Após uma alta de mais de 3% o Bitcoin bateu a resistência de US$ 109 mil e foi negociado acima de US$ 109.200 nesta quarta, 21. De acordo com dados do Coingecko, a maior criptomoeda do mundo, chegou a ser negociado acima de US$ 109.200, registrando um novo recorde histórico, antes de recuar para US$ 108.800.
Apoiando a nova alta histórica está a demanda institucional por Bitcoin que permanece forte, continuando sua sequência de cinco dias de entradas desde 14 de maio. De acordo com dados da SoSoValue, os fundos negociados em bolsa (ETFs) de Bitcoin à vista nos EUA registraram uma entrada de US$ 329,02 na terça-feira.
O movimento ocorre em meio a um ambiente mais favorável aos ativos. A recente trégua tarifária anunciada pelos Estados Unidos para diversos parceiros comerciais, ainda sem incluir a China, foi interpretada como sinal de que o endurecimento comercial tem limites práticos, abrindo espaço para uma retomada do diálogo global.
Segundo Rony Szuster, Head de Research do Mercado Bitcoin, o rompimento pode ser apenas o início de um novo ciclo de valorização.
“É provável que tenhamos alguma volatilidade nos próximos dias, mas o cenário geral é de sustentação. A tendência é de que esse novo patamar sirva como base para uma valorização mais consistente ao longo do segundo trimestre”, diz.
Embora existam elementos suficientes para acreditar que esse rali pode levar o Bitcoin a uma nova máxima histórica, o analista avalia que o mais realista é projetar esse rompimento de forma consolidada ao longo do segundo trimestre de 2025, exatamente como está começando a se concretizar agora.
O especialista destaca ainda que o atual ciclo é marcado por uma configuração de mercado muito diferente da observada nos anos anteriores.
“Não é mais impulsionado apenas por expectativa. Hoje, vemos um ecossistema mais maduro, com regulação em andamento, produtos financeiros mais sofisticados e o interesse de grandes players globais. Isso cria uma nova dinâmica para o preço do Bitcoin”, observa Szuster.
Já de acordo com o analista Manish Chhetri, apesar da nova ATH, o Índice de Força Relativa (RSI) no gráfico diário marca 69, oscilando em torno do nível de sobrecompra de 70, indicando sinais de exaustão otimista.
“Enquanto isso, as linhas do indicador Convergência Divergência das Médias Móveis (MACD) estão se entrelaçando, sugerindo indecisão entre os traders. Indicando assim uma possível retração e não uma alta acima de US$ 110 mil”, afirma.
Enquanto o Bitcoin registrava um novo recorde histórico, em uma palestra no Fórum Bancos e Banking, organizado pela Acrefi em parceria com o Cantarino Brasileiro, realizado nesta quarta, 21, Vanessa Lopes Butalla, diretora jurídica e de compliance do Mercado Bitcoin, defendeu que a regulamentação do mercado cripto no Brasil vai beneficiar todo o setor e impulsionar o crescimento das criptomoedas no país.
“Hoje as regras não estão completamente claras para todos os participantes. Quando isso acontece, abre-se margem para interpretações divergentes e insegurança jurídica”, afirma.
Segundo Vanessa, essa falta de clareza afasta investidores institucionais, que são essenciais para aportar capital e fomentar a inovação. “A regulamentação vai trazer a clareza necessária para que mais investimentos venham, consolidando o mercado cripto como mais um pilar do sistema financeiro”, completa.
Atualmente, o sistema financeiro conta com pilares tradicionais como o setor bancário e o mercado de capitais. Para Vanessa, o mercado baseado em criptoativos representa um terceiro pilar, com potencial para transformar as relações financeiras.
“É uma nova forma de fazer negócios, com menos intermediários e maior retorno ao investidor”, destaca.
Cripto e mercado tradicional
Segundo ela, o avanço da regulamentação também abre espaço para inovações, que vão muito além do simples investimento em criptoativos. Vanessa lembra que produtos antes inimagináveis já são realidade, como empréstimos com garantia em Bitcoin e cartões de crédito que permitem pagamento em criptomoedas ou reais.
“Hoje, já temos produtos híbridos entre cripto e o mercado financeiro tradicional. Há anos, ninguém imaginava usar Bitcoin como garantia para um empréstimo, e agora isso é possível. Assim como realizar compras no crédito pagando com cripto ou real”, explica.
Ela cita ainda o exemplo das grandes gestoras globais que antes se mantinham distantes do mercado cripto, mas agora são protagonistas. “A BlackRock, por exemplo, administra hoje um dos maiores fundos de Bitcoin do mundo, algo impensável há poucos anos”, ressalta.
Para a executiva, esse movimento comprova que o mercado cripto já não é apenas uma promessa, mas uma realidade consolidada e integrada ao sistema financeiro global. “Ainda há muito espaço para novos produtos surgirem, especialmente na interseção entre o mercado tradicional e o cripto”, conclui.
Ainda durante o evento, Filipe Pena, diretor executivo da acrefi, afirmou que aliado a este mercado está o Drex que vai transformar o sistema financeiro nacional.
“Drex e seus contratos inteligentes vão transformar o ecossistema financeiro nacional. É um caminho sem volta”, disse.