O Dogecoin (DOGE) se mantém firme como o maior cripto-meme do mercado, mas agora parece ter encontrado um inimigo disposto a combaté-lo e derrubá-lo. É o Dogecoin 2.0 (DOGE2), cuja valorização intradiária ultrapassou 300%, subindo de R$ 0,16 para 0,70 no momento em que este texto era escrito, de acordo com dados do CoinMarketCap.

Apesar da alta, o volume negociado nas últimas 24 horas foi de apenas R$ 2,38 milhões, em comparação com os mais de R$ 16 bilhões de reais movimentados pelo "verdadeiro" DOGE no mesmo período.

Mesmo com uma valorização muito inferior a do seu novo "clone", de pouco mais de 3%, não há razões plausíveis para que os adoradores da criptomoeda favorita de Elon Musk se sintam ameaçados. Atualmente, o novo cripto-meme encontra-se na 3131ª posição no ranking de criptoativos por valor total de capitalização do mercado.

Entretanto, conforme noticiou o Cointelegraph na quinta-feira, a Dogecoin Foundation não só renega a sua autointitulada versão 2.0 como contratou advogados para "proteger a comunidade Dogecoin de ser enganada e proteger o nome Dogecoin de possível uso indevido."

Quem está por trás do Dogecoin 2.0?

No site do Dogecoin 2.0, a criptomoeda é apresentada como um token DeFi baseado na Binance Smart Chain criado por membros da comunidade do DOGE original.

Logomarca do Dogecoin 2.0. Fonte: Dogecoin2.org

Logo em seguida, apresenta-se como o "Dogecoin, porém atualizado", ou o "Dogecoin com tokenomics" - termo utilizado para referir-se aos fundamentos econômicos que geram valor a um determinado ativo.

Ao contrário do Dogecoin, cujo estoque de moedas em circulação é extremamente alto e não tem um limite total fixado, ou seja, novas moedas podem ser emitidas indefinidamente, o Dogecoin 2.0 terá um estoque limitado a 100 milhões de DOGE2, informa o site.

Enquanto originalmente o DOGE foi pensado com uma moeda para distribuir pequenas gorjetas online para criadores de conteúdo, a versão 2.0 promete gerar valor para os seus detentores através do seguinte mecanismo:

Cada transação do Dogecoin 2.0 é “taxada” em 10%, 5% dos quais são automaticamente distribuídos a todos os titulares do DOGE2. Os outros 5% são divididos pela metade. A primeira metade é vendida em tokens BNB. A segunda metade permanece como tokens Dogecoin 2.0, e eles são anexados aos tokens BNB que foram vendidos pelo contrato como um par de liquidez.

Em seu white paper o Dogecoin 2.0 é apresentado como uma "plataforma de mídia social que incorpora finanças descentralizadas, prática para o uso, operacionalmente intuitiva, funcionalmente simples e segura".

Sequestrando a declaração de Elon Musk de que o DOGE é a "moeda do povo", o Dogecoin 2.0 promete "preencher a lacuna entre interesses sociais populares e as finanças descentralizadas, capacitando as pessoas para serem seus próprios bancos".

As coisas começam a ficar estranhas ao investigarmos  os membros da equipe do Dogecoin 2.0. Todos apresentam-se sob pseudônimo, sendo Lightcreator o criador, IamCharChar o chefe de operações e DanielaDoge a moderadora do Discord.

Todos têm links para perfis no Twitter. Entretanto, é difícil obter qualquer informação sobre qualquer um deles que não seja vinculada ao Dogecoin 2.0. No caso de Shawn, o chefe de marketing, a conta sequer existe.

Outras ressalvas em relação ao projeto incluem a alta volatilidade do preço do DOGE2 e a ausência de informações sobre o estoque de moedas em circulação atualmente.

Enquanto isso, conforme noticiou o Cointelegraph recentemente, a Dogecoin Foundation foi restabelecida e o seu novo conselho consultivo conta com o fundador do Ethereum, Vitalik Buterin, e o CEO da Neuralink, Jared Birchall, como representante de Elon Musk. Assim, esta batalha parece já ter vencedor.

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