Negociado em torno de US$ 17,4 mil e em queda de cerca de 12% na manhã desta quarta-feira (9), o Bitcoin (BTC) retornava ao seu valor de novembro de 2020, com a diferença que, naquela ocasião, a criptomoeda apresentava um movimento ascendente. O que pode ser classificado como mais um banho de sangue no mercado de criptomoedas, desta vez, não foi originado pelos fatores macroeconômicos que têm pressionado o setor nos últimos meses e sim por a uma crise de liquidez que abateu a exchange de criptomoedas FTX e sua empresa irmã Alameda Research, nos últimos dias.
No início da tarde de terça, o FTT e o SOL, respectivamente tokens da FTX e da blockchain Solana, registraram altas repentinas que entusiasmaram o mercado e também impactaram positivamente o preço do BNB, token da exchange de criptomoedas Binance. Euforia que aconteceu depois de o fundador da FTX, Sam Bankman-Fried (SBF) publicar no Twitter que sua empresa seria comprada pela maior concorrente, a Binance.
Mas o estrago já estava feito porque SBF, que chegou a colocar “alguns bilhões” para ajudar o mercado cripto, acabava confessando o que foi endossado pelo fundador da Binance, Changpeng Zhao (CZ): a crise de liquidez sobre a FTX e a Alameda. Com isso, os saques em massa se encarregaram de despejar criptomoedas no mercado e derreter os preços.
O episódio também rendeu críticas a CZ por supostamente ter fomentado a crise de liquidez de sua rival ao anunciar que liquidaria 23 milhões de tokens FTT da plataforma da Binance para, depois, anunciar a compra da concorrente. Já os investidores elevaram o tom ao exigir que as plataformas disponibilizem mecanismos de prova de reserva. Isso porque a crise teve início justamente pelo balanço patrimonial da Alameda revelar que o patrimônio da empresa era composto de altas concentrações de FTT e SOL, entre outras altcoins.
Com o mercado movimentando US$ 870 bilhões e em queda de 11,6%, todas as principais altcoins por capitalização de mercado apresentavam retrações significativas, com exceção das stablecoins. O ETH era negociado por US$ 1.191 (-20%), o BNB respondia por US$ 298 (-8,65%), o XRP estava nivelado em US$ 0,36 (-16%), o ADA era transacionado por US$ 0,35 (-8,3%), o MATIC era comprado por US$ 0,90 (-22%), o DOT era avaliado em US$ 6,10 (-7,65%), o SOL estava cotado em US$ 18,18 (-36%) e o FTT respondia por US$ 4,41 (-75%).
O mapeamento apresentava alguns avanços, entre eles estava o HEX, avaliado em US$ 0,033 (+8,8%), o YFII, cotado a US$ 1.894 (+30%), o ONUS, transacionado a US$ 0,47 (+1,82%), e o GYEN, precificado em US$ 0,0069 (+2,95%).
Ainda que a queda do mercado tenha sido mais expressiva em relação aos recuos registrados nos últimos meses, o episódio pode ser enquadrado em uma teoria defendida pelo trader de pseudônimo Dave the Wave. Para ele, o mercado de criptomoedas se encontra em uma fase de mudanças e será marcado por miniparábolas, mais frequentes e menos voláteis, o que obviamente não inclui a insolvência de uma exchange.
Dave the Wave também apresentou quando e de quanto deve ser o próximo rali do Bitcoin, conforme noticiou o Cointelegraph Brasil.
LEIA MAIS: