Algumas empresas nativas do mercado de criptomoedas ficaram de fora, em um primeiro momento, do piloto do Real Digital. É o caso de Mercado Bitcoin, Liqi e Vórtx QR. Conforme noticiou o Valor na quinta-feira (25), os quesitos eliminatórios utilizados pelo Banco Central (BC) incluíram acesso à rede do Sistema Financeiro Nacional e a necessidade de ter ao menos uma instituição autorizada a funcionar pelo BC.

Empresas cripto entraram

O BC anunciou, na quarta-feira (24), que recebeu 36 propostas de mais de 100 instituições de “diversos segmentos financeiros”. A escolha dos participantes da fase inicial do piloto do Real Digital foi feita pelo Comitê Executivo de Gestão (CEG) do programa.  

Os requisitos utilizados deixaram de fora empresas nativas do mercado de criptomoedas, como Mercado Bitcoin, Liqi, Capitual e Vórtx QR, bem como grandes instituições tradicionais, como a Caixa Econômica Federal. Ao Valor, Mercado Bitcoin e Caixa disseram que recorrerão da decisão.

Ao todo, foram selecionados 14 participantes diferentes para participar da fase inicial do piloto. A exchange Foxbit, a estrutura de ativos digitais Parfin e a tokenizadora nTokens foram aprovadas para o piloto. As plataformas compõem um consórcio com outras nove empresas, que incluem CPqD, AWS e Banco da Amazônia.

A tokenizadora Hamsa, embora não seja uma empresa brasileira, é uma instituição do mercado cripto que também estará presente no piloto do Real Digital. No grupo da tokenizadora também estão o Banco ABC e a LoopiPay.

Os interessados serão embarcados na plataforma do BC até meados de junho, e o primeiro será a criação de um protocolo de entrega contra pagamento (DvP) de título público federal entre clientes de instituições diferentes, além dos serviços que compõem essa transação. A ideia é testar a privacidade e a programabilidade do Real Digital através de um caso de uso concreto.

Possibilidades de participação

Empresas como Mercado Bitcoin e Mastercard já tiveram envolvimento com o Real Digital, relacionando-se com o Banco Central e auxiliando no desenvolvimento do projeto. Nesse caso, ainda que não tenham sido aprovadas para o piloto, essas empresas ainda poderão participar do processo de criação do Real Digital.

Através de um e-mail encaminhado ao Cointelegraph Brasil, o BC afirma que “todas as instituições que tenham atuação direta ou indireta no mercado financeiro estão convidadas a colaborar com o desenvolvimento do Real Digital”. Para que a participação ocorra, é necessário, no entanto, um alinhamento de interesses entre as empresas e o Banco Central, esclarece o e-mail.

Além disso, o regulamento do piloto traz a possibilidade do Comitê Executivo de Gestão criar até vinte vagas para participação do desenvolvimento do Real Digital. Com o preenchimento de quatorze delas, em teoria, ainda sobram seis. O Banco Central confirmou ao Cointelegraph Brasil que, caso haja a necessidade de garantir a diversidade dos participantes do piloto, as vagas podem ser ampliadas até o total de vinte.

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