A Força-Tarefa El Dorado do Departamento de Segurança Interna dos EUA teria iniciado uma investigação sobre o Anchorage Digital Bank, uma empresa de criptomoedas apoiada por Wall Street.

De acordo com uma reportagem da Barron's publicada em 14 de abril, membros da força-tarefa entraram em contato com ex-funcionários da empresa nas últimas semanas para examinar suas práticas e políticas. Citando fontes não identificadas, a reportagem afirma que a investigação analisa possíveis crimes financeiros dentro da Anchorage.

A suposta investigação da força-tarefa sugere a existência de atividades financeiras transnacionais. Criada em 1992, a Força-Tarefa El Dorado tem como foco atividades de “lavagem de dinheiro transnacional” e crimes financeiros cometidos por organizações.

A Anchorage foi cofundada pelo empresário luso-americano Diogo Mónica e por Nathan McCauley, segundo o site da empresa. Além das operações nos Estados Unidos, a Anchorage também atua em Singapura e em Portugal. Entre seus investidores estão Andreessen Horowitz, Goldman Sachs, Visa e outros.

A Anchorage Digital é o único banco cripto com autorização federal nos Estados Unidos. Ela recebeu sua autorização como banco fiduciário nacional do Escritório do Controlador da Moeda (OCC) em janeiro de 2021.

Apesar de sua posição regulatória avançada, a Anchorage Digital enfrentou desafios regulatórios nos EUA. Em abril de 2022, o OCC emitiu uma ordem de consentimento contra o banco devido a deficiências em seus programas de conformidade com a Lei de Sigilo Bancário (BSA) e de combate à lavagem de dinheiro (AML). Na época, a empresa foi instruída a estabelecer um comitê para tratar das questões apontadas, sob supervisão do OCC.

O Cointelegraph entrou em contato com a Anchorage para comentar o assunto, mas não obteve resposta até o momento da publicação.

A atuação da Anchorage no setor cripto

Fundada em 2017, a Anchorage vem expandindo sua presença no setor cripto com serviços voltados a clientes institucionais. A empresa é custodiante dos fundos de Bitcoin negociados em bolsa (ETFs) da BlackRock, ao lado da Coinbase e da BitGo. Os fundos de BTC da BlackRock atraíram mais de US$ 35,5 bilhões em entradas acumuladas desde o lançamento em janeiro de 2024.

Outro cliente da Anchorage é a Cantor Fitzgerald. Desde março de 2025, a empresa oferece serviços de custódia e gerenciamento de garantias para os ativos em Bitcoin da Cantor. A Anchorage reportou mais de US$ 50 bilhões em ativos sob gestão em 2024.

Entre os concorrentes da Anchorage na área de custódia estão empresas como Ripple, Kraken, Taurus e Fireblocks. No entanto, a custódia de ativos digitais também atraiu instituições financeiras tradicionais para o setor cripto. HSBC, Citi e BNY Mellon — o banco mais antigo dos EUA — também disputam o mercado de custódia de ativos digitais para clientes institucionais.

Segundo Adam Levine, vice-presidente sênior de desenvolvimento corporativo da Fireblocks, o mercado norte-americano carece de custodiante qualificado para ativos digitais. “[...] há poucas opções para certos participantes do mercado manterem seus ativos digitais em segurança por meio de um custodiante qualificado”, disse Levine ao Cointelegraph em uma entrevista anterior.

Uma pesquisa da EY de 2025 revela que 59% dos investidores institucionais planejam alocar mais de 5% de seus ativos sob gestão em criptomoedas, o que indica uma demanda crescente por serviços de custódia com padrão institucional.

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Espera-se que investidores institucionais aumentem suas alocações em cripto em 2025. Fonte: EY