A pandemia de coronavírus levou a mudanças produtivas nos esquemas de trabalho ao redor do mundo, e o home office também tornou a população mais vulnerável a ataques de hackers.
A empresa de segurança cibernética Kapersky revela agora que o Brasil se tornou um grande centro global de ataques hackers, atacando desde corporações, entidades públicas, celebridades e até pessoas comuns, expandindo sua atuação para além das fronteiras do país.
Segundo o diretor de pesquisas da Kapersky, o russo Dmitry Bestuzhev, o Brasil hoje é "uma fonte muito importante de programas de código malicioso e de diversos ataques dirigidos principalmente ao setor financeiro". Ele completa:
"Antes, os cibercriminosos brasileiros focavam apenas no Brasil, mas depois começaram a expandir seus ataques para outros países, como México, Chile, Colômbia e Argentina. E hoje esses mesmos criminosos já atuam em países da União Europeia, principalmente Espanha, Itália e Portugal"
Falando durante o III Seminário Internacional de Cibersegurança no Chile, ele ressaltou que o Brasil também é pioneiro no ataque a sistemas de centros hospitalares em plena pandemia, como o que colapsou todo o funcionamento de um hospital alemão recentemente, uma ação que segundo o diretor acontece "principalmente de madrugada, quando os administradores não estão em seus postos" e que tem um impacto "não apenas em perdas econômicas, mas também em humanas".
Os alvos preferidos dos hackers brasileiros, porém, seguem sendo instituições financeiras e empresas, onde o potencial de gerar um rombo milionário é maior.
Neste ano, não foram poucos os casos de ataques a sistemas de empresas e atores estatais, com pedido de resgate em Bitcoin algumas vezes. No mais recente, hackers pediram Bitcoin como resgate para milhares de pacientes de psicoterapia que tiveram dados vazados. Em setembro, até os servidores do Ministério Público Federal foram atacados.
Segundo o Sputnik News, Bestuzhev ainda recomendou alguns cuidados para os usuários evitarem a ação de invasores: manter o sistema operacional atualizado, ter um programa de segurança confiável instalado e usar VPN como proteção "para não ter vazamento de informações".
Ao tornar-se um pólo da ação de hackers contra empresas e cidadãos dentro e fora do país, o Brasil agora compete com outras "potências" do setor, como a Rússia, acusada de interferir com hackers nas eleições dos EUA em 2016, e a China, que recentemente teria comandado uma enorme ação de hackers contra o Google.
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