A possível lentidão na alta do preço do Bitcoin após o halving pode afundar o preços das ações de mineradoras públicas de alto nível nos Estados Unidos, forçando algumas delas até mesmo a migrar para o exterior.

"Poderemos ver um banho de sangue nas ações de mineração de Bitcoin quando os investidores perceberem que essas empresas mal estão ganhando dinheiro", diz Jaran Mellerud, fundador e estrategista-chefe de mineração da Hashlabs Mining. Ele referia-se ao que poderia acontecer se o preço do Bitcoin (BTC) não subir substancialmente após o halving.

Agora, Mellerud está de olho na janela de três a quatro meses após o halving para ver até que ponto a lucratividade das mineradoras é pressionada pela redução pela metade das recompensas de bloco do Bitcoin.

Os principais países mineradores de #bitcoin são:
1) Estados Unidos (40%)
2) China (15%)
3) Rússia (12%)

Esse mapa terá uma aparência muito diferente em um ou dois anos, à medida que os mineradores da África e da América Latina expandirem suas operações. Os rigs de Mineração de #Bitcoin rigs vão caçar impiedosamente os locais mais baratos...

— Bradley Dean (@TBG9270584)

O próximo halving do Bitcoin deverá ocorrer em 24 de abril, de acordo com o CoinMarketCap. Na ocasião, as recompensas de bloco dos mineradores de Bitcoin serão reduzidas de 6,25 BTC (US$ 321.000) para 3,125 BTC (US$ 160.500), embora historicamente o evento tenha sido seguido por altas substanciais do preço do Bitcoin.

No último evento de redução pela metade das recompensas de bloco, ocorrido em 11 de maio de 2020, o preço do Bitcoin era de US$ 8.750 e subiu mais de 430% cinco meses depois, disparando de US$ 11.500 em outubro para US$ 61.300 em meados de março de 2021.

Mas se o Bitcoin não conseguir fazer uma grande corrida antes desse intervalo de três a quatro meses após o halving, "uma parte significativa da rede pode ter que desligar suas máquinas, especialmente aquelas que pagam taxas de hospedagem de US$ 0,07 por kWh ou mais", disse Mellerud, acrescentando que uma grande concentração desses mineradores ineficientes está situada nos Estados Unidos.

Como resultado, Mellerud espera que parte da taxa de hash do Bitcoin seja transferida dos EUA para países com tarifas de eletricidade mais baratas, especialmente na África e na América Latina.

“My company, Hashlabs, is currently seeing significant demand from US-based miners who want to move their machines to Ethiopia, where hosting rates are 30-40% lower than in the United States.”

"Minha empresa, a Hashlabs, está testemunhando atualmente uma demanda significativa de mineradores sediados nos EUA interessados em transferir suas máquinas para a Etiópia, onde as taxas de hospedagem são 30 a 40% mais baixas do que nos Estados Unidos." 

A mineração de Bitcoin é um dos setores de menor risco do mundo se você estiver entre os operadores de menor custo.

— Jaran Mellerud (@JMellerud)

As preocupações com a lucratividade voltaram à cena no final de janeiro, quando a Cantor Fitzgerald informou que 11 mineradores de Bitcoin listados publicamente não teriam lucratividade com suas operações de mineração após o halving se o preço do Bitcoin permanecesse em torno de US$ 40.000 (que era o preço do Bitcoin na época).

A métrica de "custo total por moeda" da Cantor Fitzgerald refere-se ao gasto que um minerador de Bitcoin tem que despender para produzir um único Bitcoin, incluindo custos de eletricidade, taxas de hospedagem e outras despesas em dinheiro.

*URGENTE - novidade de hoje!

Não importa o departamento, toda a equipe da @CleanSpark_Inc está comprometida com a eficiência. EFICIÊNCIA de tempo de atividade, equipamentos, capital, operações, envolvimento com a comunidade, energia, estratégia, crescimento e outras métricas.

O novo relatório de hoje da empresa de pesquisa...

— S Matthew Schultz (@smatthewschultz)

No entanto, com o preço do Bitcoin agora em US$ 51.000, apenas quatro das 13 empresas de mineração listadas no relatório estão abaixo do limite de lucratividade.

No entanto, o analista-chefe da empresa de mineração de Bitcoin Blockware Solutions, Mitchell Askew, disse ao Cointelegraph que a maioria dos mineradores públicos dos EUA operaria com taxas de eletricidade baixas o suficiente para permanecer lucrativa, especialmente as empresas que compraram máquinas mais eficientes durante o mercado de baixa.

Askew rebateu o argumento de Mellerud de que a maioria das mineradoras ineficientes está sediada nos EUA, dizendo que eles representam apenas uma pequena parcela da taxa de hash total do Bitcoin. Como resultado, qualquer perda de taxa de hash nos EUA seria insignificante.

Entretanto, mesmo em caso de falta de lucratividade, Askew diz que alguns motivos impedirão que os mineradores dos EUA se mudem para o exterior.

Muitos deles estão presos a um contrato de hospedagem fixo, no qual devem continuar a minerar independentemente da lucratividade", enquanto outros mineram com o único propósito de empilhar Bitcoins que não estejam submetidos a regras de identificação de clientes (Know Your Customer – KYC) e estão menos preocupados com a lucratividade, disse Askew.

Mellerud destacou a Etiópia, a Nigéria e o Quênia como os países africanos mais bem posicionados para capturar uma parcela maior da taxa de hash caso ocorra um evento de migração de mineradoras.

A Etiópia, em particular, tem um "excedente maciço de energia hidrelétrica" e várias mineradoras chinesas estão se mudando para lá, disse Mellerud, que espera que o país africano responda por de 5 a 10% da taxa de hash total do Bitcoin nos próximos dois anos.

Enquanto isso, Mellerud disse que a Argentina e o Paraguai são os países mais promissores da América do Sul para as mineradoras de Bitcoin.

Uma tendência fascinante a ser acompanhada

A mineração deixar os EUA descentralizando-se para dezenas de países da África, da América Latina, do Oriente Médio e da Ásia, muitos locais que hoje estão fora da rede, tornando a rede do Bitcoin muito mais robusta

— Alex Gladstein (@gladstein)

LEIA MAIS