Novas tecnologias, fintechs, moedas digitais (como Bitcoin, BTC, e CBDCs como o Real Digital), regulamentação do Sistema, serviços financeiros e a relação com o consumidor, teletrabalho, estes e outros temas serão objeto do curso de extensão “As transformações do sistema financeiro na Era Digital”, realizado em parceria entre o Sindicato dos Bancários de São Paulo, Sindicato dos Bancários do ABC e a Faculdade 28 de Agosto.
Segundo divulgou a instituição as inscrições podem ser feitas até 12 de agosto e o curso custa R$ 300 para o público em geral e R$ 150 para bancários sócios e estudantes.
O objetivo do curso é capacitar e atualizar os alunos por meio de aulas on line e ao vivo ministradas por especialistas sobre as alterações do Sistema Financeiro na última década. Serão 15 aulas, das 10h às 12h de sábado.
Ao final, o participante compreenderá melhor as novas tecnologias, modelos de negócios, novas instituições, marcos regulatórios, relação com os clientes e os impactos sobre as relações de trabalho, entre outros aspectos.
O curso terá carga horária 30 horas e garante certificado pela Faculdade 28 de Agosto, credenciada no Ministério da Educação. Os estudantes poderão utilizar a participação no curso como Horas Complementares, exigidas em diversos cursos de graduação.
A inspiração para o curso nasce com a publicação do livro “A Era Digital e o Trabalho Bancário”, lançado em 2020. A obra reuniu professores, especialistas, pesquisadores e dirigentes sindicais e trouxe um conjunto de considerações que aponta para a necessidade de melhor compreensão do sistema financeiro.
Real Digital
Recentemente, em um seminário promovido pelo Banco Central do Brasil, BC, Robert Townsend, professor do MIT e que está envolvido com o projeto do dólar digital, afirmou que o Real Digital brasileiro pode se tornar uma plataforma aberta de integração entre o Banco Central e a economia digital por meio da criação de contratos inteligentes.
Assim, tal qual o Ethereum (ETH) o BC poderia criar com o Real Digital uma grande plataforma que permitiria ao setor privado desenvolver aplicações próprias que se conectam a esta rede, porém, diferente da blockchain do ETH, Townsend sugere a criação de uma espécie de layer 2 ou parachains.
Desta forma, a plataforma do BC ficaria responsável somente pela movimentação do Real Digital nestes múltiplos contratos enquanto estes, por sua vez, ficariam responsáveis pelas transações relacionadas ao contrato e com isso evitando um sobrecarregamento da rede do BC.
"Você tem uma plataforma que é do Banco Central mas o setor privado pode construir em cima dela criando contratos inteligentes que não se separam desta plataforma pública, mas que não sobrecarregam ela e com isso você delega ao setor privado uma forma descentralizada para que eles possam inovar e assim atrair clientes e executar arranjos novos para o sistema financeiro", disse.
Ainda segundo Townsend neste tipo de arranjo, que permite uma maior inovação do sistema econômico, o dinheiro publico e privado podem coexistir e esta união entre um e outro pode ter um grande valor e ser complementar.
"Eu recomendaria um sandbox com Defi no Brasil usando stablecoins e CBDC no qual os CBDC são a moeda de troca para estas moedas privadas. Nele teriamos as vantagens dos contratos inteligentes sem usar uma terceira parte. Isto é uma nova fase do sistema financeiro", afirmou.
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