Em reação discreta, o mercado de criptomoedas respondia por um market cap de US$ 2,68 trilhões (+1,2%) na manhã desta quarta-feira (12), quando o Bitcoin (BTC) orbitava US$ 82,7 mil (+1,1%) com retração acumulada semanal de 7,9%, dominância de mercado a 61,2%, sentimento de medo extremo dos investidores (19%) e a principais altcoins em zona mista.

A recuperação do Bitcoin ocorria em um terreno incerto por causa de possíveis catalisadores de volatilidade durante o dia. O principal deles é a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês), que antecede o Índice de Preços ao Produtos (PPI), na quinta-feira (13). Os números do Departamento do Trabalho dos EUA em relação ao avanço de preços na maior economia global devem apontar o norte do Federal Reserve (Fed) em relação à taxa básica anual de juros do banco central daquele país, o que pode impactar mercados como o de criptomoedas.

A pressão sobre as criptomoedas nos últimos dias acompanhou outros mercados e tem nome e sobrenome: Donald Trump. Isso porque, apesar dos anúncios recentes do presidente dos Estados Unidos relacionados a reservas de Bitcoin e de altcoins, a ofensiva de tarifação a produtos fabricados por outros países elevou a aversão ao risco por causa do temor de retorno da inflação em decorrência de repasse da taxação aos preços.

Para se ter uma ideia do FUD (medo, incerteza e dúvida) dos investidores, os índices S&P 500 e Nasdaq, historicamente correlacionados ao desempenho do Bitcoin, voltaram a recuar e encerram o pregão do dia anterior em respectivos 5.572,07 (-0,76%) e 17.436,10 pontos (-0,18%). Pressão que sucedeu mais um anúncio de tarifação de Trump, de elevação a 50% de taxa sobre metais produzidos no Canadá, além de ameaças nas redes sociais de tarifas mais elevadas em peças automotivas do país vizinho. Já a União Europeia anunciou que cobrará tarifas reciprocas a produtos dos EUA  a partir de 1º de abril.

A saída de capital líquido do mercado de criptomoedas nos últimos dias também seguiu a perda de US$ 4,33 trilhões de empresas de capital aberto dos EUA desde a posse de Trump, de acordo com levantamento feito por Einar Rivero, CEO e sócio-fundador da Elos Ayta Consultoria, para o jornal O Estado de São Paulo. Não por acaso, o Volatility Index (VIX), calculado pela Bolsa de Valores de Chicago (CBOE) a partir do desempenho das empresas de capital aberto que compõem o S&P 500, conhecido como índice do medo, encontrava-se em 26,05 pontos (-6,50%) com alta acumulada mensal de 64%. 

Os fundos negociados em bolsa (ETFs) estadunidenses baseados em negociação à vista (spot) de Bitcoin e de Ethereum (ETH) também mantiveram o fluxo de saídas líquidas, em respectivos US$ 371,00 milhões e US$ 21,57 milhões, segundo dados da plataforma SoSoValue.

No mercado de Futuros de criptomoedas, o interesse aberto se encontrava recuado a US$ 88,15 bilhões (+0,19%) com volume de negociações de US$ 232,2 bilhões (-19,17%) nas últimas 24 horas. Nesse período, a liquidação de traders alavancados de criptomoedas chegava a US$ 409,3 milhões (+36,3%), sendo US$ 172,5 milhões em posições compradas (long) e US$ 236,8 milhões em posições vendidas (short), de acordo dados da plataforma Coinglass.  

O índice altseason, que afere o desempenho trimestral dos principais tokens em capitalização de mercado, encontrava-se recuado a 13 pontos em sinal de pouca rotação de capital em direção às altcoins. Nesse grupo, o ENA era negociado por US$ 0,37 (-9,6%), o APT representava US$ 5,15 (-8%), o MOVE orbitava US$ 0,48 (-5,1%), o AAVE valia US$ 172,56 (-4%), o PEPE avançava a US$ 0,0000064 (+9%), o AXS orbitava US$ 3,19 (+8,1%), o TAO pareava US$ 264,46 (+7,2%), o CRV era trocado por US$ 0,41 (+6,3%) e o THETA se nivelava por US4 0,88 (+6,3%).

Quanto às altas de dois dígitos percentuais, o PI atraía US4 1,65 (+20,4%), o TIA era negociado por US$ 3,42 (+17%), o RON estava precificado em US$ 0,80 (+12,55), o AKT se traduzia em US$ 1,46 (+21%), o ID valia US$ 0,22 (+16,6%), o DOG era comprado por US$ 0,0018 (+12,8%), o BANANA girava em torno de US$ 16,17 (+41,1%), o XYO se convertia em US$ 0,012 (+30,6%), o GIGA atingia US$ 0,013 (+29,5%) e o STMX estava quantificado em US$ 0,0043 (+27,8%).

Entre as novas listagens em exchanges de criptomoedas estavam BMT na BitMart, Bitget, Bybit e Bitrue, OIK na Bitget, NIL e ZORA na LBank, EPIC na Bitvavo, LVVA na Gate.io, RED na Coinbase, KAITO na Kraken e DRB e COOKIE na Bitrue.

No dia anterior, as criptomoedas derreteram até 30% enquanto o Bitcoin se recuperava de tombo a US$ 76,6 mil após ‘recessão de Trump’, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.