Juliana destacou também que a missão das empresas no setor é educar o público geral sobre as criptomoedas e avançar com a tecnologia e comunicação para que mais pessoas possam construir este mercado e que os participantes existentes possam continuar construindo no ecossistema.

Sobre a posição recente dos reguladores americanos com relação à indústria de criptomoedas, principalmente SEC e CFTC frente a uma política mais pró cripto no Brasil, Juliana destacou que isso pode beneficiar o país e ajudar a trazer empresas que podem migrar dos EUA para o Brasil buscando um ambiente com uma regulamentação mais amigável.

"Eu acho que você ter o aval do regulador no desenvolvimento das empresas e da tecnologia é muito positivo para o mercado. Infelizmente os reguladores americanos estão fazendo um hard game e isso acaba promovendo a fuga tanto de capital como de recursos humanos do país", afirmou.

Ainda segundo ela, as empresas e pessoas do segmento estão começando a olhar para jurisdições que estão mais abertas para o desenvolvimento em si e o Brasil, segundo ela, está na vanguarda deste movimento.

"O Brasil é o principal mercado da América Latina e esperamos que com este posicionamento do Banco Central e com o avanço do Real Digital, e com todos os sandbox governamentais que estão em andamento, esperamos que as empresas olhem cada vez mais para este mercado no país e tragam mais desenvolvimentos e soluções", finalizou.

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