Os NFTs (tokens não fungíveis) podem estar sendo vitimados pelo ciclo de baixa que abateu os mercados globais e tem tido forte impacto sobre toda a cadeia de criptoativos, mas a produção e a inovação dos criadores do setor não foi interrompida, inclusive no Brasil.

Prova disso são as novas iniciativas da exchange de criptomoedas Mercado Bitcoin anunciadas no contexto do NFT.Rio. O primeiro evento internacional inteiramente dedicado aos tokens não fungíveis realizado no Brasil, que começou nesta quinta-feira, 30, conta com patrocínio master da empresa e vai servir de base para o lançamento de novas coleções de impacto social e ambiental desenvolvidas em parceria com artistas e criadores brasileiros.

Ao longo dos quatro dias do NFT.Rio, serão apresentados três novos projetos com foco na preservação da fauna e da flora nativas, no combate à fome e na educação de crianças em situação de vulnerabilidade.

O patrocínio ao evento e a apresentação das novas coleções têm como objetivo aproximar um público mais amplo do universo dos NFTs, como explicou Bruno Milanello, Executivo de Novos Negócios da Mercado Bitcoin, à reportagem da Forbes:

"Esta é uma grande oportunidade de apoiarmos um evento que democratiza o acesso aos grandes nomes da criptoarte nacional e internacional. Isso aproxima a sociedade de temas que antes eram totalmente desconhecidos, como metaverso e NFT."

Novos Projetos

O "Hungry NFTs" é uma série que terá parte dos recursos arrecadados com as vendas de itens da coleção destinados ao combate à fome no Brasil. Segundo relatório divulgados pela Oxfam Brasil com dados do segundo Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar no Contexto da Pandemia da Covid-19 no Brasil, da rede Penssan, atualmente mais de 33 milhões de brasileiros são vítimas de insegurança alimentar. Durante o governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ), o Brasil regrediu a um patamar equivalente ao da década de 1990. Apenas no ano passado, 14 milhões de pessoas passaram a se encontrar em situação de fome.

A coleção "Metaverso Chapadão" tem como alvo outro problema crônico da sociedade brasileira: a educação de crianças em situação de vulnerabilidade. Os NFTs do "Metaverso Chapadão" são baseados em desenhos produzidos por crianças do Complexo do Chapadão, um conjunto de favelas localizado na zona norte do Rio de Janeiro.

Por fim, a "NFT Keepers" destina-se a contribuir para a preservação e a regeneração da biodivesidade na região do Pantanal.

Os interessados podem adquirir os NFTs destas e de outras coleções diretamente ou participar de leilões através do marketplace da Mercado Bitcoin.

No início deste ano, uma parceria entre a Mercado Bitcoin e a Tropix, uma plataforma brasileira dedicada à criptoarte, viabilizou a realização de dois leilões de NFTs, cujas receitas obtidas com as vendas foram destinadas ao Projeto de Gestão e Vigilância Territorial do Povo Indígena Paiter Suruí, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil na ocasião. 

No total, mais de R$ 50.000 foram encaminhados ao projeto pioneiro de governança territorial liderado pelos Paiter Suruí, cujas terras estão localizadas na fronteira entre os estados de Rondônia e do Mato Grosso.

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