A Justiça Federal, por meio de decisão do juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal de Brasília, determinou que novas exchanges de criptomoedas brasileiras sejam acionadas para informar se os suspeitos investigados na Operação Spoofing, possuem Bitcoins e criptomoedas em suas plataformas, conforme informou o portal G1 em 26 de julho.

De acordo com a reportagem depois de acionar as plataformas Mercado Bitcoin, FoxBit e Braziliex a justiça agora acionou as empresas 3xBit, Brasil Bitcoin e OmniTrade. A nova decisão também prorrogou a prisão preventiva dos suspeitos. No total quatro pessoas estão presas acusadas de invadirem o celular de diversas autoridades do país ligadas a Operação Lava Jato.

A Justiça busca Bitcoins atrelados aos suspeitos pois acredita que o hacker, Walter Delgatti, também preso na operação, teria recebido a criptomoeda como forma de pagamento pelas invasões. Entre os detidos ligados ao caso está o casal Gustavo Henrique e Suelen Priscila. No caso de Henrique ele afirma que era negociante de BTC e em contas bancárias ligadas a Priscila a investigação identificou movimentações atípicas com altos valores.

Até o momento não há informações sobre se as intimações da Justiça surtiram efeito e se qualquer criptomoeda foi encontrada atrelada aos suspeitos e as invasões que além do Ministro Sergio Moro e de autoridades ligadas a Lava Jato também atingiu os ex-presidentes Luis Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff.

Segundo o Jornal O Globo, Henrique se negou a fornecer a senha de acesso ao seu iPhone e também de suas carteiras de Bitcoin. Além disso segundo o hacker Delgatti, quem intermediou o contato com o jornalista Glenn Greenwald foi a deputada Manuela d’Ávila (PCdoB) que disputou a última eleição presidencial como vice na chapa com Fernando Haddad, do PT.

Manuela d’Ávila confirmou a informação mas disse que imaginou que se tratasse de "alguma armadilha de adversários políticos", e que, por isso, apesar de ser jornalista e poder fazer matérias com sigilo de fonte, repassou o contato do jornalista Greenwald.

Como reportou o Cointelegraph, as exchanges nacionais têm adotado medidas para evitar que Bitcoins provenientes de atividades criminosas sejam negociados nas plataformas. As duas principais plataformas de negociação de Bitcoin do Brasil - Mercado Bitcoin e Bitcoin Trade - possuem procedimentos para identificar transações suspeitas.

Quando estas transações são identificadas o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), é informado e também outros reguladores são avisados das suspeitas.

“O cliente que opera na Bitcoin Trade tem um CPF atrelado a ele, além de uma série de checagens sobre as transações financeiras e de declarações de Imposto de Renda” disse Daniel Coquieri, co-fundador da Bitcoin Trade.