O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) lançou uma nova linha financiamento voltada para a Industria 4.0.
A linha, conhecida como "Crédito e Serviços 4.0", tem o objetivo de financiar serviços tecnológicos avançados e os também aqueles conhecidos como intangíveis, com enfâse especial voltada às pequenas e médias empresas.
Segundo o BNDES, a nova linha visa a modernização das empresas, estimulando a transformação digital e adoção de tecnologias 4.0, incluindo blockchain, Internet das Coisas (IoT) e outras tecnologias digitais.
Além de pequenas e médias empresas, o financiamento é destinado a produtores rurais e ao setor público, e operacionalizado por meio de crédito indireto automático.
BNDES
O gerente de Clientes do BNDES, Gabriel Aidar, explicou que o objetivo é preparar as empresas para a implantação da manufatura avançada e viabilizar a implantação de soluções de cidades inteligentes.
Entre os serviços tecnológicos apoiados pela nova linha de crédito estão manufatura enxuta e avançada, digitalização, internet das coisas (IoT), desenvolvimento de novos produtos e processos, tecnologias industriais básicas, eficiência energética e redução de resíduos.
O limite por operação é de até R$ 5 milhões.
A participação do BNDES é de 100%, com 20% de giro associado.
O prazo de pagamento é de até 120 meses, com prazo de carência de três a 24 meses.
“A gente financia inteligência, a capacidade de gerar contribuições em vários setores, em várias áreas”, disse o diretor de Participações, Mercado de Capitais e Crédito Indireto do BNDES, Bruno Laskowsky. Isso compreende tudo que é relacionado à digitalização, economia produtiva, manuseio de dados, Big Data, IdC, entre outros serviços, que somados aos financiamentos tradicionais podem levar ao crescimento da economia.
Marco da indústria
Ainda segundo o BNDES, o lançamento da linha Créditos e Serviços 4.0 vai complementar a linha Finame Máquinas 4.0 para aquisição de máquinas compatíveis com o sinal de internet 5G e IoT.
A Finame Máquinas 4.0 já tem cadastrados 119 itens e 50 fabricantes, informou o gerente de Clientes do BNDES, Gabriel Aidar.
Assim, o diretor Bruno Laskowsky afirmou que o novo programa de financiamento é um marco estruturante para a indústria nacional.
“O BNDES quer gerar impacto social, melhorar a vida das pessoas lá na ponta e incentivar a economia”, declarou.
Competitividade
O ministro substituto da Ciência, Tecnologia e Inovações, Julio Semeghini, sustentou que a ideia é que a transformação digital possa avançar no país.
Assim, segundo ele, o ministério tem trabalhado para que as chamadas tecnologias 4.0 possam abranger o Brasil como um todo.
Em edital, lançado pela Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) recentemente, foram inscritos 1.190 projetos que solicitaram crédito de R$ 1,7 bilhão, e o edital só disponibilizava R$ 50 milhões.
“Isso mostra como o Brasil está preparado para aproveitar a oportunidade da transformação digital”, disse Semeghini.
Industria 4.0
Já o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade do Ministério da Economia, Carlos Da Costa, destacou que quando se fala hoje em financiar desenvolvimento, está se falando de ativos intangíveis.
“Eu enxergo a nova linha do BNDES como um exemplo, talvez o mais importante, porque a transição para a indústria 4.0 é um fenômeno que traz oportunidades fundamentais para nós hoje”, disse.
Costa não tem dúvida que a indústria 4.0 permitirá ao Brasil dar saltos de produtividade e, consequentemente, de emprego e renda.
O secretário afirmou que a nova linha de crédito do banco será complementada por ações da Câmara Brasileira da Indústria 4.0.
“Nós precisamos disso”
Para o presidente executivo da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), José Velloso, o Brasil não pode ficar de fora das tecnologias habilitadoras da indústria 4.0.
“Nós precisamos disso”, afirmou.
Velloso completou que a melhoria da competitividade e da produtividade da indústria nacional passa por essas ferramentas.
O diretor de Desenvolvimento Industrial da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Carlos Abijaodi, considerou que a evolução rápida da indústria tem sido preocupação também dos países desenvolvidos e o Brasil está precisando fazer o mesmo, de modo a aumentar a capacidade da indústria nacional para competir internacionalmente.
Abijaodi comentou que o salto para a indústria 4.0 vai trazer desafios para os setores público e privado e vai ajudar na retomada da economia.
O diretor-geral do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai), Rafael Lucchesi, observou, por sua vez, que os serviços tecnológicos são habilitadores da indústria 4.0.
Ele acredita que a parceria com o BNDES terá desdobramentos importantes para a indústria brasileira ser mais competitiva e ganhar novos mercados.
O diretor presidente da Embrapii, organização social voltada à inovação na indústria, Jorge Almeida Guimarães, salientou que ao fomentar a digitalização das empresas, o BNDES contribui para prepará-las para a obtenção de crédito.
A Embrapii tem atualmente 61 unidades cuja grande força é o conhecimento intangível para atender às demandas das empresas nacionais, em todos os segmentos da indústria 4.0.
De acordo com Guimarães, isso acontece porque a grande maioria das empresas brasileiras, sobretudo as de pequeno porte, não têm centros de pesquisa e desenvolvimento, que é o que a Embrapii oferece.
Ele acredita que as tecnologias digitais modernas vão diminuir a distância entre as indústrias do Brasil e do mundo. Acrescentou que a meta da Embrapii é desenvolver a indústria nacional com vistas à internacionalização das empresas.
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