Resumo da notícia:
O Bitcoin encerra 2025 cotado em torno de US$ 88.000, frustrando as previsões de grandes bancos e gestoras que projetavam valores até US$ 200.000.
Pela primeira vez na história, o ativo fecha o último ano do ciclo do halving no prejuízo, com queda de 8% em relação à abertura de janeiro.
Após o erro de cálculo em 2025, instituições como Standard Chartered e Bernstein revisaram suas metas para 2026, reduzindo as projeções de preço pela metade.
O fim de 2025 se aproxima com o preço do Bitcoin (BTC) gravitando em torno dos US$ 88.000, um valor significativamente inferior ao das principais projeções de instituições financeiras tradicionais e empresas do mercado cripto divulgadas ao longo do ano.
O desempenho do Bitcoin não apenas frustrou especialistas, mas também encerra 2025 com uma queda de aproximadamente 8% em relação à abertura de janeiro (US$ 95 mil). Será a primeira vez em sua história que a maior criptomoeda do mercado termina o último ano do ciclo do halving no prejuízo.

Apesar da redução na sua volatilidade, o preço do Bitcoin atingiu novas máximas históricas sucessivas ao longo do ano, que culminaram em um topo na faixa dos US$ 126.000, registrado em 6 de outubro.
No entanto, uma reversão abrupta iniciada com o maior evento de desalavancagem da história do mercado de criptomoedas em 10 de outubro eliminou os ganhos anuais e evidenciou a distância entre o otimismo dos analistas ao longo de 2025 e a realidade do mercado.
A reversão abrupta da tendência ocorreu em um momento em que o ouro e o S&P 500, principal índice do mercado de ações dos EUA, renovaram suas máximas históricas. A aversão ao risco no final de 2025 se restringiu às criptomoedas, fruto de uma mudança inesperada no sentimento do mercado.
O desempenho frustrou não apenas os investidores, mas também as previsões da grande maioria dos analistas. Entre as instituições que apresentaram as previsões mais próximas da realidade, destaca-se o Standard Chartered, mas somente após uma revisão tardia. Em 10 de dezembro, o banco reduziu seu preço-alvo de US$ 200.000 para US$ 100.000.
Com o preço real fechando em torno de US$ 88.000, essa projeção revisada apresentou uma margem de erro de aproximadamente 14%. Ainda assim, acabou sendo a análise institucional mais certeira de 2025.
Em oposição, as projeções menos acertadas demonstraram um excesso de otimismo que não foi validado pelo mercado. Em julho de 2025, a gestora de ativos digitais Bitwise previu que o Bitcoin terminaria o ano negociado a US$ 200.000. Com o fechamento em torno de US$ 88.000, o erro de cálculo foi de 127%.
A Galaxy Digital fez uma previsão semelhante. Inicialmente, a gestora de ativos digitais estabeleceu US$ 185.000 como preço-alvo para 2025 – um valor 110% superior ao valor do Bitcoin em 31 de dezembro. Mesmo com o reajuste da meta para US$ 125.000 em novembro, a previsão da Galaxy Digital ficou 42% acima do valor real.
Em outubro, a Strategy projetou máximas de US$ 150.000, errando o alvo por cerca de 70%, enquanto o Citigroup estimava US$ 133.000 como preço-alvo para o fim do ano.

Pé no freio: Instituições reajustam projeções para o preço do Bitcoin em 2026
Diante do desempenho inferior e da volatilidade observada no final de 2025, as instituições já começaram a ajustar suas metas para 2026 com otimismo reduzido.
O Standard Chartered, que anteriormente vislumbrava o Bitcoin a US$ 300.000, cortou sua projeção para o fim de 2026 pela metade, estabelecendo agora um alvo de US$ 150.000. A Bernstein também fixou sua meta para o próximo ano no mesmo valor de US$ 150.000.
Esse movimento de revisão não é inédito e reflete a adaptação dos modelos analíticos ao comportamento cíclico do mercado de criptomoedas. O Citigroup, por exemplo, embora mantenha uma estimativa otimista, ajustou seu preço-alvo para US$ 181.000 em um horizonte de 12 meses, sinalizando que o crescimento esperado pode ser mais gradual do que o antecipado inicialmente.
Contrariando o otimismo de especialistas e investidores, o ano de 2025 serviu como um lembrete da imprevisibilidade inerente ao Bitcoin – nem mesmo os grandes players institucionais foram capazes de antecipar a correção de fim de ano.
O fechamento anual em torno de US$ 88.000, 30% abaixo do recorde de outubro, consolida um suporte importante, gerando expectativas de que o potencial fundo do próximo mercado de baixa fique limitado a uma faixa entre US$ 50.000 e US$ 70.000.
Se esses valores se confirmarem, este será o inverno cripto menos severo da história e uma potencial reversão de tendência poderá ocorrer antes do esperado.
Conforme noticiado recentemente pelo Cointelegraph Brasil, alguns analistas acreditam que o preço do Bitcoin poderá romper a resistência psicológica de US$ 100.000 já no primeiro trimestre de 2026.

