A startup brasileira Plataforma Verde foi selecionada pelo Fórum Econômico Mundial para um projeto internacional envolvendo o uso de blockchain para o rastreamento da cadeia de produção. O projeto é uma parceria do Fórum junto com a Organização das Nações Unidas, por meio do International Trade Center.
"Hoje, o Fórum Econômico Mundial está anunciando a primeira plataforma de rastreabilidade pública e neutra feita em blockchain, capaz de visualizar dados da cadeia de suprimentos de várias empresas e fontes de informação. Isso visa ajudar as empresas de todos os setores a responder às demandas dos consumidores por produtos mais éticos e sustentáveis", destaca o comunicado do Fórum.
Além da empresa brasileira e das organizações multilaterais também fazem parte do projeto as empresas Everledger, Lenzing Group e TextileGenesis. A plataforma piloto resultante dessa iniciativa, no entanto, pode consumir dados de blockchain de várias fontes de informação e visualizá-los em um site neutro que será o Mapa de Sustentabilidade do ITC.
"Dessa forma, o ITC pode garantir de todas as partes, que seus dados não serão compartilhados externamente e que dados confidenciais podem ser guardados em datacenters da ONU, beneficiando-se da neutralidade da Organização, bem como de suas imunidades e privilégios", afirma o comunicado.
Segundo o Fórum, consumidores e empresas têm interesse em tornar as cadeias de suprimentos mais transparentes, mas carecem de uma plataforma confiável e neutra, onde as empresas possam visualizar publicamente os dados da cadeia de suprimentos capturados em registros distribuídos.
“Cadeias de suprimentos transparentes estão acontecendo”, disse Francisco Betti, Head de fabricação e produção avançada do Fórum Econômico Mundial. “Para auxiliar as empresas a responder às demandas dos consumidores e não ficar para trás, nós construímos a primeira plataforma que trabalha em todos os setores para interpretar dados das soluções de blockchain de diferentes fornecedores. Nós esperamos que isso estimule a adesão e encorajamento das empresas em se juntar e co-projetar o escopo técnico, bem como a forma como lidamos com as questões difíceis sobre privacidade e como conectamos os mundos físico e digital”.
Em breve, tais visualizações serão cobertas com os outros bancos de dados do ITC, permitindo que os usuários tenham uma visão abrangente do fluxo de mercadorias e outros indicadores, além de certificações ambientais e sociais dos parceiros da cadeia de suprimentos.
“A fim de colocar a economia circular em pauta, a tecnologia precisará oferecer mais confiança, transparência e rastreabilidade, por isso é fantástico ver um número crescente de iniciativas voltadas a esses objetivos”, disse Leanne Kemp, CEO da Everledger. “É vital que organizações de alto nível, como o Fórum Econômico Mundial e o ITC, defendam práticas desse tipo e exijam maior colaboração e coordenação entre instituições internacionais relevantes e diferentes partes da indústria”.
Além das empresas atuais, o Fórum Econômico Mundial está convidando marcas e fornecedores, que atualmente usam o blockchain para rastreabilidade, a se unir a esse esforço e auxiliar a moldar o futuro da rastreabilidade digital para aprimorar a transparência e sustentabilidade do ecossistema global de manufatura e produção.
“A PlataformaVerde vem trabalhando nos últimos anos para ajudar empresas e governos a acelerar a produção sustentável usando nosso software de rastreabilidade e gerenciamento via blockchain. Este trabalho fez com que fôssemos a única empresa da América Latina a participar de uma coalisão liderada pelo Fórum Econômico Mundial, tão relevante em prol de um bem comum para sociedade. O sistema criado visa ajudar empresas de todos os setores a responderem às demandas dos consumidores por produtos mais éticos e sustentáveis, e é muito gratificante para a PlataformaVerde fazer parte desta união. Isto comprova que todo o trabalho realizado no Brasil foi reconhecido e que a internacionalização da empresa já é uma realidade”, Chicko Sousa, Fundador e CEO da PlataformaVerde, Brasil.
Como noticiou o Cointelegraph, recentemente o Fórum Econômico Mundial criou o que afirma ser o primeiro consórcio global dedicado a projetar uma estrutura para a governança transnacional de moedas digitais, incluindo stablecoins.
Para tanto, instituiu o Global Consortium for Digital Currency Governance (Consórcio Global para Governança da Moeda Digital) que se concentrará no desenvolvimento de abordagens de política interoperáveis, transparentes e inclusivas para regular o espaço da moeda digital e promover a colaboração público-privada nos países desenvolvidos e economias emergentes.
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