A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta segunda-feira, 12/08/204, em R$ 322.328,77. Os touros não conseguiram segurar a alta do BTC no final de semana e o principal criptoativo do mercado recuou para US$ 58 mil com uma queda de 5% neste começo de semana.

"Após a volatilidade recente do mercado, nossas previsões de recuperação de curto prazo se concretizaram. No entanto, a incerteza persiste devido a fatores macroeconômicos, como as recentes movimentações nas taxas de juros e preocupações com o mercado de trabalho nos EUA. Acreditamos que a predominância macroeconômica poderá continuar a influenciar na performance das criptomoedas no curto prazo", aponta Fábio Plein, Diretor Regional da Coinbase para as Américas.

Este período de volatilidade acentuada é impulsionado por vários fatores, tanto dentro quanto fora do universo das criptomoedas. Um dos principais catalisadores vem dos dados macroeconômicos dos Estados Unidos, especialmente a divulgação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI) de julho, prevista para o dia 14 de agosto.

Este indicador é crucial, pois reflete a inflação no país e pode influenciar as decisões do Federal Reserve em relação à taxa de juros, impactando diretamente os mercados de risco, incluindo as criptomoedas.

Além do CPI, o Índice de Preços ao Produtor (PPI) e os pedidos de auxílio-desemprego também serão divulgados durante a semana, criando um cenário de incerteza que pode aumentar ainda mais a volatilidade nos mercados.

No aspecto técnico, o Bitcoin enfrenta desafios adicionais com a formação de dois "death crosses" no gráfico de BTC/USD, o que ocorre quando médias móveis de curto prazo cruzam abaixo das de longo prazo, sinalizando potenciais quedas futuras. Apesar disso, alguns analistas apontam que esses indicadores são defasados e podem não ser totalmente determinantes para o futuro do preço do BTC.

A ação de preço do Bitcoin também refletiu essa volatilidade no fechamento da semana anterior, quando registrou um leve rebote para pouco acima de US$ 58.700, após uma queda expressiva que levou o preço a mínimas locais de US$ 57.700. Essa oscilação no gráfico semanal destaca a luta contínua entre compradores e vendedores, com grandes traders de volume supostamente manipulando o mercado para criar essas movimentações de última hora.

Enquanto isso, os fundamentos da rede Bitcoin estão reagindo ao tumulto recente do mercado. A dificuldade de mineração, que mede a competitividade e segurança da rede, está prevista para experimentar uma redução modesta na próxima leitura automatizada em 14 de agosto. Esta será a primeira queda na dificuldade em seis semanas, refletindo o impacto da recente volatilidade no mercado.

Apesar da queda na dificuldade de mineração, a taxa de hash da rede Bitcoin, que mede o poder de processamento total dedicado à mineração, continua próxima de máximas históricas, indicando um setor de mineração resiliente e adaptado ao cenário pós-halving.

Com os mercados em estado de fluxo, o sentimento entre os traders também permanece instável. O Índice de Medo e Ganância, que mede o sentimento do mercado, mostrou oscilações significativas, recentemente atingindo níveis de "medo extremo" antes de retornar a uma posição mais neutra, apenas para cair novamente. Esta volatilidade no sentimento reflete a incerteza predominante e a natureza imprevisível do mercado de criptomoedas neste momento.

"Nos dados on-chain tivemos o acúmulo de 29 mil bitcoins por parte dos investidores de longo prazo (LTH) no final de semana. No Ethereum foram 34 mil ETH acumulados", aponta André Franco, especialista do MB Research do Mercado Bitcoin.

Julio Andreoni, especialista em criptomoedas do Bitybank, aponta que ainda se espera que o cenário macroeconômico influencie fortemente o mercado de criptoativos nesta semana, como ocorreu na anterior devido ao carry trade da moeda japonesa e à narrativa de uma possível recessão nos Estados Unidos. Com a divulgação do CPI, equivalente ao IPCA dos Estados Unidos, dependendo dos resultados, pode haver grande volatilidade no mercado.

"Na semana passada, presenciamos um dos maiores crashes nas bolsas globais desde a pandemia de Covid-19. O Ethereum chegou a cair mais de 20% em um único dia. Na segunda-feira passada, o Bitcoin atingiu 49 mil dólares pela manhã, mas rapidamente se recuperou para 55 mil dólares, e ao longo da semana subiu para mais de 60 mil dólares", destacou.

Segundo ele, isso demonstra a resiliência do mercado, com investidores ao redor do mundo reconhecendo o potencial dessa classe de ativos para seus portfólios. A resiliência construída ao longo do tempo tem tornado o mercado menos suscetível a impactos severos.

"O crescente reconhecimento do valor do Bitcoin, dos protocolos de smart contracts e de outros criptoativos é um sinal positivo para o futuro desse mercado", finaliza.

Portanto, o preço do Bitcoin em 12 de agosto de 2024 é de R$ 322.328,77. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0031 BTC e R$ 1 compram 0,0000031 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 12 de agosto de 2024, são: Sui (SUI), Monero (XMR) e Frax (FRAX) com altas de 6%, 0,2% e 0,1% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 12 de agosto de 2024, são: Mantra (OM), Optimism (OP) e Arweave (AR) com quedas de -10%, -9% e -8% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão