O Bitcoin (BTC) poderia informar os investidores preocupados com a guerra comercial Estados Unidos-China, disse à um executivo da consultoria financeira Bleakley Advisory Group em entrevista concedida à CNBC.

Na contramão da fraqueza do mercado de ações devido aos temores de que a guerra comercial possa se agravar e o dólar se enfraquecer, Peter Boockvar, vice-presidente de investimentos da Bleakley, chamou a atenção para o comportamento recente do Bitcoin e destacou o ouro como uma potencial alternativa.

Bastante conhecido como defensor do ouro, Boockvar, entretanto, disse que não aconselhava comprar Bitcoin em si, mas que era uma medida útil do sentimento do mercado.

"Eu vejo o Bitcoin como um norte, um indicador, não porque eu tenha algum, pois prefiro ter ouro como moeda alternativa", disse ele ao programa sobre futuros da rede. Ele adicionou:

"Nas últimas duas semanas, vimos esse forte aumento no Bitcoin e para mim isso dizia algo em termos do que os mercados estavam pensando, sobre o que o Fed iria fazer, a turbulência criada pelas ameaçadoras tarifas".

O par BTC/USD ultrapassou os US$ 9.000 pela primeira vez em mais de um ano na semana passada, com várias fontes considerando os eventos geopolíticos como um catalisador para a corrida de dois meses da criptomoeda.

Boockvar disse não ter gostado do investimento em Bitcoin, ecoando comentários feitos pelo companheiro de ouro Peter Schiff em uma entrevista no mês passado.

A correlação entre os dois ativos, no entanto, cimentou o status do Bitcoin como algo que vale a pena observar para influenciar os movimentos de investimento, ele sugeriu. O ouro havia se recuperado logo após o início da escalada do Bitcoin.

"Eu não recomendo o Bitcoin em nenhuma direção porque eu realmente não me importo com isso em termos de um ativo, mas eu me importo com isso como um mecanismo de sinalização que eu acho que foi uma dica para este salto no ouro", Boockvar observou.

Em janeiro de 2018, quando o par BTC/USD estava saindo de seus cerca de US$ 20.000, Boockvar avisou que o par poderia perder 90% de seu valor, algo que até agora não se materializou depois de bater em um piso de US$ 3.130 em dezembro.