Resumo da notícia

  • Geração Z vê o Bitcoin como símbolo de independência econômica.

  • Jovens destacam papel educativo e libertador das criptomoedas.

  • Pesquisas mostram que mais de 50% da Geração Z já possui cripto.

Nesta sexta-feira, 24, durante a PlanB Conference, realizada em Lugano, e que contou com o apoio da SmartPay, representantes da Geração Z, como o podcaster Janis Kilian Lenz e Gustavo Lopes, developer da SmartPay, destacaram que o Bitcoin tem se tornado a voz de uma geração que anseia por mudanças econômicas e culturais.

Para o desenvolvedor Gustavo Lopes, da SmartPay, o Bitcoin representa mais do que uma tecnologia financeira. “Acredito que o Bitcoin é uma das maiores oportunidades para promover educação, especialmente neste momento que estamos vivendo”, afirma.

Lopes começou sua jornada há mais de 11 anos, montando suas próprias mineradoras. “Foi dessa forma que aprendi, na prática, como o Bitcoin realmente funciona e como esse novo mundo financeiro e tecnológico opera”, conta.

Desde então, ele enxerga o ativo como uma ferramenta de aprendizado e liberdade individual. Segundo ele, o Bitcoin permite entender o funcionamento da economia de forma descentralizada, abrindo portas para quem deseja compreender o dinheiro fora do controle de bancos e governos.

“É a principal ferramenta para ensinar e difundir conhecimento sobre economia, tecnologia e liberdade”, reforça.

A visão encontra eco na experiência de Janis Kilian Lenz. Ele descreve a inquietação de sua geração em termos diretos.

“Eu me sinto confuso porque minha geração parece sem rumo. O sistema escolar molda caminhos fixos, mas eu quero fazer algo diferente. Sem o Bitcoin, o mundo seria mais limitado”, afirma.

Além disso, durante o evento, ele relatou o desafio material da nova geração de construir uma relação própria com a sociedade para além do lar familiar.

“Comprar um imóvel ou conquistar estabilidade ficou caro e inacessível. Nesse contexto, o Bitcoin oferece nova porta de entrada. O Bitcoin cria uma ponte com a comunidade global. É um espaço onde qualquer pessoa pode contribuir, aprender e construir sem pedir permissão.”

De acordo com Gustavo, o BTC representa a chance de construir algo próprio, sem depender de estruturas antigas.

“Hoje, para a minha geração, é muito difícil se sentir viva dentro do sistema atual. Tudo é caro e inacessível. O Bitcoin oferece uma nova forma de entrar na economia, de participar de algo maior”, explica Lopes.

Geração Z e criptomoedas

De fato, o Bitcoin vem ganhando protagonismo entre os jovens. De acordo com uma pesquisa do Nubank, as gerações Z (18 a 28 anos) e Millennials (29 a 44 anos) juntas representam 84 % da base de usuários da funcionalidade “Nubank Cripto”.

Essa adesão acelerada reflete mais do que curiosidade por criptoativos: aponta uma busca ativa por alternativas financeiramente relevantes. Os jovens relatam que, em um sistema tradicional marcado por custos altos e morosidade, o Bitcoin representa uma porta de entrada para participar da economia global sem depender exclusivamente dos bancos convencionais.

A digitalização e a democratização do acesso aos serviços financeiros fomentam esse cenário. Por exemplo, pesquisa mostra que 14 % da Geração Z nunca fizeram saque em caixa eletrônico, reforçando que eles operam em um mundo mais digital.

Além disso, recentes pesquisas mostram que mais de 50% dessa geração já possuem ou já possuíram criptomoedas, segundo estudo da Gemini. Esse movimento marca uma mudança significativa em relação a gerações anteriores, que tinham maior apego aos investimentos tradicionais.

Em paralelo, a adoção de ativos digitais pela Geração Z não se limita à simples posse de criptomoedas. Uma pesquisa da Bitget Wallet indica que 36% dos usuários dessa geração utilizam cripto para compras diárias, viagens ou games.

Um dos fatores que explicam esse engajamento elevado é o contexto econômico vivido por esse grupo. Habitantes da era digital, acostumados com plataformas online e dispositivos móveis, os jovens da Geração Z também enfrentam desafios como inflação alta, incertezas sobre aposentadoria e a sensação de que o sistema financeiro tradicional pode não dar conta de oferecer as mesmas oportunidades que tiveram gerações anteriores.

Segundo o relatório da Gemini, 48% da Geração Z vê as criptomoedas como meio de gerar renda, comparado a 41% na população em geral. Ainda, no Reino Unido, 42% desse grupo afirma utilizar cripto como proteção contra inflação.

Em termos relativos, a participação da Geração Z em criptoativos já representa cerca de 28% dos usuários globais de criptomoedas, segundo levantamento da CoinLaw para 2025. Isso coloca esse grupo numa posição de peso para definir tendências futuras no setor financeiro e tecnológico. Além disso, a facilidade de acesso por meio de smartphones, plataformas de investimento e conteúdo em redes sociais torna o ingresso mais rápido e disseminado.