O country manager para o Brasil da exchange mexicana Bitso, Marcos Jarne, falou ao Cointelegraph Brasil sobre o primeiro escritório da exchange global no país e seus planos para a atuação da empresa.
Como noticiou o Cointelegraph, a Bitso, que já tem escritórios na Argentina e uma matriz no México, anunciou sua chegada ao Brasil, com a contratação de funcionários e a formação de um escritório brasileiro, para auxiliar na expansão da empresa no Brasil.
Segundo o country manager da empresa, a Bitso entra no Brasil para ganhar um "DNA brasileiro" a partir do escritório no país:
"A Bitso é uma exchange global, que já atua no mercado mexicano e argentino. Agora a gente está chegando no Brasil, e apesar de hoje por conta da pandemia as coisas terem se tornado ainda mais digitais, o ponto importante é que a gente tem uma equipe de brasileiros, de gente muito boa, e a gente vai fazer isso acontecer com um DNA muito brasileiro. A gente já tem uma equipe formada só por brasileiros e ainda estamos contratando mais profissionais"
Marcos Jarne, que esteve por 5 anos atuando no banco digital Nubank, falou sobre o perfil do consumidor brasileiro de criptomoedas:
"Eu acho que tem um pouco de dois lados, uma parte de investimento, de reserva de valor, e um lado de moeda de troca. A gente já vê no âmbito global mais aceitação de criptos, hoje você consegue até ir em um ATM e estar conectado com cripto. As criptomoedas já são úteis, e a proposta da Bitso é levar elas pra quem já tem conhecimento e chegar naquelas que ainda não conhecem, ou que têm curiosidade através das notícias boas de casos de uso do mercado"
Como parte dos planos concretos da exchange no Brasil, Jarne diz que a Bitso vai mirar primeiro nos usuários do mercado cripto, mas que tem planos de expandir para atrair outros investidores no médio prazo:
"No começo, a gente sabe que não vai conseguir endereçar nossos produtos para todo mundo que a gente gostaria. O objetivo da Bitso é tornar as criptomoedas mais úteis, então isso passa por fases. Nesse começo, a gente vai ter uma proposta bacana para quem já entende de cripto, que já é familiarizado com o tema. Em uma segunda fase a gente quer chegar em investidores que já entendem um pouco desse mercado de investimentos como um todo, e a gente quer atingir todos os brasileiros e brasileiras que não conhecem cripto ou conhecem muito pouco, a gente também quer ajudar a educar esse mercado"
Sobre a regulação de criptomoedas brasileira, que é fruto de embate entre a Associação Brasileira de Criptoeconomia (ABCripto) e a exchange global Binance, Marcos Jarne diz que aposta no diálogo entre as partes:
A gente tem CNPJ no Brasil, a gente fala português e quer se conectar com os brasileiros e brasileiras. A gente acredita no diálogo e quer se relacionar com todos os atores que existem no ecossistema, e essa parte de regulação e segurança é muito importante para a Bitso. A gente investe nisso e acredita no diálogo, conversando com players e entidades para ajudar a fomentar o mercado de criptomoedas, acho que até os reguladores também já atuam nesse sentido"
Ele também falou sobre a popularização de criptomoedas e tokens brasileiros no último ano, dizendo que a exchange está atenta ao mercado brasileiro também nesta área:
"A gente estuda tudo, está atento e buscando as melhores formas de nos atualizarmos. Nessa fase inicial a gente vai oferecer as principais criptomoedas, mas vai seguir antenado, tem ativos interessantes no mercado brasileiro, os ativos de sentimento, e que a gente vai sempre analisar, conversar, pra ver se faz sentido"
Fundada em 2014 no México, a Bitso detém hoje mais de 95% do mercado cripto no México e mais de 60% na Argentina.
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