O banco central da Bolívia relatou um aumento de 100% na média mensal de negociações de ativos virtuais no país desde que suspendeu sua proibição ao Bitcoin no final de junho.

Cerca de US$ 15,6 milhões em ativos virtuais foram negociados em uma base mensal média entre julho e setembro — 105% a mais do que a média dos 18 meses anteriores, de janeiro de 2023 a junho de 2024.

Os US$ 48,6 milhões negociados nos últimos três meses superaram o total dos seis meses anteriores e foram compostos em grande parte por transações com stablecoins, revelou o Banco Central da Bolívia (BCB) em um relatório de 26 de setembro.

O banco central atribuiu o aumento à suspensão de uma proibição de 42 meses ao Bitcoin (BTC) e aos pagamentos em criptomoedas realizados por bancos em 25 de junho. A Bolívia havia proibido o Bitcoin em 2014.

"O BCB está abrindo caminho para o uso de criptoativos na Bolívia. Nosso país está dando passos gigantes em direção a um futuro econômico com maior uso de instrumentos digitais acessíveis", disse o presidente interino do BCB, Edwin Rojas Ulo, em uma coletiva de imprensa.

Mudança nos valores de transações em criptomoedas desde janeiro de 2024. Fonte: BCB

O número de transações em criptomoedas também aumentou 141% nos últimos três meses em comparação com os seis meses anteriores.

O aumento ocorreu à medida que mais seis instituições financeiras se registraram para oferecer serviços de ativos virtuais entre julho e agosto, permitindo que bancos transacionem com criptomoedas por meio de canais eletrônicos aprovados. Rojas Ulo acrescentou:

“Desde que a regulamentação entrou em vigor, a população tem um mecanismo alternativo para processar transferências para e do exterior e pagamentos de comércio eletrônico, entre outras atividades.”

Ele espera que a integração posicione melhor as empresas bolivianas para participar do comércio e das trocas internacionais.

Desde que a proibição foi suspensa, o banco central da Bolívia incorporou ativos virtuais ao seu Programa de Educação Econômica e Financeira e realizou 33 workshops em todo o país, alcançando mais de 3.000 pessoas.

Dados do Banco Mundial mostram que a inflação dos preços ao consumidor na Bolívia foi de 2,58% em 2023, tornando-a uma das mais baixas da América Latina. O boliviano boliviano perdeu apenas 2,4% de poder de compra em relação ao dólar dos Estados Unidos nos últimos cinco anos.