O Ministério da Saúde confirmou em 29 de fevereiro o segundo caso do Coronavírus no país, atualmente os dois casos confirmados no Brasil são de pessoas que vieram da Itália onde o governo enfrenta dificuldades em controlar a epidemia. Com a confirmação, especialistas apontam que em até duas semanas (período em que o vírus consegue ficar incubado) dos comércios populares da 25 de março as negociações de Bitcoin podem ser afetados pela crise.

“Deve afetar da Zona Franca de Manaus ao comércio popular da 25 de Março e do Saara, mas só saberemos melhor a partir desta semana”, afirma Leandro Barreto, sócio da Solve Shipping à Folha de São Paulo.

Segundo Barreto o avanço do Coronavírus já está sendo sentido pelas regiões importadoras tendo em vista que, no caso do Brasil, cerca de 28 navios com contêineres que partiriam da China para cá estão parados nos portos asiáticos, Além disso o impacto da paralisação das fábricas na China ainda não foi sentido pelos consumidores aqui no Brasil, mas, segundo ele, é inevitável que ele chegará.

Segundo último balanço do Ministério da Saúde no Brasil, além dos 2 casos confirmados, há 207 casos suspeitos do novo coronavírus e 79 descartados em todo o Brasil.

O Cointelegraph conversou com dois importadores da chineses que abastecem a região central de São Paulo com mercadorias da China. Ambos ressaltaram que excluindo os navios que já haviam saído da China antes da paralisação, tudo está parado.

"Quem não possui estoque no Brasil vai ficar sem mercadoria. Porém alguns comerciantes estão, de certa maneira, com uma expectativa positiva sobre isso pois vêem como uma oportunidade para vender itens que já estavam 'fora de moda' no estoque mas que, com um possível desabastecimento, podem ganhar uma 'brecha' de sobrevida", destacou Pedro, como prefere ser chamado um dos importadores sobre seu 'nome' ocidental.

Pedro destaca ainda que se o Coronavírus 'chegar' em São Paulo assim como ocorreu na China, certamente impactará todo o comércio no país, inclusive as negociações com Bitcoin e criptomoedas.

"Eu mesmo não compro Bitcoin desde o dia 20 de janeiro. Antes viviamos em São Paulo em 4 pessoas hoje somos 14, pois trouxe meus país e filhos que estavam na China para cá. O nosso custo de vida no Brasil aumentou enquanto diminuiu nossos gastos na China já que a família está toda aqui e não há 'comércio' por enquanto por causa do Coronavírus, então não faz sentido comprar Bitcoin ou USDT . Para mim isso não é investimento, é negócio, é uma ponte financeira. Então, se não preciso cruzar a ponte agora, não uso mais Bitcoin" argumenta.

Além disso, Pedro destaca que, ainda é cedo para prever como uma disseminação do Coronavírus no Brasil pode impactar todo o comércio, mas reforça que a atuação das autoridades tem que ser firme agora que dois casos já foram identificados.

"O problema com o Coronavírus é o tempo de incubação. Ele fica até 15 dias sem manifestar sintomas mas, nesse período, ele é contagioso, desta forma você não sente nada mas está transmitindo o vírus. Quinze dias depois, quando os sintomas aparecem e os governos começam a agir já pode ser tarde para conter seu avanço. Ainda é cedo para saber como o vírus vai se comportar no Brasil e a dimensão que ele pode ganhar, contudo, é inevitável que se houver uma propagação dele o governo terá que dar uma resposta similar a chinesa o que pode levar a paralisação de setores", reforça.

Pensando no vírus na China e não no Brasil, a Abrinq (Associação Brasileira dos Fabricantes de Brinquedos), disse que vê uma oportunidade para as fábricas nacionais com o Coronavírus na China. Segundo a associação,, já que, as unidades da China precisam estar plenamente recuperadas até abril ou não vão conseguir produzir para abastecer o comércio nacional para o Dia da Criança, a  indústria nacional pode ganhar um novo impulso já que tem capacidade para atender a demanda e pode 'abocanhar' 48% do mercado, fatia 'dominada' pelos brinquedos chineses.

Enquanto isso, de acordo com os dados mais recentes da Organização Mundial da Saúde (OMS), até o dia 29 de fevereiro, foram confirmados 85,4 mil casos em 54 países, com 2,9 mil mortes. A China concentra os números: 93% dos casos confirmados e 97% do total de óbitos.

Como noticiou o Cointelegraph, uma das maiores exchanges do mercado, a Coinbase já se adiantou a um possível surto de Coronavírus fora da China e destacou que já tem uma 'plano de ação, dividido em escalas relacionado a propagação do vírus. Cada fase do plano será desencadeada por um aumento no número de pessoas infectadas pelo coronavírus ou pelos governos locais que responderem com quarentena nas proximidades dos escritórios da Coinbase.. 

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