A principal criptomoeda do mercado, o Bitcoin, 'invadiu' a Casa da Moeda do Brasil, instituição responsável pela emissão do papel moeda nacional, conforme reportagem publicada pela Folha de São Paulo em 28 de setembro.
De acordo com a publicação Fernando Ulrich, economista-chefe da XDEX, plataforma de investimento em criptomoedas dos sócios da XP Investimentos, passou a ser conselheiro na instiuição federal por meio da indicação do Secretário de Privatização, Salim Mattar.
Como conselheiro Urich pode ajudar a traçar os rumos que devem nortear a privatização da instituição que foi incluida nos pacote geral de venda de autarquias públicas do presidente Jair Bolsonaro.
A Casa da Moeda do Brasil, vem estudando aplicações em blockchain dentro da autarquia, visando melhorar seus produtos e processos, no entanto, a blockchain não deve ser incorporada à impressão do dinheiro no Brasil.
“A Casa da Moeda tem estudado aplicações potenciais da tecnologia blockchain para aprimorar seus produtos e processos. Especificamente em relação à segurança da impressão do dinheiro físico, não há, no momento, a previsão de incorporação da tecnologia. A tecnologia blockchain apresenta um grande potencial para a redução da burocracia, o aumento da transparência e a aceleração de processos. O potencial da blockchain tem sido estudado pelos setores público e privado, e certamente inúmeras inovações surgirão nos próximos anos em benefício dos cidadãos”, destacou.
No entanto, apesar do interesse pela blockchain, a Casa da Moeda não acredita que o fim do dinheiro físico esta próximo e, citando dados do Relatório Anual 2017 De La Rue, afirmou que o volume de dinheiro físico em circulação crescerá entre 3 e 4% por ano, ao longo da próxima década.
“O dinheiro físico, tal como o conhecemos, talvez deixe de existir um dia. Entretanto, não há qualquer sinalização de que o fim do dinheiro ocorrerá no futuro previsível. Pelo contrário. Informações do Banco Central do Brasil, do Federal Reserve (EUA), do Banco Central Europeu e do FMI indicam que estamos em uma fase de crescimento da demanda por dinheiro físico no mundo. Mesmo em países em que se observa uma redução percentual dos pagamentos em dinheiro em relação a outros meios, a demanda absoluta de dinheiro segue aumentando em função do aumento populacional, da inflação e do maior número de transações. Além disso, países como o Brasil ainda possuem um elevado número de pessoas sem acesso a serviços bancários, o que dificulta a migração para outros meios de pagamento”, disse.
Como noticiou o Cointelegraph, Ulrich o fracasso da criptomoeda do Facebook, o Libra, pode beneficiar o Bitcoin (BTC), segundo declaração do analista-chefe da exchange brasileira XDEX.
Segundo Ulrich, que também faz parte da XP Investimentos, as dúvidas de parlamentares dos Estados Unidos com relação ao Libra e à sua carteira nativa, a Calibra, podem ganhar força, o que não necessariamente terá impacto negativo para a maior criptomoeda, o Bitcoin.
Ele argumenta que as pressões do congresso norte-americano, que convocou representantes do Facebook para sabatinas nas últimas semanas, podem agravar o receio da gigante de mídia social quanto ao cumprimento das regras de conformidade estabelecidas.