A BlackRock, maior gestora de ativos do mundo, anunciou uma parceria com a B3, para o lançamento de um ETF BDR de Bitcoin no Brasil. Este é o primeiro ETF cripto da BlackRock no Brasil e é lançado depois do sucesso do ETF spot de Bitcoin aprovado pela SEC nos EUA, no qual a gestora vem batendo recordes de negociações.
O anúncio foi feito por Karina Saade, presidente da BlackRock no Brasil, durante um evento na sede da empresa em São Paulo. O ETF terá o ticker IBT39 e será listado na B3, já no dia 01 de março e estará disponível para investidores qualificados e para investidores de varejo.
"Acreditamos no potencial da tecnologia e que hoje é possível que todos os investidores, pessoas físicas possam construir uma carteira só com ETFs", disse.
No lançamento, a BlackRock destacou que as regulamentações e infraestrutura do mercado de criptomoedas cresceu e isso motivou a empresa a entrar neste mercado. Além disso, apontou como o lançamento de um ETF spot libera o mercado de criptomoedas para novos investidores.
“Não estamos validando o Bitcoin como investimento, mas oferecendo oportunidades para as pessoas investirem em criptomoedas de forma segura. Definitivamente o interesse vai crescer. É um mercado muito novo. A gente está numa fase inicial ainda de crescimento”, acredita Nicolas Gomez, head de produtos iShares e clientes institucionais para América Latina da BlackRock.
O IBIT39 busca acompanhar o desempenho do preço do Bitcoin e carrega uma taxa de administração de 0,25% com uma isenção de um ano reduzindo a taxa para 0,12% sobre os primeiros US$ 5 bilhões ativos sob gestão (AUM).
"O lançamento do BDR de ETF iShares Bitcoin Trust, IBIT39, avança na inovação dos ETFs e permite o acesso ao bitcoin para os investidores através de um valor mobiliário - o BDR de ETF - que poderá ser incorporado de forma consistente, conveniente e econômica, ao lado de outras classes de ativos como ações e títulos, em seus portfólios", afirmou Saade.
O BDR de ETF iShares Bitcoin Trust, IBIT39, é sustentado pela mesma tecnologia de nível institucional e experiência em gerenciamento de risco usada para os 1.300 ETFs iShares. O IBIT39 é um marco importante na iniciativa de ativos digitais da BlackRock, exemplificando a experiência da empresa em ETFs e inovação nos mercados financeiros.
“Esta é mais uma oportunidade para os investidores incluírem exposição ao Bitcoin em suas carteiras. O crescente interesse no mercado cripto por investidores de todo o mundo despertou a busca por opções também no mercado de capitais brasileiro. Estamos comprometidos em oferecer produtos que atendam a essa demanda, mantendo a segurança de operar na B3", afirma Felipe Gonçalves, superintendente de Produtos de Juros e Moedas da B3.
Ainda segundo a BlackRock, caso a empresa consiga a aprovação de um ETF spot de Ethereum pela SEC nos EUA, a empresa deve estudar o lançamento de um BDR de ETF do tipo no Brasil, assim como fez agora com o IBIT39.
O mercado de criptomoedas na B3 começou em 2021, e já há 13 ETFs com exposição a criptoativos e possui um patrimonio de 2,5 bilhões de reais. Em 2024 os ETFs cripto já chegaram a negociar mais de R$ 30 milhões.
BDR de ETF
O IBT39 será um BDR de ETF. Os Brazilian Depositary Receipts de ETFs estrangeiros (BDR de ETF) são valores mobiliários emitidos no Brasil, que possuem como lastro cotas de ETFs emitidos no Exterior.
Para emissão do BDR de ETF, o administrador dos ETFs no Exterior deve celebrar um contrato no Brasil com uma instituição depositária, a qual será responsável por emitir os BDRs.
A instituição depositária tem como responsabilidade garantir que os BDRs de ETF emitidos no Brasil de fato estejam lastreados nos valores mobiliários emitidos no Exterior. Desta forma, a instituição depositária mantém uma conta em um custodiante no Exterior onde permanecem depositados e bloqueados os respectivos valores mobiliários utilizados como lastro dos BDRs de ETF.
A instituição depositária deve garantir que não haja qualquer descasamento entre o saldo dos valores mobiliários no Exterior e dos BDRs emitidos.