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Banco de Compensações Internacionais elogia adoção do Pix do Banco Central em artigo

BIS elogiou iniciativas de bancos centrais da América Latina, mas apontou desenvolvimento desigual entre os países.

Banco de Compensações Internacionais elogia adoção do Pix do Banco Central em artigo
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O Banco de Compensações Internacionais (Bank for International Settlements - BIS) elogiou sistemas de pagamentos digitais adotados em diversos países da América Latina, citando a iniciativa do Banco Central do Brasil, o Pix.

Em artigo divulgado nesta segunda-feira e assinado pelos economistas Viviana Alfonso, Alexandre Tombini e Fabrizio Zampolli, o BIS afirma que "estes sistemas de pagamento de varejo [comandados por Bancos Centrais] são rápidos e estão disponíveis 24 horas por dia, todos os dias do ano".

O Pix foi lançado em 16 de novembro pelo Banco Central e até semana passada já tinha 100 milhões de chaves cadastradas. Cada cliente das instituições financeiras pode cadastrar e vincular até cinco chaves únicas a suas contas para enviar e receber pagamentos rápidos.

A pandemia acelerou a corrida dos bancos centrais pela digitalização dos pagamentos, já que o lockdown trouxe também a necessidade do pagamento de auxílio emergencial contra a crise. No Brasil, o banco estatal Caixa Econômica pagou mais de 60 milhões de brasileiros de forma digital, através do app Caixa Tem.

No artigo, o BIS ainda lembra que Brasil, Colômbia e Chile usaram meios digitais para o pagamento dos auxílios. Segundo a entidade, porém, o desenvolvimento de soluções digitais para serviços financeiros na América Latina é desigual, com parte dos países ficando para trás na corrida por digitalização.

Por isso, o banco defende que são necessárias medidas para melhorar a eficiência de pagamentos entre fronteiras, ainda muito lentos e caros, e se dispõe a apoiar os bancos centrais na América Latina e no Caribe para o desenvolvimento de novas soluções para o setor.

Em novembro, um diretor do BIS disse que o dinheiro físico ainda é importante, apesar da digitalização e da corrida global por moedas digitais de banco central, liderada pela China. Ele reconheceu, porém, que a circulação de dinheiro deve diminuir.

O Brasil também já falou mais de uma vez sobre o projeto de digitalizar o real, com aval do Ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. O BIS também apoia o desenvolvimento de CBDCs e até planeja o desenvolvimento de sua própria moeda digital, mas descarta o uso delas para transações transfronteiriças.

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