A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin (BTC), está cotada na manhã desta terça-feira, 13/05/2025, em R$ 588.472,26. Os touros conseguiram segurar o BTC acima de US$ 103 mil e agora devem empurrar o ativo para um novo teste em US$ 105 mil que, se rejeitado, pode levar a um período de consolidação entre US$ 100 mil e US$ 103 mil.
Bitcoin análise macroeconômica
André Franco, CEO da Boost Research, destaca que os mercados asiáticos e os futuros dos principais índices americanos começaram o dia em alta, impulsionados pelo anúncio de uma pausa de 90 dias nas tarifas entre os EUA e a China, com uma redução significativa nas taxas de impostos.
Segundo ele, a medida aliviou as tensões comerciais e estimulou os mercados asiáticos e americanos. O fortalecimento do dólar frente a outras moedas também aumentou o apetite por ativos de risco, refletindo uma confiança renovada dos investidores em um cenário econômico mais estável.
"O Bitcoin, por sua vez, após atingir seu maior nível desde janeiro, superando os US$ 105.000, corrigiu para US$ 102.000 em um movimento de “sell the news”, após a confirmação do acordo entre EUA e China. Ainda assim, o impacto no curto prazo tende a permanecer positivo, com o apetite por risco renovado e uma crescente demanda institucional por Bitcoin", disse.
Na mesma linha, Beto Fernandes, analista da Foxbit, destaca que estamos observando mais uma realocação de fundos pela redução na tensão da guerra comercial.
"Porém, não é possível afrouxar os cintos, já que as incertezas sobre os impactos do tarifaço só serão vistos mais para frente. Mesmo os dados de inflação ao consumidor, amanhã, não devem apresentar uma perspectiva realista sobre o cenário, apesar de poderem servir de guia no curto prazo", afirmou.
Sarah Uska, analista de criptoativos do Bitybank, aponta que além do Bitcoin, vale destacar o desempenho do Ethereum, a segunda maior criptomoeda do mundo. Nos últimos dias, ela acumulou uma alta de 29%, enquanto o Bitcoin subiu cerca de 6%.
"O principal motivo foi uma atualização Pectra, que melhorou a escalabilidade da plataforma. Isso impulsionou o preço da moeda e indica que vale a pena acompanhar os próximos movimentos do mercado", afirmou.
Bitcoin análise técnica
Israel Buzaym, Country Manager da Bybit, destaca que mesmo com a forte alta nos mercados tradicionais, impulsionada pelo acordo comercial entre EUA e China que reduziu tarifas, o BTC mostrou sinais de esgotamento ao ser rejeitado na região dos 104 mil. Desde então, iniciou uma correção para os 102 mil, que pode se aprofundar nos próximos dias.
"Ao mesmo tempo, vejo possibilidade de quatro movimentos se desenharem no curto e médio prazo:
- Correção do Bitcoin, natural após a euforia dos 100k;
- Início da altseason, com capital migrando para projetos menores com potencial de multiplicação;
- Retomada de alta do BTC, buscando níveis entre 120 e 130 mil dólares, enquanto as altcoins respiram;
- Nova correção do Bitcoin em 2025, abrindo espaço para uma altseason mais forte e distribuída, com valorização expressiva de projetos promissores.
De acordo com o analista, um indicador fundamental para acompanhar esse cenário é a dominância do Bitcoin (BTC.D). Quando a dominância começa a cair, geralmente significa que o capital está saindo do BTC e fluindo para as altcoins. É um termômetro do mercado que pode antecipar mudanças importantes de ciclo e posicionamento.
"Este é um dos momentos mais estratégicos do ciclo para quem acompanha o mercado cripto com visão de médio e longo prazo", afirmou.
Já Ana de Mattos, analista técnica e trader parceira da Ripio, aponta que ao analisar o fluxo, podemos observar que no momento em que o Bitcoin atingiu os US$ 105.819, entrou um alto volume financeiro no topo, sugerindo a possibilidade de ocorrer realização de lucros a partir deste ponto.
"Se houver realizações de lucro, o preço da principal criptomoeda do mercado poderá corrigir até os suportes de curto e médio prazo nas regiões de liquidez dos US$ 101.300 e US$ 91.900. No entanto, caso não ocorra correção, o preço do Bitcoin poderá buscar níveis ainda mais altos nas áreas de valor dos US$ 108.200 e US$ 112.800", disse
Índice de medo e ganância
Guilherme Prado, country manager da Bitget no Brasil, destaca que o mercado cripto apresentou forte movimentação entre os dias 11 e 12 de maio, com o Bitcoin (BTC) sendo negociado na faixa dos US$ 104,5 mil, após atingir uma máxima diária próxima dos US$ 105 mil. O volume negociado saltou quase 25% em 24 horas, alcançando US$ 47,73 bilhões, refletindo aumento no interesse do mercado. A capitalização de mercado total chegou a US$ 2,07 trilhões, em um cenário de maior apetite por ativos digitais.
"Os níveis de suporte e resistência ganham papel central neste momento: o suporte imediato está na casa dos US$ 102 mil — se perdido, o BTC pode recuar até US$ 91.982. Por outro lado, a resistência em US$ 105 mil coincide com uma zona de liquidação de posições vendidas; um rompimento acima deste patamar pode acionar um short squeeze, com alvos projetados em torno de US$ 115.698", disse.
Segundo ele, o índice de Medo & Ganância permanece em 70, o que reforça um cenário de otimismo moderado e alta controlada — sem sinais claros de euforia extrema. Paralelamente, o mercado começa a dar sinais de rotação para altcoins: a dominância do BTC caiu para 63,89%, liberando liquidez para ativos como Ethereum, que acumula alta de 28,4% na semana, além de Solana e Cardano, ambos com ganhos de cerca de 6%.
"Este movimento sugere que investidores estão buscando diversificação e maior exposição a ativos com potencial de valorização acima da média, o que pode indicar uma nova fase de valorização mais ampla no mercado cripto", afirmou.
Além disso, ele aponta que o Bitcoin segue em uma zona técnica decisiva, com o mercado observando atentamente a divulgação do CPI dos EUA (Índice de Preços ao Consumidor), que costuma impactar diretamente os ativos de risco. A manutenção do suporte em US$ 103 mil pode servir como base para uma nova pernada de alta, mirando US$ 107,5 mil e até US$ 110 mil. Por outro lado, a incapacidade de romper os US$ 105 mil com força pode abrir espaço para uma correção mais acentuada, especialmente se houver pressão vendedora ampliada.
"Historicamente, o mercado cripto reage com sensibilidade à divulgação do CPI, já que o indicador influencia diretamente o apetite por risco dos investidores. Um índice abaixo do esperado pode ser interpretado como sinal de alívio inflacionário, o que tende a favorecer ativos como o Bitcoin. Com a capitalização do mercado cripto recuando US$ 43 bilhões em meio a tensões geopolíticas e falhas em protocolos, o cenário segue instável e dependente de sinais macroeconômicos claros", finaliza.
Memecoins
Harrison Seletsky, diretor de desenvolvimento de negócios da SPACE ID, afirma que a diminuição das tensões comerciais globais, especialmente entre os EUA e a China, é uma maré que levantou todos os barcos, e as memecoins, em particular, têm se beneficiado da melhora no sentimento macroeconômico e do crescimento de preço em torno das criptomoedas blue chip, como Bitcoin e Ether.
No entanto ele também destaca que nos últimos sete dias, a categoria de memes no CoinGecko subiu 36%, enquanto algumas - como a MOODENG da Solana - explodiram 530% em apenas uma semana.
"Embora alguns estejam promovendo o retorno da febre das memecoins, seria ingenuidade esperar a loucura que vimos no início do ano. Todo esse recente impulso mostra o quanto o mercado cripto ainda depende do ambiente macroeconômico mais amplo e do movimento do mercado de ações, mesmo que alguns pensem que ele já tenha se desvinculado no passado", disse.
Ainda segundo o analista, o momento positivo frequentemente leva a movimentos de preço extremos nas categorias mais voláteis, mas isso não significa que as memecoins "voltaram". Se novas tarifas forem anunciadas repentinamente, esses serão os primeiros ativos a despencar. E mesmo que a febre das memecoins retorne por algum tempo, eventualmente, os ativos especulativos sempre retornam ao seu valor real.
"Ainda mais preocupante, um relatório recente da Solidus Labs descobriu que 99% dos lançamentos de memecoins na PumpFun estão mortos, são golpes ou ambos, o que significa que a probabilidade de transformar US$ 100 em US$ 100.000 é muito pequena.
Para cada história de sucesso, existem milhares de histórias de terror. Portanto, qualquer pessoa que esteja pensando em especular com memecoins deve ser extremamente cautelosa - lembre-se de que você está comprando um ativo sem valor intrínseco. Se a única coisa impulsionando o preço for o hype, o impulso quase sempre se dissipará rapidamente.". afirmou.
Como se posicionar no momento
Valentin Fournier, analista-chefe de pesquisa da BRN, destacou a força da demanda corporativa no momento e apontou que apesar do recuo em relação às máximas recentes, as condições macroeconômicas se mantêm favoráveis e o momento permanece positivo.
"O mix de convicção corporativa e participação institucional continua a sustentar a demanda por Bitcoin. No entanto, com o esfriamento do momento de alta, é possível que essa pressão de compra diminua, levando a uma volatilidade de curto prazo impulsionada pela realização de lucros."
Para Valentin Fournier, o recuo após os picos locais não altera a perspectiva de alta:
"Mesmo com o pequeno ajuste, os fundamentos permanecem fortes e não há catalisadores negativos imediatos. Continuamos favorecendo a exposição significativa a ativos digitais, com um peso maior em altcoins."
Diante disso, a estratégia atual do analista inclui 40% de exposição ao Bitcoin, aproveitando o rompimento de momento com potencial para novas máximas, 25% em Solana, buscando acompanhar o movimento do Ethereum, e 20% em ETH, dada a forte performance da última semana. O caixa representa 15% da alocação.
Paulo Aragão, apresentador e fundador do podcast Giro Bitcoin, alertou para um possível aumento de volatilidade no mercado financeiro, destacando que o nível crítico a ser observado é de 2,4%.
Segundo Aragão, se o valor ficar abaixo ou exatamente em 2,4%, o cenário é considerado otimista (bullish); caso ultrapasse essa marca, o mercado entra em estado neutro. O especialista recomenda cautela nas operações, já que a expectativa é de alta volatilidade nos próximos dias.
"Não é um bom momento para operar alavancado", disse.
Portanto, o preço do Bitcoin em 13 de maio de 2025 é de R$ 588.472,26. Neste valor, R$ 1.000 compram 0,0016 BTC e R$ 1 compram 0,0000016 BTC.
As criptomoedas com maior alta no dia 13 de maio de 2025, são: XRP (XRP), Leo Token (LEO) e Monero (XMR), com altas de 5%, 1% e 0,9%, respectivamente.
Já as criptomoedas que estão registrando as maiores baixas no dia 13 de maio de 2025, são: Pi Network (PI), Official Trump (TRUMP) e Shiba Inu (SHIB), com queda de -27%, -10,4% e -10% respectivamente.
O que é Bitcoin?
O Bitcoin (BTC) é uma moeda digital, que é usada e distribuída eletronicamente. O Bitcoin é uma rede descentralizada peer-to-peer. Nenhuma pessoa ou instituição o controla.
O Bitcoin não pode ser impresso e sua quantidade é muito limitada – somente 21 milhões de Bitcoin podem ser criados. O Bitcoin foi apresentado pela primeira vez como um software de código aberto por um programador ou um grupo de programadores anônimos sob o codinome Satoshi Nakamoto, em 2009.
Houve muitos rumores sobre a identidade real do criador do BTC, entretanto, todas as pessoas mencionadas nesses rumores negaram publicamente ser Nakamoto.
O próprio Nakamoto afirmou ser um homem de 37 anos que vive no Japão. No entanto, por causa de seu inglês perfeito e seu software não ter sido desenvolvido em japonês, há dúvidas sobre essas informações. Por volta da metade de 2010, Nakamoto foi fazer outras coisas e deixou o Bitcoin nas mãos de alguns membros proeminentes da comunidade BTC.
Para muitas pessoas, a principal vantagem do Bitcoin é sua independência de governos mundiais, bancos e empresas. Nenhuma autoridade pode interferir nas transações do BTC, importar taxas de transação ou tirar dinheiro das pessoas. Além disso, o movimento Bitcoin é extremamente transparente - cada transação única é armazenada em um grande ledger (livro-razão) público e distribuído, chamado Blockchain.
Essencialmente, como o Bitcoin não é controlado como uma organização, ele dá aos usuários controle total sobre suas finanças. A rede Bitcoin compartilha de um ledger público chamado "corrente de blocos" (block - bloco, chain - corrente).
Se alguém tentar mudar apenas uma letra ou número em um bloco de transações, também afetará todos os blocos que virão a seguir. Devido ao fato de ser um livro público, um erro ou uma tentativa de fraude podem ser facilmente detectados e corrigidos por qualquer pessoa.
A carteira do usuário pode verificar a validade de cada transação. A assinatura de cada transação é protegida por assinaturas digitais correspondentes aos endereços de envio.
Devido ao processo de verificação e, dependendo da plataforma de negociação, pode levar alguns minutos para que uma transação BTC seja concluída. O protocolo Bitcoin foi projetado para que cada bloco leve cerca de 10 minutos para ser minerado.
Aviso: Esta não é uma recomendação de investimento e as opiniões e informações contidas neste texto não necessariamente refletidas nas posições do Cointelegraph Brasil. Cada investimento deve ser acompanhado de uma pesquisa e o investidor deve se informar antes de tomar decisão