O preço do Bitcoin (BTC), na manhã desta terça-feira, 10/06/2025, está cotado em R$ 612.614,14. Os touros estão em busca de romper US$ 110 mil, mas a falha pode fortalecer os ursos e devolver o BTC para US$ 106 mil.

Bitcoin análise macroeconômica

André Franco, CEO da Boost Research, aponta que os mercados globais apresentaram reação comedida após os EUA e a China firmarem um acordo preliminar sobre exportações de metais raros e ímãs em Londres, mas sem detalhes concretos, resultando em altas modestas nos índices asiáticos e leve queda nos futuros de Wall Street.

“O dólar e os rendimentos do Tesouro se mantiveram estáveis em meio a preocupações fiscais e expectativa de leilões de dívida, enquanto o ouro subiu 0,5% e o petróleo recuou. Paralelamente, o Bitcoin segue resiliente, sendo negociado acima de US$ 109.000, sustentado pela busca contínua por ativos alternativos em um cenário de incertezas macroeconômicas e pelo fluxo robusto de capital em fundos de cripto, refletindo a crescente diversificação institucional”, disse.

Com a divulgação dos novos dados do CPI (Índice de Preços ao Consumidor) prevista para esta quarta-feira (11), o mercado financeiro global mantém o foco na inflação dos EUA. A expectativa de consenso é de um leve aumento anual para 2,9%, mesmo com sinais de arrefecimento já registrados no núcleo do PCE (gastos com consumo pessoal).

Valentin Fournier, analista-chefe da BRN, destaca que embora a pressão inflacionária causada por tarifas possa aparecer nos números, o cenário de política monetária permanece estável: o mercado já precificou em 99,9% a manutenção da taxa básica na próxima reunião do FOMC, marcada para 18 de julho. Essa estabilidade cria um pano de fundo levemente baixista para o Bitcoin no curto prazo.

No entanto, uma leitura abaixo do esperado para o CPI pode reverter esse sentimento. “Se o CPI vier mais fraco, o mercado deve reforçar a expectativa por mais cortes de juros ainda este ano, o que pode dar um novo impulso ao rali de ativos de risco”, afirma Fournier.

Enquanto isso, os fluxos institucionais voltaram com força para o mercado cripto. Os ETFs de Bitcoin registraram US$ 431 milhões em entradas líquidas, indicando retomada de compras em larga escala, mesmo após a realização de lucros da semana anterior. Já os ETFs de Ethereum surpreenderam: os aportes mais que dobraram, subindo de US$ 53 milhões para US$ 125 milhões — um movimento expressivo, considerando a base institucional menor do ativo.

“O mercado institucional está voltando com apetite, e isso está se refletindo diretamente no desempenho das altcoins. O Bitcoin está em uma zona neutra, logo abaixo da máxima histórica. Isso pode se tornar tanto uma base para o próximo salto quanto uma barreira”, explica Fournier.

Diante destes dados, a BRN mantém forte exposição a criptoativos, com destaque para Ethereum e Solana, acreditando em continuidade do fluxo institucional e na ação de traders de momento:

BTC: 60% – Âncora principal; monitorando o nível de US$ 110 milETH: 15% – Aumentou posição; liderança no movimento institucionalSOL: 10% – Forte recuperação; bom potencial no contexto altcoinCaixa: 15% – Redução diante da melhora no apetite por riscoA leitura do CPI pode ser o próximo catalisador. Se vier abaixo do previsto, o rali ganha força”, conclui Fournier.

Bitcoin análise técnica

“O Bitcoin está sendo negociado atualmente dentro de uma faixa mais ampla, com o preço ainda a ser atingido no FVG diário , situado entre US$ 106.500 e US$ 108.400, um pouco acima de US$ 110.000, embora ainda respeitando o FVG semanal atingido na semana passada”, destaca Mike Ermolaev, analista e fundador da Outset PR

Apesar da alta, o sentimento de mercado continua defensivo: os ETFs alavancados seguem abaixo de seus picos e os funding rates permanecem negativos, sinal claro de desconfiança na sustentabilidade do movimento atual.

“Esse tipo de comportamento geralmente aparece em fundos de mercado, não em topos. O capital está cauteloso, e isso deixa espaço aberto para novas entradas, especialmente se os sinais macro e regulatórios continuarem melhorando”, explica Isac Honorato, CEO do Cointimes.

Mais do que a alta do Bitcoin, o destaque recente tem sido a performance do Ethereum. No segundo trimestre, o ETH já acumula mais valorização que o BTC e tem apresentado fundamentos sólidos: mais de 34 milhões de ETH estão travados em staking, o que reduz a oferta circulante.

“O ETH está cada vez mais escasso nas exchanges. Só 10% do supply está disponível para venda. Se a demanda institucional vier com força, o preço pode correr muito rápido e é exatamente isso que estamos começando a ver”, analisa Isac.

A dominância do BTC caiu nas últimas semanas, e o par ETH/BTC rompeu para cima. Ao mesmo tempo, altcoins como Uniswap (UNI) e Aave (AAVE) dispararam, sinalizando uma possível rotação de capital, um movimento clássico em ciclos de alta.

“O mercado está migrando de Bitcoin para Ethereum e, em seguida, para altcoins médias. Com US$ 240 bilhões em stablecoins paradas, qualquer gatilho pode impulsionar um novo rali. E a diferença agora é que ele pode vir com base mais técnica e institucional do que nas euforias anteriores”, afirma Isac.

Com o alívio nas tensões regulatórias, especialmente após falas mais construtivas da SEC e a presença crescente de fundos como BlackRock e SharpLink, o mercado cripto entra em uma nova fase: menos ruído e mais estratégia.

“O ciclo não acabou. Mas ele está mudando de forma. Agora, é o Ethereum e as altcoins que entram no radar dos grandes players e isso pode redefinir os próximos meses do mercado cripto”, conclui.

Dados on-chain apontam dinâmica

Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, destaca que o BTC saltou do suporte médio do canal e está formando um triângulo de alta e baixa abaixo da faixa-alvo de US$ 110 mil.

“Manter-se acima da linha de tendência interna ascendente mantém a tendência ativa em direção ao teto superior do canal, próximo a US$ 118 mil. Os touros visam um segundo impulso que pode catapultar o preço de volta para a zona-alvo de US$ 110 mil a US$ 118 mil”, afirmou.

Para Paula Reis, analista CNPI-T e parceira da Ripio, os dados on-chain indicam que o mercado ainda tem fôlego. “A estrutura da alta atual é sustentada por fundamentos sólidos, como lucros realizados crescentes, forte fluxo de capital e indicadores de sentimento ainda longe do ponto de exaustão”, afirma.

O movimento técnico ganhou força após o rompimento da antiga ATH de US$ 109 mil, alcançada em janeiro. O preço disparou até US$ 111.980, mas recuou para US$ 100 mil no início de junho.

“A região dos US$ 109 mil virou uma resistência importante no curto prazo. Se o mercado conseguir superá-la novamente, os próximos alvos estão entre US$ 113 mil e US$ 118 mil”, explica Paula. Caso a correção continue, os suportes relevantes estão em US$ 103 mil, US$ 100 mil e US$ 95.750, zonas com forte liquidez recente.

O rompimento recente consolidou uma das recuperações mais rápidas dos últimos ciclos. Segundo Paula, “o percentual de oferta em lucro para detentores de curto prazo saltou 71% no mês, a segunda maior alta já registrada nesse grupo”.

Além disso, o índice MVRV, que mede o lucro não realizado, reforça o sentimento positivo: subiu de 0,82 para 1,13 nos holders de curto prazo e de 2,91 para 3,30 nos de longo prazo. “Isso mostra que o mercado está confortável com seus ganhos, sem sinais claros de exaustão”, comenta.

Outro destaque é o Realized Cap, que superou US$ 900 bilhões pela primeira vez, com uma alta mensal de 4,2%. Esse dado reflete a entrada líquida de capital no mercado, validando o rali atual.

Os investidores de curto prazo realizaram US$ 11,4 bilhões em lucros nos últimos 30 dias, contra US$ 1,2 bilhão no mês anterior. “Isso é típico de mercados saudáveis em tendência de alta — há realização, mas sem capitulação”, destaca Paula.

O Sell-Side Risk Ratio, indicador que mede risco de exaustão do ciclo, subiu, mas segue abaixo das zonas críticas. Para ela, isso sugere que “ainda há espaço para mais valorização, desde que a demanda continue absorvendo a oferta”.

Outro ponto de atenção é o modelo Stock-to-Flow, que avalia o preço do BTC com base em sua escassez. Segundo Paula, o preço atual ainda está abaixo da curva S2F, o que indica subvalorização.

“Sempre que o preço ficou abaixo do S2F nos ciclos anteriores, o mercado respondeu com altas expressivas nos meses seguintes — geralmente após o halving”, analisa.

Para a analista, o momento ainda é de cautela, mas com viés positivo. “O rompimento da ATH foi um marco importante. Se os fluxos institucionais continuarem fortes e o cenário macro colaborar, podemos ver o Bitcoin buscando os US$ 120 mil nas próximas semanas”, conclui.

Portanto, o preço do Bitcoin em 11 de junho de 2025 é de R$ 612.614,14. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.

As criptomoedas com maior alta no dia 11 de junho de 2025, são: Uniswap (UNI), SPX6900 (SPX) e Optimism (OP), com altas de 9%, 8% e 7% respectivamente.

Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 11 de junho de 2025, são: dogwifhat (WIF), Bittensor (TAO) e Injective (INJ), com quedas de -5%, -4% e -3% respectivamente.

O que é Bitcoin?

O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.

O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.

Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.

O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.

Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.

Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).

Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.

A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.

Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.

Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão