Enquanto a maioria dos investidores do mercado de criptomoedas estava de olho em uma possível ascensão do Bitcoin, que seria impulsionada pelo halving, um brasileiro resolveu arriscar na 'moeda do cachorro', a Dogecoin, e hoje, pouco mais de 12 meses depois, comemora seu lucro milionário.

O investidor, que pediu para não ter o nome revelado, contou sua história ao Cointelegraph e disse que mora no Texas há cerca de 18 anos, trabalhando em academias de musculação e como personal trainner.

"Não sou muito da tecnologia, mas comecei a dar treino para um garoto aficionado por criptomoedas e pelo Elon Musk. Foi ele que me 'iniciou' neste universo", conta.

Segundo o investidor, o aluno tentava convencer o professor a comprar Bitcoin, dizendo que era o dinheiro do futuro e que ele devia apostar também na Dogecoin, que era uma criptomoeda considerada meme mas que tinha muitos fãs como Elon Musk.

"Ele sempre me falava - Imagina se o Elon Musk fala que vai levar a Dogecoin em um foguete? O preço vai para a lua junto - mas eu escutava sem dar muita atenção, essa coisa de uma moeda virtual que não era de ninguém, não entrava muito na minha cabeça. Eu vim de família simples, fui ter conta bancária só aqui nos EUA, em casa era tudo no dinheiro que minha mãe escondia em potes no quarto e na cozinha porque meu pai, se encontrasse, peagva para beber", disse.

Auxílio do Governo

Contudo, segundo ele, com o início da pandemia o governo Trump anunciou programas de estímulo econômico e distribuiu dinheiro para a população, beneficiando também o investidor brasileiro que, depois de tanto tempo, já tinha constituído família em solo americano.

"Então veio esses US$ 1.200 do governo. A primeira coisa que pensei era como ia gastar aquilo, mas então, no dia que recebi eu dei um treino online para o garoto e, sem pensar muito, depois do treino, falei para ele, 'Se eu te mandar ai US$ 1.200 você compra essa tal de Dogecoin, Bitcoin, sei la o que que você fala?"

O investidor conta que não pensou muito na hora, mas, como não estava contando com aquele dinheiro para pagar contas, resolveu arriscar.

Segundo ele, o garoto então comprou tudo em Dogecoin porque disse que tinha dúvidas sobre como o halving ia impactar o preço do Bitcoin, depois ensinou o brasileiro como abrir uma conta na Kraken onde enviou o DOGE para o professor.

"Eu deixei lá, para falar a verdade, esqueci, só fui lembrar disso em novembro do ano passado quando o noticiário começou a falar de Bitcoin para todo lado", destacou.

US$ 1.200 viraram US$ 400 mil

Segundo o investidor, assim que viu as notícias sobre o Bitcoin entrou na conta da Kraken e viu que ele tinha Dogecoin e não Bitcoin.

"Depois que vi aquilo pensei 'moleque f%$% me enrolou comprou esse negócio aqui e não o outro", disse.

Ao conversar com o aluno, o investidor brasileiro questionou a compra e o garoto, meio envergonhado disse para ele ter calma e que a DOGE ia subir, já tinha subido um pouco, mas assim como o Bitcoin já tinha bastante gente falando sobre a moeda.

"Bom, eu achava que o garoto tinha me enrolado, mas também não sabia mexer naquela plataforma e não ia pedir para o garoto porque tinha medo de ser enrolado de novo. Então mandei tudo a merda e esqueci daquilo de novo, porém a raiva só foi aumentando na medida em que escutava que o Bitcoin não parava de subir", afirmou.

Então ele viu que a Mia Khalifa tinha declarado que comprou a Dogecoin e pensou, "Olha que o garoto pode estar certo, preciso entender o que é isso tudo".

O investidor revelou que começou a ler sobre o tema e assistir vídeos sobre o mercado e como comprar e vender criptomoedas.

"Demorou para eu pegar tudo isso e ainda não sei muita coisa, mas entendi que as criptomoedas tem várias aplicações e, enquanto isso deixei o Dogecoin parado lá na Kraken e comecei a acompanhar o preço pelo aplicativo do Coinmarketcap que baixei no celular".

Ele revelou então que veio o boom da Dogecoin e ele não acreditou que estava milionário.

"Entrei na conta da Kraken e vi que tinha quase US$ 400 mil, isso em reais dá quase de R$ 3 milhões. Dizia minha mãe que a oportunidade não passa duas vezes na vida de uma pessoa, então liguei para o garoto na hora e pedi para ele acompanhar que eu ia vender a Dogecoin mas agora eu tinha medo de fazer errado, embora tivesse visto vídeos e tudo, era a primeira vez que ia 'operar' no book. Ele me ajudou e vendi tudo".

Mia Khalifa

O investidor conta que após vender tudo agradeceu o garoto e mandou para ele US$ 2 mil pela 'ajuda' com as criptomoedas e que com parte do dinheiro comprou 2 Bitcoins, e uma parte do dinheiro foi para uma conta bancária no Brasil e outra ficou com ele nos EUA.

Segundo ele, o plano é comprar alguns apartamentos no Brasil e por para alugar para "garantir a aposentadoria" e com o dinheiro nos EUA abrir um negócio próprio com roupas esportivas ou uma franquia de treinos.

E sobre as criptomoedas ele disse que pretende manter os 2 bitcoins que comprou e aplicar um pouco por mês em outras criptomoedas para diversificar o portfólio.

"Afinal, quem sabe, o raio não cai duas vezes no mesmo lugar e eu não acho outra moeda de cachorro por ai", finalizou.

Quem também pode ter lucrado com a valorização da Dogecoin foi a atriz Mia Khalifa que em 29 de janeiro deste ano disse que comprou Dogecoin.

Na época, Khalifa deixou subentendido que sua decisão foi motivada pelas constantes recomendações do empresário Elon Musk.

Embora Khalifa não tenha declarado a quantidade de DOGE que comprou, o criptoativo explodiu em valorização e hoje, cerca de 97 dias depois, cada DOGE vale US$ 0,57.

Portanto, desde que investiu na DOGE, a atriz lucrou 1.139% caso não tenha vendido.

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