O Banco Agrícola da China (AgBank) - o terceiro maior banco do mundo em ativos - está pronto para implementar as firmes medidas anti-criptomoedas de Pequim e examinar rigorosamente seus clientes para garantir que eles não estejam envolvidos em qualquer forma de atividades ilegais envolvendo transações de criptomoedas, trading ou mineração.

A declaração do AgBank nesta segunda (21) seguiu a reunião da instituição com o Banco Popular da China (PBoC, na sigla em inglês), que reuniu os principais bancos domésticos e provedores de serviços de pagamento móvel e os ordenou a garantir que serviços bancários e de liquidação sejam negados a clientes envolvidos em transações relacionadas à criptomoedas. Uma declaração oficial do PBoC reiterou hoje que todos os bancos e instituições de pagamento “não devem fornecer abertura de conta ou registro para atividades relacionadas a [moeda virtual]”. É delineado:

“As instituições devem investigar e identificar de forma abrangente as exchanges de moedas virtuais e as contas de capital dos vendedores de balcão, e cortar os links de pagamento de fundos de transação em tempo hábil; elas devem analisar as características da transação de capital das atividades de trade de moedas virtuais  [...] e garantir que as medidas relevantes de monitoramento e tratamento sejam implementadas."

Além do AgBank, o Banco Industrial e Comercial da China, o Banco de Construção da China, o Banco de Poupança Postal da China e o Banco Industrial, juntamente com o AliPay, aplicativo de pagamentos móveis, estiveram presentes na reunião do PBoC.

A declaração do AgBank é a primeira feita por um banco estatal chinês em consonância com o teor do conjunto renovado de medidas anti-criptomoedas deste ano, que incluiu a decisão do Comitê de Estabilidade Financeira e Desenvolvimento do Conselho de Estado, no final de maio, de restringir a mineração de Bitcoin (BTC) em meio a preocupações com risco financeiro.

Os reguladores financeiros regionais na China também intensificaram seu jogo e emitiram avisos contra plataformas ilegais de financiamento ou campanhas publicitárias focadas em criptomoedas e blockchain, bem como proibiram instituições financeiras e de pagamento de "direta ou indiretamente [fornecer] serviços relacionados a moedas virtuais."

O AgBank indicou que fechará imediatamente as contas e suspenderá os laços com quaisquer clientes que se encontrem envolvidos em trade de criptomoedas. O megabanco inicialmente apelou aos seus clientes a relatar qualquer suspeita de fraude relacionada à criptomoedas, embora esta solicitação tenha sido supostamente excluída da declaração do banco.

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Tendo banido a emissão de tokens e a negociação de criptomoedas já em 2017, durante a primeira grande corrida de alta do mercado, este ano ocorreu uma consolidação da postura antagônica de Pequim em relação às criptomoedas descentralizadas. Em meados de maio, três importantes associações comerciais chinesas - a Associação de Internet e Finanças da China, a Associação de Banários da China e a Associação de Pagamentos e Liquidações da China - emitiram uma declaração conjunta alertando o público sobre os riscos de investir em criptomoedas.

A maior repressão de Pequim à mineração de criptomoedas citou preocupações sobre a pegada de carbono da indústria, especialmente em áreas como a Mongólia Interior. Pelo menos três empresas de mineração - BTC.TOP, Huobi e HashCow - foram levadas a encerrar suas atividades no continente. Redes de mídia social e empresas de internet no país também se alinharam com a postura anti-criptomoedas do centro e, nos últimos meses, censuraram resultados de pesquisas e baniram perfis relacionados à criptomoedas.

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