O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden, deve tomar posse no próximo dia 20 de janeiro, mas já prepara um pacote econômico para tentar combater os graves efeitos econômicos da crise de coronavírus.
Segundo o jornal O Globo, Biden apresentou na noite da última quinta-feira um pacote econômico de US$ 1,9 trilhão, com incentivos agressivos que devem tratar tanto a crise na saúde quanto na economia.
Em discurso em Delaware, o presidente eleito afirmou:
"Um coro crescente de importantes economistas concorda que, neste momento de crise, com as taxas de juros em baixas históricas, não podemos nos permitir a inação. Se investirmos agora, ousadamente, com inteligência e com foco inabalável nos trabalhadores e famílias americanos, fortaleceremos nossa economia, reduziremos a desigualdade e colocaremos as finanças de longo prazo de nossa nação em um curso mais sustentável."
O plano também propõe mais do que dobrar o salário mínimo do país, passando a hora trabalhada de US$ 7,25 para US$ 15, uma das promessas da campanha do democrata.
O pacote trilionário será dividido em três partes: US$ 400 bilhões para reforçar o combate à pandemia, prevendo acelerar a vacinação e aumento na capacidade de testagem; uma nova etapa de ajuda em dinheiro para famílias americanas compreendendo mais US$ 1 trilhão; e apoio às empresas e comunidades mais afetadas pela crise, que devem receber mais US$ 440 bilhões.
O pacote é semelhante ao Cares Act, proposto pelo governo Donald Trump em março de 2020 e que levou US$ 2 trilhões para o combate à crise sanitária e econômica do país.
Depois da crise política da primeira semana do ano, que acabou em impechment de Donald Trump no Congresso nesta semana, as crises econômica e sanitária seguem vivas nos EUA. Na primeira semana deste ano, 1,15 milhão de cidadãos estadunidenses pediram seguro desemprego, pior número desde março de 2020 e muito acima dos efeitos da crise econômica de 2008.
Comunidade de criptomoedas reage
As declarações de Joe Biden acenderam um alerta na comunidade cripto. Desde que Trump anunciou o primeiro pacote de combate à pandemia, na eclosão da pandemia, o preço do Bitcoin (BTC) entrou em uma ascendente, saindo de US$ 4.000 em março de 2020 para US$ 42.000 em janeiro de 2021. O crescimento de mais de 10 vezes empolga a criptoesfera, que espera um novo rali para este ano.
Desde a eleição de Biden, em novembro de 2020, o preço do Bitcoin também triplicou, passando dos US$ 13.000 para os atuais US$ 39.500.
“O estímulo Biden pode trazer um choque extra ao preço do Bitcoin, mas não será nada mais do que empurrar um trem de carga”, disse Jehan Chu, sócio da empresa de investimentos cripto Kenetic Capital, ao CoinDesk.
Matthew Dibb, cofundador e COO da Stack Funds, também falou sobre o novo estímulo econômico:
“Os traders estão olhando para a fraqueza do dólar e enxergando mais correlação e mais vantagens para o Bitcoin. As quedas, se acontecerem, provavelmente serão de curta duração, com indicadores técnicos sugerindo poucos sinais de que os preços se aproximam de um pico de alta do mercado. O mercado de criptomoedas vai engolir [o novo estímulo de Biden].”
E se o mercado de alta está em discussão, as apostas e previsões também já entraram no jogo. O 'Bitcoin bull' Mike Novogratz, da Galaxy Digital, disse ao Yahoo! Finance que além do estímulo do governo Biden, o que pode impulsionar o BTC e as criptomoedas é a nomeação de Gary Gensler, ex-Goldman Sachs, para a Securities e Exchange Comission (SEC) dos EUA.
Segundo ele, que acredita que o preço do Bitcoin pode chegar a US$ 500.000 até 2024, Gensler pode finalmente aprovar o ETF de Bitcoin em 2021:
“Acho que quem assumir (a SEC) apoiará um ETF de Bitcoin. Então eu acho que veremos um ETF de Bitcoin em breve. O que vem logo? Provavelmente dentro de um ano"
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