O líder da arquitetura técnica do Ministério da Justiça da Grã-Bretanha, Alistair Davidson, afirmou que o Blockchain ou a tecnologia de livros-razão distribuídos (DLT) tem um grande potencial como ferramenta para garantir e verificar evidências digitais em uma investigação criminal. Ele citou especificamente o uso da tecnologia na criação de registros de metragem de câmera desgastada por oficiais.

Em uma postagem de blog publicada no início de novembro de 2017, Davidson detalhou como o Blockchain pode ser usado na aplicação da lei, particularmente no estabelecimento de registros de filmagens feitas por câmeras usadas por policiais. Ele afirmou que a acusação pode usar o registro do livro-razão para provar a autenticidade dos vídeos durante os julgamentos dos tribunais.

"Esta propriedade de distribuição de confiança pode ser verdadeiramente transformacional em situações em que a confiança pública do governo pode não ser considerada como adquirida".

Protegendo a evidência digital

Em sua explicação, Davidson afirmou que o livro-razão não seria usado para armazenar a filmagem, mas conteria um hash dos dados e metadados do vídeo, bem como uma lista de sua localização dentro da área de armazenamento usada pelo governo.

Ele explicou ainda que, se os vídeos forem carregados em um armazenamento em nuvem disponível publicamente, o Blockchain pode ser lido por qualquer usuário em qualquer lugar, mas somente a polícia pode escrever informações adicionais nele.

Enquanto isso, o Ministério da Justiça explicou, em uma visão geral técnica publicada, que, apesar da sua imutabilidade, um Blockchain só pode verificar os ativos que estão armazenados depois de serem listados. Os arquivos ainda podem ser alterados ou modificados antes de serem listados no Blockchain.

"Em um determinado momento (de acordo com o carimbo de data/hora do Blockchain), esse recurso digital existia precisamente nesta forma. Nós também podemos identificar a organização/pessoa que escreveu a impressão digital digital para o Blockchain. Não podemos dizer que o recurso digital nunca foi adulterado ou falsificado - apenas que não foi alterado desde que sua impressão digital foi gerada".

Este não é o primeiro caso em que o Blockchain é usado em investigações criminais. Na verdade, o FBI usou criptomoedas para resolver um caso de assassinato no início deste ano.