A transparência e a agilidade são os principais pontos fortes da tecnologia blockchain, afirmou uma executiva do HSBC em entrevista à revista francesa de negócios e tecnologia, L'Usine Digitale, nesta segunda-feira, 4 de fevereiro.
Béatrice Collot, head de Comércio Global e Finanças do HSBC, descreveu o papel das tecnologias emergentes, como a inteligência artificial (IA), a Internet das coisas (IoT) e a blockchain no financiamento do comércio. Ela fez seus comentários às vésperas do IN Banque, conferência que acontece nesta semana em Paris.
De acordo com a executiva, a blockchain está preparada para transformar o financiamento global do comércio, reunindo todas as partes interessadas e permitindo que as informações sejam compartilhadas de maneira mais transparente.
Béatrice afirmou ainda que a blockchain tem o potencial de convergir os dois principais ecossistemas envolvidos no financiamento do comércio - o ecossistema financeiro, que inclui bancos e fornecedores, e o ecossistema da cadeia de suprimentos. Ao mesmo tempo, a tecnologia pode fornecer uma plataforma unificada para várias partes interessadas, potencialmente evitando dificuldades que retardam as operações.
A executiva do HSBC afirmou:
“Assim, a transparência e a agilidade são os verdadeiros pontos fortes da blockchain, e devem gerar não apenas uma economia significativa de tempo e maior segurança, mas também uma economia [financeira] significativa.”
Béatrice notou ainda o que ela vê como as três principais plataformas blockchain atualmente em uso: a Corda, do consórcio blockchain R3, o Ethereum (ETH) e o Hyperledger, suportado pela IBM. Listando plataformas blockchain, a executiva observou ainda que “na verdade, existem centenas. Talvez daqui a dez anos haja apenas um."
A representante do HSBC também mencionou que o banco está participando ativamente de plataformas blockchain, como o We.trade e eTradeConnect, bem como do projeto comercial, movido a Corda.
Lançado em outubro de 2018, o projeto Voltron pretende aplicar blockchain ao processo de negociação de cartas de crédito. O primeiro live trade do projeto foi testado pelo banco holandês ING em novembro de 2018.
Em meados de janeiro, o HSBC revelou que havia liquidado US$ 250 bilhões em operações de câmbio usando blockchain em 2018. A plataforma blockchain do banco, apelidada de "FX Everywhere", processou 3 milhões de transações e 150.000 pagamentos desde seu lançamento em fevereiro do ano passado.