O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta terça-feira, 15/07/2025, está cotado em R$ 652.112,26. Os touros não conseguiram segurar o valor do BTC acima de US$ 120 mil após uma onde de notícias negativas envolvendo a política econômica americana.
Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, afirma que os mercados asiáticos registraram leve alta, apoiados pelo avanço nas negociações comerciais entre os EUA e seus parceiros, enquanto o dólar manteve-se estável frente ao euro e ao iene.
O apetite por risco foi sustentado pela proximidade da temporada de balanços nos EUA. Investidores também acompanharam uma leve queda no petróleo e ganhos no ouro e na prata.
O Bitcoin recuou após atingir máximas intradiárias acima de US$ 122.000, mas permaneceu em torno de US$ 116.400, sustentado por contínuas entradas em ETFs e forte demanda institucional, reflexo da confiança dos investidores mesmo diante de incertezas macroeconômicas globais.
A expectativa de curto prazo é neutra a levemente positiva. Apesar da estabilidade do dólar, o apetite por risco segue elevado, o que ajuda a manter o mercado cripto resiliente. A continuidade dos fluxos institucionais por meio de ETFs, aliada à ausência de surpresas negativas nos dados econômicos dos EUA, nos desdobramentos da CryptoWeek e nas discussões comerciais, pode abrir espaço para uma nova tentativa de rompimento das máximas intradiárias.
Apesar do desempenho semanal ainda positivo, analistas já enxergam sinais de possível reversão de tendência.
“Após um rali que levou o BTC a novas máximas, agora vemos indícios claros de correção. A ganância aumentou demais, os sinais técnicos se deterioraram e a demanda por ETFs caiu fortemente”, afirmou Valentin Fournier, analista-chefe da BRN.
De acordo com Fournier, os principais indicadores técnicos apontam condições de sobrecompra. “O RSI já mostra sinais de venda. Isso indica que o momentum está perdendo força”, explicou.
A correção veio apesar da Strategy ter adquirido US$ 472 milhões em BTC. Em contrapartida, o Butão transferiu 5% de suas reservas — cerca de US$ 72 milhões — de volta para exchanges, em um possível movimento de realização, o que fortaleceu a pressão vendedora.
Outro fator que aumentou o pessimismo foi o forte recuo nos ingressos de ETFs. Os fundos de Bitcoin registraram US$ 297 milhões em entradas, uma queda de 70% em relação ao dia anterior. Já o Ethereum atraiu US$ 259 milhões, mostrando relativa força, enquanto o Solana permaneceu estável, sem fluxos líquidos registrados.
“A queda nos ETFs de Bitcoin mostra que os investidores estão realizando lucros e perdendo convicção nos níveis atuais. Isso reforça nossa decisão de reduzir exposição e aumentar caixa”, explicou Fournier.
O mercado agora volta suas atenções para os próximos relatórios de inflação dos EUA, especialmente o CPI e o PPI, que serão divulgados ainda nesta semana.
“Se os números vierem acima do esperado, o sentimento de risco pode se deteriorar ainda mais. Mas uma surpresa positiva pode amenizar a pressão de venda”, disse o analista.
Ao mesmo tempo, três projetos de lei relacionados ao setor cripto — GENIUS Act, Clarity Act e uma proposta para banir o CBDC nos EUA — devem ser votados pela Câmara dos Representantes. Se aprovados, podem abrir caminho para uma regulamentação mais clara e amigável, o que animaria o setor de altcoins e tokens de menor capitalização.
Diante desse cenário de incerteza, Fournier revelou ajustes em sua estratégia de alocação: 30% em caixa, 62% em Bitcoin, 6% em Ethereum e 2% em Solana. “Reduzimos ETH e SOL por causa da volatilidade, e elevamos o caixa para proteger capital e aguardar entradas mais atrativas”, concluiu.
Bitcoin análise técnica
Israel Buzaym, coutry manager da Bybit, destaca que apesar da queda, os indicadores on-chain seguem positivos. O aSOPR em 1,03 mostra que os investidores ainda não estão realizando lucros de forma agressiva, enquanto o OBV confirma a força do volume comprador. A volatilidade permanece comprimida, sugerindo espaço para novos rompimentos.
Os principais níveis de atenção são as resistências em US$ 127.100 e US$ 130.000 e os suportes em US$ 118.900 e US$ 115.000. Embora o cenário estrutural continue otimista, o aumento do sentimento de ganância e o risco de liquidações exigem cautela. O ciclo segue liderado pelo institucional, e o envolvimento do varejo tende a ganhar força acima de US$ 150.000”, disse.
De acordo com uma análise da Bitfinex, a retração atual é apenas um momento de realização de lucros, normal em um mercado de alta. Ela destaca que os ETFs de Bitcoin à vista nos EUA alcançaram um marco importante na semana passada, registrando entradas diárias consecutivas superiores a US$ 1 bilhão pela primeira vez desde seu lançamento em janeiro de 2024.
Além dos fluxos institucionais e da demanda impulsionada por ETFs, investidores de varejo e de médio porte continuam a acumular Bitcoin em um ritmo significativo. Utilizando heurísticas de tamanho de carteira, grupos como "Shrimp" (<1 BTC), "Crabs" (1-10 BTC) e "Fish" (10-100 BTC) estão expandindo seu balanço combinado a uma taxa de aproximadamente +19,3 mil BTC por mês.
Este crescimento nas posses excede em muito a taxa de emissão mensal atual de Bitcoin, fornecendo um suporte estrutural crucial para a dinâmica de oferta do ativo. A magnitude dos fluxos de ETF e a acumulação por investidores de varejo e de médio porte sublinham uma forte demanda estrutural por Bitcoin, impulsionada por reequilíbrio mecânico e alocação de portfólio institucional, e não por especulação de curto prazo”, destacou.
Na mesma linha da Bitfinex, Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, aponta que carteiras com menos de 1 BTC voltaram a acumular, registrando um Trend Score em torno de 0,7, o que sugere recuperação no interesse do varejo após um período de pausa. Esse índice aponta a intensidade do comportamento de compra em relação às tendências anteriores.
Enquanto isso, a faixa de grandes carteiras, com 1.000 a 10.000 BTC, permanece como a mais forte na fase atual de mercado.
“Essas baleias continuam acumulando fortemente, com um score próximo de 0,9”, destacou Aragão, indicando uma confiança elevada por parte desses grandes players.
No entanto, as carteiras com mais de 10.000 BTC e as intermediárias, entre 100 e 1.000 BTC, continuam vendendo. O grupo intermediário, segundo ele, é o que mais se desfaz de posições neste momento, sinalizando realização de lucros diante da valorização recente do Bitcoin.
“O momentum está claramente mudando”, afirmou. “O varejo está de volta, as baleias seguem firmes e os médios estão vendendo na força”.
Essa dinâmica sugere um novo estágio no ciclo de mercado, com redistribuição dos ativos entre diferentes perfis de investidores. A leitura de Aragão reforça a percepção de que o Bitcoin pode estar consolidando uma nova perna de alta, ancorada em fundamentos sólidos, como demanda institucional, entradas em ETFs e crescimento da rede.
Portanto, o preço do Bitcoin em 15 de julho de 2025 é de R$ 652.112,26. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0015 BTC e R$ 1 compram 0,0000015 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 15 de julho de 2025, são: Pudgy Penguins (PENGU), Bonk (BONK) e Pump.fun (PUMP), com altas de 9%, 7% e 4% respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 15 de julho de 2025, são: Virtuals Protocol (VIRTUAL), Fartcoin (FARTCOIN) e SPX6900 (SPX), com quedas de -12%, -11% e -10% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão