A tecnologia blockchain tem o poder de mudar a forma como os serviços públicos são oferecidos segundo o pesquisador do Instituto Tecnologia e Sociedade do Rio de Janeiro (ITS-Rio), Alexandre Barbosa.

Em uma declaração publicada hoje, 01 de outubro, no jornal Valor Econômico, o pesquisador afirmou que a tecnologia do Bitcoin abre oportunidade para repensar a forma entre o serviço público e o cidadão e para ele a gestão de dados por parte do Estado pode ser um dos principais dilema da inovação.

“A identidade digital pode ser entendida como uma mera coleta de dados biométricos de cidadãos para serem armazenados em banco de informações, que dá maior controle e vigilância para o Estado. Ou pode ser entendida como algo que coloque o cidadão no controle da gestão desses dados”, diz Barbosa. 

Segundo dados do Ministério da Ciência e Tecnologia mostram que países com processos de digitalização mais avançados notaram uma redução de 97% nos custos de atendimento, a maior parte deles em mão de obra.

O uso de blockchain e novas tecnologias no serviço público nacional tem avançado ao longo dos anos. No Brasil, instituições públicas como o BNDES, Receita Federal já estudam ou adotam o uso de blockchain em determinadas aplicações.

Enquanto isso, na Câmara dos Deputados, um projeto de Lei multipartidário pede que seja obrigatório o uso de blockchain nos serviços públicos. O PL, ainda está em debate pelos deputados.

Como noticiou o Cointelegraph, o Presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto, destacou em Audiência na Comissão Mista de Planos, Orçamentos Públicos e Fiscalização no Senado Federal, que o uso da tecnologia blockchain é importante para o BCB avançar na digitalização da economia.

"Trabalhar na modernização do Sistema Financeira Nacional é fundamental para alcançarmos esses objetivos — simplificando e desburocratizando o acesso aos mercados financeiros para todos e dando um tratamento homogêneo ao capital, independentemente de sua nacionalidade ou se provém de um grande ou de um pequeno investidor. Para o sistema financeiro, essa mudança tecnológica significa: democratizar, digitalizar, desburocratizar e desmonetizar. Para criar esse futuro, precisamos dominar novas ferramentas, tais como: blockchain, serviços de nuvem, inteligência artificial e digitalização. Com esse objetivo, a nossa agenda de trabalho, a Agenda BC+, está sendo reavaliada e ampliada", disse.