O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta quarta-feira, 09/07/2025, está cotado em R$ 594.830,72. Em busca de um catalisador de alta para romper com o nível atual de lateralização, os touros aguardam as definições na economia americana com a reunião do FOMC que serão divulgadas hoje.

Bitcoin análise macroeconômica

André Franco, CEO da Boost Research, aponta que os mercados globais operaram sob cautela diante do fortalecimento do dólar, que atingiu as máximas das últimas três semanas, impulsionado por novas ameaças tarifárias dos EUA — incluindo uma taxa de 50% sobre o cobre e possíveis tarifas sobre semicondutores e produtos farmacêuticos.

As bolsas asiáticas registraram desempenho misto. O cobre disparou para recordes históricos, enquanto o ouro permaneceu estável. Já o Bitcoin manteve-se em torno de US$ 108.000, sustentado pela liquidez global e pelo fluxo institucional, apesar da pressão decorrente do fortalecimento do dólar e do ambiente macroeconômico tenso.

Segundo ele, o impacto de curto prazo para o Bitcoin é neutro a levemente negativo, uma vez que o fortalecimento do dólar, resultado das tensões comerciais, tende a pressionar ativos de risco. Embora o mercado cripto continue a se beneficiar de elevada liquidez e do interesse institucional, a ameaça de tarifas pesadas sobre setores-chave pode limitar movimentos mais expressivos de alta.

Aos olhos dos investidores mais estratégicos, o ambiente regulatório americano continua sendo um ponto de atenção. Mesmo com as incertezas políticas, a crescente institucionalização do mercado, com destaque para os ETFs e projetos mais maduros, mostra que o setor segue se fortalecendo. A expectativa para a próxima reunião do Fed, combinada com os desdobramentos da corrida eleitoral nos EUA, tende a trazer nova volatilidade. Mas é justamente nesse tipo de cenário que surgem oportunidades de entrada em criptoativos com fundamentos sólidos e alinhados a tendências estruturais como DeFi, stablecoins e infraestrutura digital.”, destacou Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank

Já Jamie Elkaleh, Diretor de Marketing da Bitget Wallet, destaca os investimentos institucionais como o grande catalisador deste ciclo. Ele aponta que a BlackRock detendo 700 mil Bitcoins e 1,5% de todo o ETH é um sinal claro: a acumulação institucional não é mais hipotética — está acontecendo.

De acordo com ele, se os fluxos de ETFs continuarem, podemos estar entrando nos estágios iniciais de uma restrição estrutural de oferta. Isso significa menos ETH circulando no mercado aberto, mais volatilidade e uma pressão ascendente mais forte sobre o preço. Os traders considerarão um teto de US$ 3.000 a US$ 4.000 no curto prazo, mas a verdadeira questão é no longo prazo: o Ethereum conseguirá permanecer descentralizado de forma crível à medida que as instituições absorvem mais do float?

A força da rede reside em sua camada base sem necessidade de permissão — mas com os fluxos de capital cada vez mais concentrados no topo, o Ethereum pode precisar aprimorar sua governança e incentivos de staking para manter a narrativa de descentralização intacta rumo ao próximo ciclo”, disse.

Capital institucional

Isso mostra que o setor de criptomoedas voltou a atrair o grande capital. Somente em junho, fundos de venture capital levantaram mais de US$ 5 bilhões em aportes voltados para empresas e infraestrutura cripto — o maior volume desde janeiro de 2022, auge do último ciclo de alta. O dado marca um novo fôlego institucional, com destaque para estratégias de aquisição e participação societária, em vez de compras diretas de criptoativos.

Valentin Fournier, analista-chefe de pesquisa da BRN, vê o movimento como um sinal claro de que os grandes investidores estão reposicionando suas apostas.

"Historicamente, picos de captação como esse costumam preceder uma forte aceleração do mercado ou o início de uma realização gradual, com os primeiros a entrar começando a colher lucros", analisa.

Apesar do otimismo, há sinais de que o curto prazo pode ser de consolidação. A Strategy, uma das maiores entidades compradoras institucionais do mercado, pausou suas compras semanais pela primeira vez desde abril. Ao mesmo tempo, os ETFs de cripto apresentam um ritmo de captação mais lento — com exceção da Solana, que segue surpreendendo.

Mesmo com o Bitcoin ainda enfrentando forte resistência para romper o patamar atual, o mercado começa a mostrar amplitude no movimento de alta, com altcoins de menor capitalização ganhando espaço.

"Se o Bitcoin se mantiver estável, sem romper, a próxima perna do rali pode ser liderada por altcoins", projeta Fournier.

A BRN mantém uma posição otimista no cenário atual, mas adota uma estratégia tática equilibrada. A alocação recomendada reflete confiança no médio prazo, mas cautela no curtíssimo:

  • 10% em caixa, para aproveitar eventuais recuos ou oportunidades pontuais

  • 65% em Bitcoin, considerado âncora da carteira, próximo de resistência técnica

  • 15% em Ethereum, com fluxo institucional estável e sinais de retomada

  • 10% em Solana, destaque absoluto em demanda via ETFs

"Há espaço para otimismo, mas não podemos ignorar que o ritmo de entrada institucional diminuiu. O cenário técnico continua positivo, e o comportamento das altcoins reforça nosso viés altista", conclui Fournier.

Bitcoin análise técnica

Israel Buzaym, country manager da Bybit, aponta que mesmo com o ambiente global pressionado pela incerteza das novas tarifas americanas — que devem ser detalhadas até o dia 9 de julho e podem chegar a 70% — o BTC mostra força, sustentado pelo fluxo institucional e pela liquidez global elevada.

No entanto, segundo ele, um ponto que merece atenção é a chamada Big Beautiful Bill, proposta pela administração Trump, que além das tarifas, traz incentivos de infraestrutura e medidas pró-mercado, o que tem dividido opiniões, mas no balanço favorece ativos alternativos como o Bitcoin.

No aspecto técnico, o BTC segue em tendência de alta, com RSI em 58 e MACD sinalizando cruzamento altista. A superação da resistência dos US$ 110 mil pode abrir caminho para novas máximas, mas o suporte em US$ 108.355 precisa ser respeitado, sob risco de uma correção até a faixa dos US$ 105 mil. Já o ambiente regulatório evolui de forma positiva, com destaque para a aprovação do Genius Act e do novo marco legal das stablecoins, além do recuo da SEC em processos contra grandes players do setor.

Segundo Buzaym, enquanto o Bitcoin lateraliza na região pouco acima dos US$ 100 mil, surgem boas oportunidades de curto prazo nas altcoins, principalmente nas moedas de infraestrutura e redes, que tradicionalmente se beneficiam desse movimento. Moedas como UNI, JUP, AVAX, ARB, AAVE, SUI, LINK, OP e SOL têm mostrado forte volatilidade, oferecendo chances para trades rápidos.

Nessas condições, quedas abruptas tendem a se recuperar com certa velocidade, enquanto altas muito rápidas costumam corrigir, abrindo espaço para operações táticas. A SOL, apesar de ser considerada blue chip do setor, também tem se mostrado ativa no intraday, combinando perfil de longo prazo com oportunidades no curto.

US$ 115 mil está muito perto

Guilherme prado, country manager da Bitget no Brasil, aponta que o Bitcoin encontra-se em zona de consolidação, com suporte sólido acima de US$ 107.000 e resistência forte em US$ 110.000, enquanto o sentimento geral do mercado permanece neutro, com o índice de medo e ganância caindo para 50.

O volume de negociação segue baixo, típico do período de verão no hemisfério norte, mas sem sinais de pânico ou liquidações expressivas.

“Olhando para o panorama de curto prazo para o ativo, o Bitcoin segue consolidado em um triângulo simétrico no gráfico diário, com compressão de volatilidade e expectativa de rompimento iminente.O viés permanece levemente altista enquanto o preço se mantiver acima de US$ 107.000. Um fechamento acima de US$ 110.500 pode abrir caminho para US$ 113.500–US$ 115.000”, disse.

Ele também aponta que caso perca US$ 107.000, o próximo suporte relevante está em US$ 105.000. Abaixo disso, o cenário técnico se deteriora e pode acionar vendas até US$ 103.400 ou até US$ 101.300 em caso de movimentos mais bruscos.

O RSI elevado sugere cautela para novas compras agressivas, mas o contexto macroeconômico (expansão monetária global e tensões geopolíticas) segue favorecendo ativos de proteção como o BTC”, afirma.

Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, aponta que a tendência é de um leve recuo já que os touros estão segurando US$ 108 mil há muito tempo.

“Não há muita expectativa de uma definição do FOMC pela redução na taxa de juros e isso deve impulsionar uma realização de lucros por parte dos investidores institucionais e, do outro lado, não vemos um varejo forte para comprar a queda, então, um recuo até US$ 103 mil é saudável nesse momento”

Portanto, o preço do Bitcoin em 09 de julho de 2025 é de R$ 594.830,72. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0017 BTC e R$ 1 compram 0,0000017 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 09 de julho de 2025, são: Cronos (CRO), SPX6900 (SPX) e Pol (POL), com altas de 17%, 11% e 9% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 09 de julho de 2025, são: Tokenize Xchange (TKX), Bonk (BONK) e Fartcoin (FARTCOIN), com quedas de -11%, -6% e -5% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão